A profusão de centrais sindicais no Brasil acaba por esvaziar o dia do Trabalhador, até porque, os protestos contra as ações voltadas para as classes exploradas, ou são minimizados pela mídia, ou simplesmente ignorados. Preferem as festas que sorteiam casas, carros, apresentam shows e o indefectível figura do padre Marcelo Rossi, que, nesta semana deu entrevista condenando o legado de João XXIII em sua célebre Mater Et Magistra (justificava até a luta armada).
É claro mantêm o processo de alienação, o espetáculo, garantem os milhões em faturamento nas mais diversas modalidades de engolidores de fogo e espadas.
As centrais sindicais de luta, os partidos de luta, mercê do inquestionável crescimento dos últimos anos de busca de uma unidade em torno de princípios básicos, acabam tragados nessa pantomima, o que não significa que a luta não avança, mas que os obstáculos são imensos e o caminho a percorrer e longo.
As principais centrais sindicais ou disputam poder na aliança que segura um governo tíbio e montado numa copa do mundo e na perspectiva de uma olimpíada em 2018, enquanto o governo por sua vez vai comendo o mingau pelas beiradas e diminuindo os direitos dos trabalhadores, limitando as conquistas, num País onde o populismo é a maior força e o Judiciário ser arvora em dono único e exclusivo da constituição, com seu paquidérmico peso, lentidão e corrupção.
Partidos populares como o quase centenário PCB, setores do PSOL (que em determinados estados está à direita do DEM) e o PSTU, sustentam o primeiro de maio como dia do trabalhador e marca de dores e sofrimentos que resultaram nos avanços de hoje.
A recente divulgação dos índices de desemprego na Europa Ocidental, 12,6% mascara a situação de Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chipre ao incluir as potências sanguessugas como Alemanha e França, essas até agora imunes à crise embora os franceses já estejam amaldiçoando o voto em Hollande (é cedo para prognósticos assim
Esse dado não significa que estejamos imunes à crise. Ou que dados semelhantes não possam bater aqui no futuro. O processo de globalização levou Obama a dizer que "exportamos nossos empregos para a China". Em menor escala não tem sido diferente a nossa situação.
Primeiro de maio é dia de luta, as comemorações das conquistas são exemplos de novas lutas, novas batalhas até que a classe trabalhadora possa chegar ao poder e transformar a "globalitarização" (definição do geógrafo Milton Santos) em internacionalização do socialismo.
Vencer a barreira dos chamados partidos burgueses, donos das festas patrocinadas pelos donos do capital e difundidas ao máximo pelo lixo que chamam mídia de mercado.
E até que se tenha essa consciência é só um feriado a mais.