De golpe, desaparecêrom "estratégias", "táticas", as assembleias, a democracia horizontal e demais formalismos na sopa de siglas existentes, para dar passagem a outras siglas mais acordes com o marqueting eleitoral, em forma de coligaçons em que todo vale, todos juntos e revoltos. Dá o mesmo que sejam de direita ou de esquerda, autonomistas que soberanistas ou independentistas, para os triquilhantes da política tanto tem.
O que lhes interessa é somar para ganhar mais votos. Nom há projeto nem programa, só soma de um punhado de carreiristas que só lhes interessa e sopesam como comer maior talhada do bolo. Todo o resto, a miséria, a fame, o desemprego e os contratos lixo nom lhes importa. Agora mesmo, só tenhem na cabeça a distribuiçom de cargos, postinhos e cadeiras (som mais que postos há), já se imaginam no Parlamento bem remunerados, sem baterem pancada, ficando longe dos problemas reais do povo que dim representar.
Feijó convocou eleiçons e de golpe ficou à vista de todos que as cisons no seio do BNG e posteriores apanhos, agrupamentos e acordos nas traseiras nom respondiam a estratégia diferentes, nem a interesses gerais da nossa terra.
Nada disso, respondiam a interesses concretos de grupo e basicamente pessoais de cada um dos seus dirigentes (Báscuas, Táboas, Aymerich, Beiras, Jorquera, Cuinha, Díaz, Abalo...). Todos eles políticos burgueses que, em momentos críticos, nom duvidam pôr-se acarom da burguesia fronte o proletariado. Realmente desejam viver, participar e desfrutar desta democracia bourbónica que incrementa o desemprego, a penúria e a fame do povo trabalhador. Como dirigentes pequeno-burgueses tenhem muito em comum com os Amáncio Ortega, Manuel Jove, Fernández Alvarinho... e identificam-se com a ideologia burguesa, com essa burguesia liberal que defende algumhas reformas do sistema capitalista, para que todo siga igual.
Quando consideram necessário nom tenhem problema em condenar, com toda a energia, a justa luita radical da classe obreira; e nom duvidam em pôr-se com todas as consqüências acarom do Estado e das suas forças repressivas quando de combater a justa e necessária luita revolucionária se trata.
Que Báscuas e Táboas se aliem com Cuinha e Terra Galega entende-o qualquer pessoa, som da mesma natureza. Quando estavam na Junta, com o bipartido, já gostavam de se cotovelar com os empresários mais reacionários do País.
Custa mais entender como a FPG e o MpB que, autoproclamando-se "soberanistas", fossem postrar-se nos braços do beirismo. Acaso nom lembram as condenas de Beiras, no parlamentinho autonómico, das açons do EGPGC, e a sua empatia pública e notória com Fraga? Os que seguimos de perto a política do País conhecemos bem a política claudicante da FPG, de açular e motivar o pessoal para depois desmarcar-se e abandonar os revolucionários detidos. Agora já está onde sempre lhe gostou estar, ao serviço da burguesia sem máscarass nem roupagens.
Desde que a oligarquia levou adiante a reforma política (a finais da década de setenta) as massas aprendêrom muitas cousas em todos estes anos. A nom se fiar das mudanças que nos prometem legislatura após legislatura e que governe quem governar seguimos explorados e oprimidos igual.
O início da Transiçom era umha época de efervescência política e de ilusons, de confiança ainda nos partidos políticos burgueses, mas hoje em dia o desengano é total, estamos num período de reaçom sem precedentes, de graves cortes e reformas laborais, de profunda crise económica e de máxima indignaçom e tensom em numerosas mobilizaçons populares. Perante esta situaçom a posiçom mais coerente é dar as costas para deixá-los com o cu ao ar e impregnar de espírito de luita a toda a sociedade, especialmente a classe obreira.
É o nosso dever educar e conscienciar as massas que a soluçom aos problemas da naçom galega nom passam polas urnas (polas mascaradas eleitorais), mas pola organizaçom e a luita sem quartel em todas as frentes de combate.
O povo está sofrendo, como nunca, as conseqüências da crise capitalista e nom é com votos como se vai paliar a miséria e acabar com o desemprego. Trinta e seis anos de parlamentarismo é um período suficiente para saber que por esse meio nom arranjamos nengum dos nossos principais problemas, é mais, assim como passa o tempo agravam-se mais e mais fazendo das nossas vidas um calvário.
Há que ser claros e conseqûentes, a soluçom nom passa polos votos, a soluçom aos graves problemas que padecemos passa por nós mesmos, pola nossa capacidade de decisom e de luita. Até hoje, todos os direitos que agora estám arrebatando-nos, fôrom conquistados a base de muita luita, sacrifícios e esforços. Até agora os votos nom nos dérom nada e nom vam dar-nos. A luita é o único caminho.
Nom podemos combater o sistema capitalista e, ao mesmo tempo, segurá-lo para que nom se desmorone, participando nas suas farsas, dando oxigénio e credibilidade. Se as organizaçons revolucionárias participamos nas suas montagens estamos confundindo as massas, criando falsas ilusons e promovendo a ideia de que por essa via podemos conseguir algo, quando nom é verdade. Se as massas pensam que pola via parlamentar se pode conseguir algo nom se prestarám a luitar por outras vias que requerem mais esforços e sacrifícios, nem empregar outros métodos de luita mais complexos. Só quando tenham claro que pola via pacífica e parlamentar nom solucionam nada, só entom estarám dispostas a empregar outros métodos e formas de luita. Jogamos à democracia, ou "jogamos" a fazer a revoluçom, do contrário corremos o risco de confundir o pessoal.
Perante a farsa eleitoral, luita popular!!
Eles jogam à democracia, nos fagamos a revoluçom!!
Telmo Varela
Prisom de Topas, Salamanca, 12 de setembro de 2012