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Laerte Braga

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Livre expressão

O castelo assombrado dos cartéis

Laerte Braga - Publicado: Quinta, 15 Agosto 2013 00:22

O governador Geraldo Alckmin confessou a existência de um cartel de empresas para obras públicas e disse que não foi só em São Paulo, mas em Porto Alegre e em Belo Horizonte também.


Os governadores gaúchos eram Germano Righotto, do PMDB e Yeda Crusius do PSDB e em Minas, Aécio Neves, do PSDB. O que Alckmin fez foi dar o troco em Aécio que é o responsável direto pelo vazamento dos escândalos paulistas, tentando matar dois coelhos de uma cajadada só, o próprio governador e José Serra.

Tudo pela candidatura presidencial. É o cesto de cobras de tucanos e peemdebistas.

Alckmin lembra aqueles barões antigos que dormiam de camisola e touca em castelos assombrados por fantasmas diversos e que, a qualquer barulho, pegava uma vela num recipiente próprio, descia e ia tentar afugentar os avantesmas. Quando voltavam para a cama a mulher, sonolenta, perguntava o que foi e eles respondiam, o coelhinho da SIEMENS deixou alguns vestidos novos para você lá embaixo. Deve estar indo agora para a casa do Serra.

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 14 de julho, afirma que a União repassou às empresas do cartel 401 milhões de reais. É a aparente verdade transformada em mentira na tentativa desesperada de salvar primeiro Serra e depois Alckmin.

A União repassou ao governo paulista 401 milhões para as obras do metrô, é bem diferente. O uso do dinheiro foi administrado pelo governo paulista. Um fato importante a registrar é que até agora só empresas estrangeiras apareceram na negociata, nenhuma nacional. Não que sejam santas, pelo contrário, mas para que se verifique o nível de desnacionalização que os governos, aí inclusive o federal, impõem ao País

Quem paga é o brasileiro, bem mais caro pelo metrô e outros serviços públicos, para que D. Lu possa pontificar com vestidos novos nas festas da corte.

Quem se dana é o brasileiro sem saúde e educação públicas de boa qualidade como manda a Constituição e ainda é compelido a ler FOLHA DE SÃO PAULO e a assistir o JORNAL NACIONAL, porta voz de bancos, latifúndios, grandes empresas como a SIEMENES, a ALSTOM, a CAF, etc, etc.

Todos os responsáveis por irregularidades nessas empresas foram punidos nos seus países de origem, no Brasil nada, o barão Geraldo Alckmin diz que o governo é "vítima".

Amarildo, um pedreiro assassinado pela PM não foi achado até hoje, o menino Marcelo morto pela PM foi acusado de matar a família e os laudos periciais vão desmentindo a versão de suicídio, o dia a dia do Brasil a despeito das manifestações de dias passados continua sendo o das elites.

A direita soube conduzir os protestos e retirar-lhes conteúdo e bandeiras. A exceção do Rio e de São Paulo, nos demais estados esses protestos diminuem de intensidade, não têm bandeiras, nem propósitos definidos e a única novidade é a MÍDIA NINJA, alvo prioritário das PMs.

Falta-lhes organização, direção coletiva, consenso em torno de causas e não consequências, serviram de palcos para candidatos a estrelas, futuros "sarneys", caso do senador Lindenbergh que liderou as manifestações contra Collor e hoje é um deles, sócio de carteirinha de ouro do clube de amigos e inimigos cordiais.

Há um esvaziamento já previsto das manifestações e sobram as estrelas que pretendem disputar as eleições legislativas do próximo ano com a bandeira do combate a corrupção, sem saber que atrás da corrupção existem os corruptores.

É "bora gente", mas sem noção de nada exceto os relatórios dos infiltrados.

Como velhas e antigas vedetes do teatro rebolado tentando reeditar os anos de ouro e mergulhandasna inconsquência do que pode e deve ser a luta popular, fundamental num momento como esse.

O quase desespero das organizações sérias tentando organizar o quadro caótico dos "sem partido".

Alckmin dorme de camisola e touca mas tem atrás de si a OPUS DEI, quadrilha internacional que deita ramas por todas essas empresas.

E John Kerry, secretário de Estado norte-americano quer que os EUA monitorem o mundo inteiro contra terroristas enquanto vão tomando conta. E o chanceler "brasileiro" diz que isso vai gerar desconfiança.

Um achincalhe à nossa soberania.

São garras e tentáculos sobre um gigante que continua adormecido. Só roncou mais alto e deu a sensação de ter acordado.

Ou acorda nas ruas com bandeiras e lutas consequentes ou vai continuar pagando mais caro por metrô e sem saúde e educação.

Estamos cercados de castelos assombrados pelos vestidos de D. Lu.


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