Por isso, reclamo modificar a arcaica, velha e injusta lei de execuçom hipotecária e a de ajuizamento civil que deixa no desamparo a famílias inteiras e que está descaradamente ao serviço da banca.
Perante a vaga de “suicídios”, PP e PSOE anunciárom a paralisaçom dos despejos para se curarem em saúde. Como sempre, foi umha artimanha baseada supostamente em critérios económicos e de vulnerabilidade, com o único objetivo de “apaziguar” o mal-estar e ao mesmo tempo seguir a contentar a banca, pois exclui pola segunda vez a maioria de gente que está a sofrer este drama. Um dos mais graves da mal chamada sociedade de bem-estar. De facto as medidas do Governo som umha cortina de fumo, pois, desde que anunciam a paralisaçom dos despejos de lares, continuam a mandar para a rua milhares de famílias diariamente. O PP nom chegou nem sequer aceitar as formulaçons do PSOE que, por sua vez, tampouco cumpriam os mínimos exigidos polas associaçons e coletivos de afetados.
A medida nom será retroativa, polo qual milhares de pessoas que perdêrom os seus fogares nom poderám recuperá-los. Para elas, o Governo di que reserva o seu indeterminado parque de vivendas. Tampouco se fai mençom aos interesses de demora, que incrementam as dívidas no momento da falta de pagamento, nem se aborda o valor da taxaçom. Segundo o Governo, isto poderia entrar em discussom durante o trámite parlamentar, outra mentira mais para ganhar tempo, pois com a sua maioria absoluta pode levar todas as suas medidas adiante sem aceitar propostas nem sugestons de ninguém.
Outro elemento que nom se toma em consideraçom é a doaçom em pagamento. O ministro de Guindos assinalou que já está previsto em determinados contratos, embora considere que nom é a via mais eficaz. Durante a sua intervençom, chegou a assegurar que as “dívidas e os juros pagam-se”, preocupando-se assim mais com os juros dos banqueiros que com a sorte que correm milhares de famílias abocadas a este terrível drama pola aitude usurária e espoliadora da casta bancária.
É claro que o ministro se mostra taxativo quanto a que as “dívidas e os juros se pagam”, mas referindo-se sempre às pessoas humildes, as trabalhadoras e trabalhadores. Em nengum momento se refere aos bancos, cujos buracos económicos motivárom a intervençom europeia e que pagamos todas e todos com os nossos impostos e que motivou sucessivos cortes sociais que agravárom ainda mais a precária situaçom do povo trabalhador. Cortes em saúde e educaçom para tapar os buracos da banca. @s que contribuímos –obrigad@s claro está-, a sanear os bancos, polas más práticas dos seus diretivos, pagamos as conseqüências com um maior empobrecimento.
Chegou o momento de mostrar a nossa raiva polas conseqüências que os despejos estám a provocar em numerosas famílias.
Desde que se iniciou a crise económica na Galiza, mais de dez mil pessoas fôrom expulsas dos seus lares por nom poderem fazer frente aos pagamentos das hipotecas. Nom é justo que com os nossos impostos reabilitemos os bancos e a seguir estes nos botem sem contemplaçons das nossas vivendas. Eu convido os afetados e afetadas a luitarem com todas as conseqüências, com unhas e dentes, pois já nom tenhem nada mais a perder e a vizinhança, familiares e amizades a se movimentar, solidarizar e luitar ao seu lado.
Há que luitar contra os despejos, mas também contra os cortes na saúde, na educaçom, na cultura, na dependência. Há que agrupar todas as frentes de luita num só. A fragmentaçom prejudica-nos, com ela o inimigo –comum para todas as demandas-, sai favorecido. Todos os problemas tenhem a mesma raíz, som conseqüência de um sistema parasita, caduco, voraz… formam um todo, por isso nom tem sentido luitar cada um polo seu lado. Devemos unir forças e golpear todos unidos numha mesma direçom as próprias bases do sistema capitalista. Já nom podemos duvidar, é o momento de tomar as ruas, de luitar com coragem e valentia para acabar com a lacra capitalista que liquida as expetativas e esperanças de muitas pessoas e famílias.
Já nom temos nada que perder e sim um futuro que ganhar, mas temo-lo que pelejar, nada vai vir de balde.
Quem som os responsáveis polos despejos? Os bancos com a cumplicidade e amparo dos govenos de serviço. Quem som os responsáveis do engano das preferentes? Os mesmos que os dos despejos. Entom que sentido tem que “Stop Despejos” luite por um lado e os afetados das preferentes por outro?
Uns e outros som vítimas da especulaçom e do lucro dos bancos. Nom seríamos mais e teríamos mais força luitando conjuntamente?
A soluçom a todos os nossos problemas passam pola luita. Se já o sabemos até quando vamos esperar?
Confrontamo-nos com políticos corruptos e a banqueiros genocidas, uns inimigos duros de combater. Ainda assim, ou precisamente por isso, contra os despejos e as preferentes, organizaçom e luita.
Com organizaçom e luita temos futuro.
Telmo Varela
Cárcere de Topas, 1 de janeiro de 2013