O texto focaliza os primeiros pronunciamentos dos novos presidente e primeiro-ministro do país. São Li Keqiang e Xi Jinping, respectivamente. Ambos confirmaram a intenção de mudar o perfil da economia chinesa. O atual modelo fortemente exportador cederia espaço à expansão do mercado interno.
Tal mudança incluiria ainda duas outras transições. A economia sob pesado planejamento central se abriria mais ao mercado. E a preponderância rural de sua distribuição populacional daria lugar a uma sociedade urbana e industrializada.
As mudanças devem ser lentas e seguras. É o que espera não só o governo chinês, mas todos os governos do mundo. Não estamos falando apenas da fábrica do planeta, em que qualquer alteração na produção mexe com toda economia mundial. Trata-se também de um país com 1,3 bilhão de habitantes. Destes, 130 milhões vivendo abaixo da linha de pobreza e 800 milhões pouco acima dela.
O jornal ouviu Zhang Yuyan, diretor do Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais. Ele afirma que a China está em plena "transição do planejamento central para uma economia de mercado socialista".
Mesmo que não fique claro o que seria uma "economia de mercado socialista", o mais provável é que signifique um aprofundamento das relações capitalistas e suas contradições. A potência demográfica também pode se tornar uma bomba-relógio social.