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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

O PNV (Partido Nacionalista Basco)

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quarta, 10 Outubro 2012 22:52

Quase com certeza há pessoas a pensarem que este escrito de opiniom tem a ver com as próximas eleiçons autonómicas na Comunidade Autónoma Basca, que correspondem apenas a três das províncias que conformam a Euskal Herria. Mas, nem por isso. Nom se trata dum artigo destinado a desgastar políticamente nem Urkullu, nem PNV pensando em chave eleitoralista.


Mas sim, tenta, por seu lado, evidenciar que, quer Urkullu, quer PNV, e ainda mais em tempos eleitorais, por enésima vez em seus mais de cem anos de história estám a tentar enganar o povo basco, apresentando-se como um partido soberanista e progressista. E é que alguns votantes e mesmo militantes do PNV acham serem "de esquerdas". Qual é o motivo deste curioso fenómeno de pessoas a se proclamarem de esquerdas, mas que votam e militam num partido democrata-cristao, de direitas e autonomista?

Durante 40 anos de duraçom da ditadura de Franco, ao falarem de direitas nas províncias bascas vinculava-se de imediato aos governos de Madrid, centralistas, autoritários ,e fascistas, e capitalistas no económico.

Isso criou a "lenda urbana" de que o PNV, sendo oponente a Franco, por conseqüência, também era de esquerdas. Um razoamento muito simples. Oponente a Franco entre muitas aspas, porque exceto algum honroso caso, a oposiçom a Franco do PNV nom atingiu mais que umha mostra testemunhal. Aguardar a que o "amigo americano" vinhera a nos libertar e enquanto surgiu a evidência de que os ianques nom iam mexer um dedo por Euskal Herria aguardárom a que Franco morresse na cama. Algumhas caminhadas ao monte onde se mostrava e guardava rapidamente a ikurriña (bandeira basca) é a escassa bagagem dos oponentes do PNV. Mas isso foi suficiente para muitas pessoas pensarem que o PNV era de esquerdas.

Mal morreu o ditador, o PNV mostrou a patinha. Umha autonomia ampla e mais nada, com isso já ficavam satisfeitos e, por certo, que fossem eles os que a gerissem. Fazer de "Euskadi" umha espécie de enorme batzoki (sede do PNV) onde poder desenvolver os seus negócios e renunciar absolutamente a Euskal Herria. Como o PNV nom tinha força nem em Nafarroa nem em Iparralde, simplesmente, esquecem mais da metade do país. Concordam con gerir a Comunidade Autónoma Basca.

Assim, tenhem agüentado mais de trinta anos. Uns atiravam pedras e eles recolhiam as nozes como diria Arzalluz, essa personagem que dirigiu o PNV, ex-jesuita e fundamente reacionário.

Acontece que a história avança e embora nom te queiras definir, mais tarde do que cedo, tens de fazê-lo. Ainda que prefiras ficar no cruzamento de caminhos, chegará um momento em que alguém virá polas costas e te exigirá que vaias para um lado ou para outro.

O PNV acabou o tempo das indefiniçons. É muito bom inaugurar batzokis e bater no peito afirmando ser independentista, enquanto no dia seguinte vai a Madrid pactuar novos nós para Euskal Herria com o Estado espanhol. É muito bom denominar-se soberanista, enquanto há decenas de milhares de militantes do PNV nos conselhos de administraçom de empresas importantes espanholas ou espanholistas, como convinher. O caso de Josu Jon Imaz, o anterior presidente do PNV, hoje presidente de Petronor e do patronato espanhol dos petróleos, talvez seja o mais conhecido, mas os interesses de classe e de partido do PNV estám ligados a Espanha.

Precisa-se de mais clareza em evidenciar o que alguns assegurávamos há bastantes anos? Essa afirmaçom que assevera que nom desejam um divórcio com Espanha... Será que nom é umha reivindicaçom de seu autonomismo-regionalismo? Um regionalismo, aliás, em que apenas cabe 3 das 7 províncias bascas e cada vez mais limitado, porque o PNV só tem umha força sobranceira em Biscaia, a província onde a oligarquia basca predominou durante anos alicerçada na selvagem exploraçom da classe operária e umha oligarquia por um lado espanholista, a do PP, e por outro lado basquista, a vinculada ao PNV, mas sempre a se compreenderem, devido a seus interesses de classe.
Umha Biscaia onde na capital, Bilbau governa um Azkuna, que representa o mais retrógrado e reacionário do PNV e com um setor de votantes que nas gerais vota ao PP e nas municipais ao PNV de Azkuna. Um Azkuna que mantém símbolos fascistas na cidade e ruas dedicadas a falangistas. Esse é o PNV de Bilbau.

No social o PNV, como já dixemos é a direita e de novo seu candidato Urkullu foi encarregado de reconhecê-lo estes dias. Umha galopante crise económica de caráter capitalista, umhas classes meias a cada vez mais classes baixas e umhas classes baixas a cada vez mais depauperadas.

Os ricos a cada vez mais ricos e a gente exigindo um reparto mais justoda riqueza e o candidato jeltzale afirma que é "demagogia que quem tenha mais tenha que pagar mais impostos". Após comprovarmos como a diputaçom de Bizkaia permitiu nom pagar impostos a Iberdrola um par de anos, compreendemos afirmaçom deste homem.

Empresas vinculadas ao PNV com EREs e conflitos laborais em que, os empresarios "abertzales" som da mesma, e perante as disjuntivas apresentadas, o primeiro e seu peto. Um PNV a insistir na defensa do capitalismo mais antisocial, mais neoliberal, e mais próximo às oligarquias financieiras. Perguntade em Neguri.

Falemos de posiçons internacionais e temos de ficar apenas com tres dados, um de há 26 anos, mais outros dous recentes.

Há 26 anos, o PNV já mostrou suas credenciais apoiando a banda criminal OTAN. Quando o estado espanhol ingressou na estrutura criminal, nom duvidou PNV em apoiar a entrada.

Há um ano a citada banda bombardeou a Libia numha suposta defensa da democracia. Milhares de mortosnom conhecerom a democracia prometida, e um povo inteiro viu como lhe roubavam suas riquezas e era submetido a um cruel sistema feudal ultra-religioso. Nom lhe faltou à OTAN apoio do PNV através do voto no parlamento espanhol.

E ainda nom há umha semana que Anasagasti, membro do PNV que joga a ser anti-monárquico, como movimentos bem pensados, mostrou orgulhoso nas portas do consulado de Venezuela de Bilbo seu voto a Capriles, candidato do imperialismo e a ultra-direita para acabar com a revoluçom bolivariana, esperança do povo venezuelano e do conjunto de América Latina. Nom foi possível vermos a cara de pócker perante a vitória popular do bolivianismo.

Estes e mais alguns dados evidenciam PNV de direitas e regionalista, que apenas aspira gestionar ( e de que jeito...) três das provincias vascas, sem qualquer umha aspiraçom soberanista. E a questom que fazemos é...Com esta gente e com este partido De quê pode falar ou negociar qualquer que anseie a soberania nacional de Euskal Herria y/o qualquer que anseie o socialismo para nosso povo?


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