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Telmo Varela

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Forja de opiniom

Mudarmos nós mesmos para mudar as cousas

Telmo Varela - Publicado: Segunda, 13 Agosto 2012 15:34

Seguramente nom há a dia de hoje nengumha galega nem galego que nom sinta umha funda preocupaçom pola repercussom que esta crise tem ou terá na sua vida, e por extensom na das suas famílias.


Claro que há que diferenciar os efeitos da “crise” entre as enormes quantidades de dinheiro que recebêrom os diretivos de Novacaixa ou os diferentes políticos profissionais, com os milhares de trabalhadoras e trabalhadores que estám no desemprego, que já nom tenhem ajudas ou que malvivem com salários de miséria. Os cortes vam sempre na mesma direçom, de maneira que convertem as camadas populares nas que tenhem que suportar o peso injusto desta crise que nos afeta.

Perante esta grave situaçom podemos passar de todo, e olhar para outro aldo como senom fosse connosco. Podemos seguir queixando-nos do mal que o fam os políticos, de quantos cartos roubam, da corruçom que há e do bem que vivem todos os que decidem por nós. Podemos filiar-nos a um sindicato maioritário que ao final vai vender-nos, ou também podemos agruparmo-nos entre nós, organizarmo-nos de forma eficaz para que as luitas, manifestaçons e todo tipo de protestos contra a oligarquia tenham resultados favoráveis na acumulaçom de forças.

É muito importante organizarmo-nos o mesmo tempo que educamos e preparamos o povo para que se some à luita e todos juntos dar a batalha que nos leve à vitória. A história do movimento obreiro esta cheia de exemplos, sempre que nos organizamos e luitamos há futuro. Assim pois, nom perdamos mais tempo e organizemo-nos já.

Temos razons davondo para agruparmo-nos e luitar, nom podemos seguir vivndo como se nada passasse, como se todas as reformas laborais, cortes nos serviços públicos nom fossem connosco.

Todas estas medidas som inaceitáveis, som motivo mais que suficientes para organizarmo-nos e luitar.

A pior das atitudes é a indiferença, pensar que os cortes do governo nom te vam afectar ou que outros combatirám por ti. O que tu nom fagas nom o vai fazer ninguém, nom esperes a que umha organizaçom política ou sindicato te tire as castanhas do lume. Se queremos algo positivo e efectivo, a organizaçom e a luita tem que partir de nós mesmos. Se nos propomos temos capacidade de organizaçom, de rebeliom e de luitar por umha sociedade melhor e mais justa. A organizaçom torna-nos fortes e comprometidos e a luita cria laços de irmandade convertendo-nos em audazes e valentes.

É preciso ter em conta que o movimento multiplicou-se por todas partes. Diariamente sucedem-se as greves e as mobilizaçons, o trabalho leva um novo ritmo, o ambiente está mais despejado e o campo de atividade alargou-se. Há que dar a todo o trabalho umha amplitude completamente distinta. É menester deslocar os métodos baseados nas ensinanças de tempos de paz aos de aprendizagem na luita de barricadas. É preciso recrutar com mais audácia, amplitude e rapidez a jovens luitadores para as fileiras de todas as nossas organizaçons.

Se nom sabemos criar com audácia e iniciativa novas formas de organizaçom e luita teremos que renunciar à sá pretensom de desempenhar o papel de vanguarda. Se nos detemos sem alento nos limites, formas e marcos já logrados dos comités, grupos e reunions, demonstraremos a nossa incapacidade. Assim pois, devemos criar umha organizaçom mais vasta, dinámica e forte para estarmos à altura da atual efervescência de luitas e greves, ainda que só abarque a umha pequena parte da gigantesca reserva de material inflamável que reina no seio da classe obreira.

O que proponho é construir desde a fábrica, a paróquia, o bairro, desde a universidade … umha nova maneira de entender o modelo de organizaçom e de luita entre iguais, sem as imposiçons e corsés dos partidos e sindicatos colaboracionistas do atual sistema. Os “Círculos das fábricas -afirmava Lenine na “Carta a um camarada”- tenhem especial importáncia em nós: em efeito, toda a força principal do movimento reside no grau de organizaçom dos obreiros das grandes fábricas, pois as grandes fábricas contenhem a parte da classe obreira predominante nom só polo seu número, senom mais ainda pola sua influência, o seu desenvolvimento e a sua capacidade de luita. Cada fábrica deve ser umha fortaleza nossa … O subcomité de fábrica deve procurar abarcar toda a empresa, o maior número possível de obreiros numha rede de toda classe de círculos (ou agentes) … Todos os grupos, círculos, subcomités, et cétera devem considerar-se organismos dependentes do comité ou seçons finais do mesmo”.

Trata-se de mudar concepçons e ideias, de criar hábitos de organizaçom e de luita. Organizando-nos em círculos e comités de fábrica, de bairro, de faculdade, et cétera, para mais adiante ir plantejando reivindicaçons singelas, próximas às pessoas e sentidas pola maioria do coletivo que podem ajudar-nos a melhorar a nossa vida e avançar face outro modelo social, e sobre todo ensinar às futuras geraçons umhas pautas que permitam ofertar-lhes umha perspetiva de vida melhor e diferente: com organizaçom e luita há futuro.

Telmo Varela

 

Cárcere de Topas (Salamanca)

10 de julho de 2012


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