Mas nós, o povo galego, ganharemos esta batalha.
Disto há absoluta certeza.
Quando acontecer, tenho intençom de viajar por todo o país para felicitar os nossos e nossas abnegadas compatriotas, militantes e companheiras de luita, e visitar os velhos, que graças a eles se mantenham vivas, no seio do povo, as nossas milenares tradiçons e costumes ancestrais e a nossa mocidade e crianças como futuro esperançoso, que saberám arvorar a bandeira da Pátria bem alto, para que nunca mais seja assovalhada.
Mas hoje, aqui e agora, é necessária a unidade de todas e todos os compatriotas, para como umha só pinha, em estreita unidade prestar dedicaçom total á classe trabalhadora, ao Povo e à Pátria. É importantíssimo que as revolucionárias e os revolucionários galegos estejamos fortemente unidos, só assim é que poderemos unir e organizar ao nosso povo e o conduzir dum sucesso a outro através dumha resoluta luita.
Todo aquele que de verdade se considerar um revolucionário deve cuidar e defender a unidade e a unanimidade como a meninha dos seus olhos.
A consecuçom dumha ampla democracia é a prática regular e séria da autocrítica e a crítica, som os meios mais adequados para consolidar e estimular a solidariedade, a fraternidade e a unidade.
Deve existir afeto e camaradagem entre todas e todos os que luitamos por umha Galiza independente e mais próspera.
A nossa mocidade trabalhadora, em geral, é excelente.
Está sempre disposta a entregar o melhor de si mesma, sem qualquer temor às dificuldades e ansiosas de contribuir para o progresso. Devemos estimular as suas virtudes revolucionárias e prepará-los para que sejam os nossos justos sucessores, tanto "vermelhos" como "especialistas" na luita pola libertaçom nacional.
É de primordial importáncia e necessidade preparar e educar futuras geraçons revolucionárias.
A nossa populaçom trabalhadora tem suportado durante muitíssimos tempo duras provas, opressom e exploraçom colonial. É está a padecer a experiência dumha dura repressom e dumha esquilmaçom dos seus recursos naturais. Mas o nosso povo tem mostrado grande valor, capacidade de sofrimento e laboriosidade.
A luita de resistência contra o imperialismo espanhol vai ser longa e dura. Quiçá os nossos compatriotas tenham que se enfrentar a muitos sacrifícios antes de atingir a independência e o socialismo. Aconteça o que acontecer, devemos manter-nos firmes na resoluçom de combater contra os agressores espanhóis até a vitória total.
Os nossos rios, as nossas montanhas e o nosso povo perdurarám. Umha vez derrotados os agressores e atingida a independência, edificaremos um país mil vezes mais formoso.
Por grandes que forem as dificuldades e privaçons que nos aguardam, o nosso povo deve estar seguro do triunfo total. Os imperialistas espanhóis terám que desistir e dar-nos a independência. Nós, umha naçom pequena, teremos a insigne honra de ter derrotado, através dumha luita heroica a um Estado apetrechado até os dentes, e de dar umha digna contribuiçom para os movimentos de libertaçom nacional.
Toda a minha vida servim a Pátria, a Revoluçom e o Povo de todo coraçom e com todas a minhas forças. Agora, quando estou perto dos 60 anos e meu grande desejo é que todas as organizaçons revolucionárias galegas se unam e junto ao nosso povo, aunando as suas forças edifiquemos umha Galiza pacífica, independente, democrática e próspera, e demos um digno contributo para a libertaçom doutras naçons.
Por último, quero agradecer os milhares de pessoas que, durante estes dous anos, mostrárom a sua solidariedade de diferente maneira, dando-me alento através dumha carta ou um postal, vindo a me visitar (percorrendo centenas de quilómetros para comunicar tam só quarenta minutos), ou solidarizando-se com contributos económicos (imprescindíveis para poder viver na cadeia com um pouco de dignidade). E, sobretodo, quero agradecer e enviar um fortíssimo abraço à família, a amigos e amigas e ás compatriotas que durante duas longas jornadas, nos dias 5 e 6 de Fevereiro, se concentrárom diante dos Julgados e assistirom à vista para protestar polo julgamento-farsa . O primeiro dia, o juízo começou às 10 da manhá e terminou ás 16h30 sem interrupçom, e o segundo dia desde as 10 até as 14 horas. Em todo este tempo, foi emocionante e alentador escuitar na sala os berros de solidariedade provenientes da rua. Fôrom duas jornadas solidárias e de protesto intensíssimos e a gente agüentou estoicamente, sem jantar, desafiando o frio e sem se deixar intimidar pola numerosa presença policial. Obrigado a todas e todos.
Viva Galiza Ceive!
Resistir é vencer!
A Lama, 7 de Fevereiro em 2013
Telmo Varela