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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

Nom passarám?

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quinta, 13 Junho 2013 10:21

Causa emoçom e pom os cabelos em pé ver as massivas mobilizaçons de París e mais algumhas cidades da Europa que se estám a produzir como resposta e denúnica do assassinato do moço Clément a maos dum grupo nazi-fascista e milhares de gorjas berravam "Nom passarám!", que se fijo célebre em Madrid durante a guerra iniciada polos fascistas espanhois contra a República.


Milhares e milhares de punhos que se veem erguidos contra esta peste denominada fascismo, que assola a humanidade há já decénios. Novamente um moço, de nome Clément, junto a Carlos assassinado em Madrid, ou Guillem em Valéncia ou Iñigo em Bilbao, somam-se a esta listagem já muito extensa de pessoas que caírom mortos sob a vileza do fascismo em qualquer das suas formas.

Dolores dixo em Madrid que nom iam passar, mas dérom passado. Essa é a desgraça que temos de assumir e reconhecer. Já que a partir desse reconhecimento poderemos, com certeza, conscientizar-nos da nossa realidade objetiva, e é que vivemos sob um fascismo quotidiano, disfarçado, invisível, que às vezes golpeia com a crueldade que demonstrou em Paris, mas que ainda com menos atençom dos media o fai todos os dias sobre as classes populares e os setores mais combativos e conscientes. Dito de outro jeito, pensamos que vivemos numha democracia e nom é assim. Vivemos na sombra dum fascismo encoberto, que devagar anda a atingir objetivos históricos de seu dono: o sistema capitalista.

Jorge Dimitrov foi um líder comunista da primeira metade do século XX. Ignoro até onde a sua figura é conhecida polas novas geraçons de revolucionários e antifascistas. Dimitrov, antes que ninguém, tivo a genialidade de definir o fascismo tal e como era na sua época, mas já pasados os anos, tal e como é neste momento, nestes primeiros anos do século XXI. Dimitrov falou com toda a clareza e vou-me permitir umha citaçom deste grande comunista.

O fascismo é o poder do próprio capital financeiro. É a organizaçom do ajuste de contas terrorista com a classe operária e o setor revolucionário dos camponeses e dos inteletuais. (…) O fascismo atua ao serviço dos intereses dos imperialistas mais agressivos, mas ante as massas apresenta-se sob a máscara de defensor da naçom vexada e apela ao sentimento nacional ferido (…) Assim, o fascismo, que surgiu como resultado da decadência do sistema capitalista, atua no fim de contas como um fator da sua ulterior descomposiçom”

Com certeza. Dimitrov há muitos anos já nos advertiu que o fascismo nom é um grupo de iluminados nem de bobos com umha estética determinada de tribo urbana ou siareiros de futebol. O fascismo nom é mais que umha das ferramentas das que dispom o capitalismo para se defender das justas luitas que tem de empreender a classe operária pola sua libertaçom. É umha ferramenta que tem guardada na recámara e que utilizará conforme os seus intereses e necessidades.

Fascismo nom som os bobos da Falange ou qualquer um partido extra-parlamentário de semelhantes caraterísticas. O fascismo nom som os Ultras Sur nem mais alguns siareiros do futebol a berrar e a agredir os siareiros rivais. Nem o fascismo som as diferentes tribos urbanas que moram nas grandes cidades europeias e que se componhem de autênticos lúmpen racistas que desabafam as suas frustraçons espancando minorías étnicas.

Fascismo agora mesmo é um capitalismo em descomposiçom, a impor medidas e cortes que levarám as classes populares à miséria absoluta e a depauperizaçom. Que tornará impossível as nossas vidas e vai-nos fazer trabalhar até a fronteira da norte e sem rendas ao sermos reformados. O fascismo é a ferramenta que vai utilizar o sistema capitalista para agredir outros povos e roubar-lhes as suas riquezas naturais.

O fascismo é um sistema educativo-informativo-cultural que instrui as populaçons na resignaçom e na ideia que apenas é possível o que há. Este, o sistema capitalista, é o único possível e quem o duvidar conhecerá a cadeia e a repressom.

O fascismo é o recurso à força por parte do sistema capitalista para impor seus criterios e medidas e nom apenas isso, no monopólio dessa força, todas as outras forças e violências som terrorismo.

Já há anos que o sistema capitalista está a levar estas ideias à prática. A guerra do Vietnam, o golpe do Chile, a época de Reagan e Teacher com a cumplicidade da Igreja fôrom um anticipo de por onde iam ir as cousas. O derrube da URSS e do campo socialista deixou as portas abertas ao capitalismo, que se dispujo a funcionar de jeito fascista e já abertamente. As guerras de rapina nos últimos anos dam prova de todo isto. As medidas económicas e a globalizaçom em chave exploradora afiançam, o que já comentamos.

O capital vai por todas, nom querem mais sobressaltos como o que tivo após a revoluçom de outubro e o fim da segunda guerra mundial e para isto vota mao da sua arma mais contundente, o fascismo.

O grande problema é que todo isto já “passou”. Quer dizer, o famoso “Nom passarám” infelizmente nom se completou e passárom até a cozinha. Passárom perante a indiferença quando nom cumplicidade de parte da esquerda, a esquerda reformista e grandes maiorias das classes populares, anestesiadas como estavam com o consumismo e a liga das estrelas.

Passárom e agora o reto nom é dizer “Nom passarám”, mas deitar fora o fascismo capitalista das nossas vidas. Se nom o conseguirmos, teremos a barbárie de que já nos falou a Rosa Luxemburgo e da qual já podemos ver alguns antecipos.

Nom fica mais que começar a nos educar novamente e mostrar às classes populares textos e definiçons como a que propujo Dimitrov. Já que, se nom conhecermos o inimigo, nom poderemos combatê-lo. Ter claro que fascismo e sistema capitalista som o mesmo.

Temos de reagir já mesmo, se nom, teremos que despedir muitos Iñigo, Carlos ou Clément.

Temos de saber que o fascismo e o sistema capitalista nom o vamos derrotar nas urnas. Esse é o campo de jogo em que nos dim que só podemos jogar, mas o jogo tem-se de desenvolver em muitos campos, na mobilizaçom, na greve, e na agitaçom permanente. É muito difícil podernos ir avante se apostarmos todas as nossas cartas nas urnas.

E, em conclusom, termos claro como debemos atuar perante o fascismo. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, quem recentemente viu como o seu país foi vítima dumha agressom, tinha claras duas cousas. Umha delas que dita agressom tinha caráter fascista e que, perante ese tipo de atos, apenas tem cabimento a mao dura.

Mao dura, dixo Maduro, e esse é o jeito de reagir perante o fascismo.

Nom passarám?


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