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Diego Bernal

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Logo se aprende

Do ñ para o nh

Diego Bernal - Publicado: Sexta, 01 Março 2013 21:48

Numha conversa informal, ao balcom do madrileno Patio Maravillas, o professor Carlos Taibo contou-me como numha das suas aulas comprovou a dificuldade de ter um debate sereno sobre as línguas faladas no Estado espanhol. Com certeza, o ponto de consenso entre as diferentes partes pode ser o axioma: nom é fácil refletir sobre os conflitos lingüísticos sem esbarrar nos intensos sentimentos que as línguas geram em cada um de nós.


É por isso que gostei de ler umha recente entrevista ao presidente do Conselho da Cultura Galega onde reflexiona sobre o padrom lingüístico do galego de um jeito natural e descontraído, tranqüilo e enriquecedor.

Opina Ramom Vilares que embora fosse necessário assumir a decisom tomada em relaçom à padronizaçom do galego esta pode ser revista. Eis as palavras do historiador :

Non se trata de que aquí falemos portugués, senón de termos unha especial sensibilidade … co mundo da lingua portuguesa [ …] Só pode abrirnos camiños porque o portugués non é só unha lingua mundial, senón que é oficial na Unión Europea e quen domine dúas linguas oficiais ten moitas máis oportunidades. Desaproveitamos ese recurso. Entendo ben porque se fixo, non só por moderación política, tamén por nacionalismo […]  Pero que iso fose así non quere dicir que non sexa revisábel e teñamos que facelo. Quizais esteamos agora no momento de reconsideralo.”

Sensibilidade, oportunidades e agora som três magníficos alicerces para endireitar o rumo do corriqueiro e visceral debate da questione della lingua. Por que no fundo, há alguém que duvide da necessidade de amplos consensos entre os defensores do idioma para a sobrevivência da comunidade lingüística galega?

Álvaro Cunqueiro dixo “Um escritor que nom escuita jamais será um bom escritor”. Talvez seja o momento de escuitarmo-nos os uns aos outros para escrevermos melhor.

Do ñ para o nh intitulou Valentim Fagim um útil e bem sucedido manual de língua. Um bom começo poderia ser recuperarmos a proposta do já falecido escritor e também presidente do Conselho da Cultura Galega, Carlos Casares, de trocarmos o “ñ” castelhano polo “nh” galego-português. Do ñ para o nh, bom título e bom rumo, abofé.


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