Trata-se de Gabriel Feltran, Karina Biondi, Camila Nunes e Adalton Marques. O texto intitulado "16 perguntas sobre o PCC" é enorme, mas vale a leitura.
Segundo os entrevistados, o PCC tem uma hierarquia pouco tolerante a lideranças autoritárias. Seria responsável pela diminuição dos homicídios nas prisões e nas comunidades pobres. Também teria banido o crack nos presídios e em muitos lugares da periferia. Tudo isso em nome de alguns valores morais. Quase uma ideologia.
Podem-se tirar as conclusões mais sensatas ou delirantes disso tudo. Mas uma coisa ficou bem clara na entrevista. Perguntados sobre o que poderia enfraquecer ou acabar com o PCC, as respostas foram parecidas: “... seu fortalecimento está diretamente ligado às formas de opressão que o Estado dirige à população carcerária”, diz Karina.
Gabriel destaca o “desemprego e a fragilidade da garantia do direito à segurança dos mais pobres”. Mas, conclui, “radicalizar a repressão e o encarceramento só me parecem colocar mais água nesse moinho”.
Camila afirma que não sabe como “acabar com o PCC”, mas tem uma certeza:
...o aumento da repressão dentro e fora das prisões, a carta branca que parece ter a polícia para matar na periferia e outras formas mais de desrespeito aos direitos da população pobre da periferia e dos presos, são elementos que fortalecem o PCC...
Ou seja, é a política de segurança ultraconservadora dos últimos governos paulistas que fortalece o PCC. Os tucanos dão de comer às feras que ajudaram a criar.