Em primeiro lugar os filhos dos mendigos e, logo de seguida, os filhos dos pobres, o que teria múltiplas vantagens, entre elas o facto de as mulheres grávidas deixarem de levar pancada – hábito então – porque carregavam no ventre algo que tinha saída no mercado, e não mais um pedinte a gritar com fome.
Creio que é hora de, nós portugueses, nos levantarmos e propormos medidas com este grau de sabedoria. Vai ser duro mas é um sacríficio necessário para reencontrar a nossa credibilidade nos mercados.
Comer as 100 00 mil crianças que estão em risco em Portugal, comer também as que estão a ser acolhidas em casas de famílias pobres que estão a recebê-las, não para tratar delas mas para ficarem com o magro rendimento que a segurança social lhes transfere por isso. Fazer um guisado de pensionistas, esses perdulários, que descontaram toda a vida e agora querem descansar, o que está obviamente acima das possibilidades daquilo que Ulrich aguenta. Pegar fogo aos lares, o que tinha como efeito colateral criar emprego no sector dos bombeiros – chama-se a isto empreendedorismo. Podemos estender a ideia às casas vazias. Pega-se fogo e logo a seguir o preço dispara com efeitos óbvios no rating do país. O Grupo Mota Engil recupera as casas e cria emprego – dinamismo empresarial.
Os desempregados, Ricardo Araújo Pereira, propõe, num texto magnífico, dar-lhes um tiro na cabeça. Discordo. Não será competitivo. Porque sem desempregados os que estão empregados perdem o medo e vão exigir um salário acima da reprodução biológica, cai a produtividade!
Podemos claro optar por transformar os desempregados em soldados. Aí sim, o PIB cresce. Transformamos a Auto-Europa numa montadora de tanques –com motores feitos na Alemanha para ter o apoio da comissão de trabalhadores da Wolkswagen de lá. E invadir os espanhóis, que estão com o mesmo problema, 4 milhões de desempregados a manifestar-se a toda a hora. Trata-se de cumprir a nossa palavra com os nossos parceiros e não nos deixarmos ficar mal no estrangeiro. Os professores desempregados que não forem para a frente de guerra, podem ir para a fronteira ajudar à comunicação entre os generais portugueses e espanhóis. Os feridos, faz-se um acordo de cooperação com Espanha para dividir o tratamento deles, 1/3 pelo menos nos hospitais da CUF para garantir a rentabilidade do Grupo Melo e da Siemens. Os funerais idem, que ser enterrado sem dar lucro é uma regalia.
Os políticos que nos governam, esses sim, devem ficar onde estão, no Parlamento e no Palácio. Porque, o que seria de nós sem o Governo deles, sem o Regime deles e sem o Estado deles?
Quanto cobardes cabem na palavra medo?