Nem os militares têm força moral para o golpe, muito menos lideranças expressivas para sustentar um governo por um longo período, ou mesmo curto e tampouco no contexto atual o golpe receberia apoio de potências como os EUA, a exemplo do que aconteceu em 1964, quando o golpe foi planejado, decidido e dado pelos norte-americanos.
Hoje, desde Honduras e o Paraguai existe o golpe branco e Dilma Rousseff, com uma ou outra discrepância, se insere no contexto das políticas norte-americanas, sobretudo o Plano Grande Colômbia. O Brasil é um País manco e dependente de tecnologias do exterior na maioria dos setores de ponta, Dilma é só um passado, neste momento é um leão desdentado buscando de todas as formas jeito de ser reeleita.
As manifestações de rua começaram com protestos contra aumento de tarifas de ônibus na cidade e no estado de São Paulo e de repente ganharam várias faces. Foram agregando bandeiras da insatisfação popular, principalmente das classes médias e estudantes.
Começam agora a ganhar um corpo mais sólido e bandeiras específicas como a reforma agrária, a reforma política, o combate sólido e real à corrupção (sem Gilmar Mendes, Tofóli, Joaquim Carlota Barbosa). A Copa das Confederações, que precede a Copa do Mundo, deu o ponto de partida.
Estádios foram construídos pelo dobro do preço normal.
O Brasil é um País governado pelas elites. Banqueiros, latifundiários, grandes empresas. Esses setores têm o controle da mídia e o próprio susto que a maior rede de comunicação levou com o FORA REDE GLOBO, levou-a a transmitir a distância, mudar a linguagem e canalizar toda a crítica para vândalos, figura criada por José Sarney e Renan Calheiros, além de outros.
Somos um estado em processo de falência, o arremedo de democracia que temos é o ideal para essas elites que as ruas assustam.
A ideia de um plebiscito sobre a reforma política é uma perigosa armadilha, pois as opções chegam prontas e são os donos que as preparam. Os avanços são ridículos, as conquistas ilusórias e permanece o Brasil o gigante adormecido diante de uma realidade de coronelismo político através dos grandes partidos todos integrantes do clube de amigos e inimigos cordiais de Brasília na busca apenas da caneta que nomeia e da chave do cofre.
A luta por mudanças ou continua e se organiza nas ruas, ou não vamos a lugar algum, termina tudo num grande carnaval.
É claro, é o renascimento da explosão popular diante do descalabro dos governos (em todas as instâncias), mas é ainda um movimento sem rumo e direção e lhe falta organizar objetivos que transformem o Brasil.
Saques, queima de ônibus e carros, depredações, etc, existem em Paris, em Lisboa, em Roma, fazem parte do jogo. Há uma demanda reprimida e é compreensível a explosão. Vândalos não, cidadãos usurpados em seus direitos.
A grande preocupação das principais lideranças políticas é com o impacto do movimento nas eleições presidenciais do próximo ano. E a preocupação popular é com o fim do atual estado de coisas. Um cartaz em Belo Horizonte retrata bem o movimento – “não transformamos Belo Horizonte em pó senão o Aécio cheira tudo”. É o candidato tucano a presidente.
Nem há necessidade. Dilma calça o sapato do príncipe sem problemas e leva Lula para o altar do “capitalismo a brasileira”, invenção de Lula segundo Ivan Pinheiro (secretário geral do PCB). É só questão de uns ajustes, de amaciar.
Não há riscos de golpe militar. E se houver o presidente será um general R-3, algo que não existe.
Há um leão desdentado na presidência da República e que se presta a qualquer acerto, desde que possa ser reeleita.