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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

Com a mao dura

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quinta, 14 Março 2013 01:09

Com o cadáver do Hugo Chávez ainda quente, diante dum povo em pé de luita e com a dignidade como bandeira ressoam as palavras de Maduro jurando seu cargo de presidente da República Bolivariana da Venezuela.


Revolucionário nascido na classe operária, ex-motorista de autocarro, trabalhador e sindicalista, o perfil deste homem, nom oferece dúvidas a respeito da sua fidelidade à causa da Revoluçom Bolivariana e Socialista. Também nom deixa lugar a dúvidas as suas palavras: Juro defender a obra e a revoluçom de Hugo Chávez "com a mao dura".

Som, com certeza, muitas as ensinanças que venhem da Venezuela e do processo, o seu caudal teórico é muito extenso, mas ocorre que deve ser examinado dito caudal na sua totalidade, e nom ficarmos apenas nas questons mais interesseiras.

O processo revolucionário da Venezuela no começo é um processo para Venezuela e extensível a toda a América Latina na sua vertente ideológica bolivariana. Bolívar é a pessoa que de um jeito decidido luitou pola independência dos povos de América e que falou da possibilidade da integraçom de todos eles numha Pátria Grande. Do mesmo jeito que Nasser advogou pola libertaçom dos povos árabes e postulou a favor do panarabismo. Ambos, Bolívar e Nasser conheciam avondo que apenas com a unidade era possível salvar às suas naçons das garras do imperialismo quer ianque, quer europeu.

Mas difícilmente essas experiências som extrapoláveis à Europa. O processo revolucionário nos paises da Europa tenhem de ser diferentes nos ritmos e nas formas. Nom estamos a falar de realidades que desejam ser desligadas do imperialismo, estamos a falar de sociedades que vivem no próprio coraçom do império.

Com certeza, a revoluçom bolivariana na Venezuela nasce dum processo eleitoral, mas ficar só com este dado é fazermos umha análise muito pobre e muito interesseiro. A revoluçom bolivariana além de recolher longos anos de luita, também luita guerrilheira, nutre-se assim mesmo dumha infinidade de movimentos sociais, coletivos populares, luitas setoriais e de bairro, que apenas precisavam dumha faísca (a faísca de que falava Lenine) que lhes oferecese o tiro de espingarda como início do ponto de saída. Após o "caracazo", as condiçons objectivas estavam dispostas e umha figura como a de Hugo Chávez, soubo personificar essa faísca e dar-lhe vida.

Vinhérom depois os seus triunfos eleitorais, mas triunfos eleitorais que nom seriam assim sem a fabulosa mobilizaçom social dum povo que estava em marcha e que foi motivado sem serem cortadas as suas asas. Polo contrário, o movimento capitaneado por Hugo Chávez incentiva essa mobilizaçom social. A rua nom foi perdida, a rua foi recuperada para o povo, este era o seu dono.

Esta é outra ensinança fundamental da experiência venezuelana. Se o povo nom está na rua, defendendo o seu, se o povo só tem de votar, se todas as cartas som dirigidas ao jogo da democracia burguesa, muito provavelmente perdamos. A democracia burguesa tem umhas regras dispostas para que os povos perdam.

Certo é que o governo bolivariano evitou a confrontaçom direta com a burguesia e o imperialismo na sua vertente armada, mas tam certo como isso é que a Venezuela armou-se até os dentes com armamento proporcionado pola China, Rúsia e outros paises, armamento que fijo com que a Colómbia e os Estados Unidos tivessem de pensar dos veces antes de irem a umha guerra direta como semelhava podia ocorrer há tres anos. Nesse sentido Hugo Chávez, que era um militar e o seu governo levárom à prática esse velho dito de: "Povo armado, povo respeitado".

Se falarmos com toda a clareza, nem Cuba nem Coreia do Norte nem a Venezuela estariam do jeito que estám sem um exército que defenda suas revoluçons com um armamento dissuasório. E iso sem entrarmos em valorizaçons das diferenças evidentes entre as revoluçons e experiências destes tres paises, diferenças obvias. Nesse sentido dizer que a revoluçom bolivariana é umha revoluçom pacífica, é tam certo como ter que dizer que junto à mobilizaçom e as urnas, um dos seus sustentos é um exército fortemente armado. Apenas com o voto, o povo venezuelano nom estaria onde está.

A Venezuela no decorrer destes últimos anos tivo umhas posiçons internacionalistas inequívocas. Hugo Chávez nom duvidou nem um instante em oferecer apoio à Líbia, a Síria, à resistência palestina, nom tivo contemplaçons com o sionismo, tivo umha relaçom muito cordial com o Irám, e com o islamismo anti-imperialista, mostrou a solidaridade com a Coreia do Norte perante as provocaçons do império. O internacionalismoo ou é anti-imperialista ou nom o é e se "tonteia com a gusanera do mundo árabe", se as posiçons som tíbias perante as agressons imperialistas aos povos da Líbia ou Síria, amigos e amigas, vamos polo caminho errado.

Se temos amigos no campo da social-democracia, já é conhecido neste momento do filme que o golpe de punhal está a cair. A comunidade internacional vai apoiar-te se cumpres o que eles ordenam e como nom, a revoluçom bolivariana está de boa vontade no denominado polo fascismo mundial "eixo do mal". Com o "eixo do mal" nom hás ser apunhalado polas costas, como sim acontece a miúdo com a social-democracia.

E Maduro já o pronunciou com grande clareza. "Com a mao dura" vam defender as conquistas sociais e vam aprofundar na revoluçom, já que o inimigo, que nom é outro que a burguesia venezuelana e o imperialismo vai usar todo o tipo de tretas e malas artes com o alvo de tentar sabotar o processo e fazer retroceder ao povo da Venezuela à época da exploraçom e o roubo das suas riquezas naturais. Para evitarem isso está a " mao dura" da que falara Maduro e as palavras extraordinárias ditas no congresso do Partido Comunista da Venezuela.

As ensinanças da revoluçom venezuelana som muitas. Nom devemos apenas ficar no ganho das eleiçons, porque esta seria umha análise muito pobre.


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