Em 24/07, o jornalão carioca publicou matéria intitulada "Um arqui-inimigo da censura". Nela, Flávio Henrique Lino cita Marx para defender a liberdade de imprensa. Um dos trechos utilizados faz parte da defesa do revolucionário alemão em processo contra seu jornal, a Nova Gazeta Renana, em 1849:
A função da imprensa é ser o cão de guarda público, o denunciador incansável dos dirigentes, o olho onipresente, a boca onipresente do espírito do povo que guarda com ciúme sua liberdade.
Nada contra o texto citado. E o artigo acerta ao afirmar que Marx, talvez, jamais aprovasse o autoritarismo das "ditaduras comunistas" do século 20. Também está correto ao dizer que Lênin defendia o controle da imprensa pelo governo. O problema é que nada disso tem a ver com o que faz e defende o Globo e o resto da grande mídia.
A imprensa a que Marx se referia fazia circular informações e opiniões. Estava longe de ser dominada pelas grandes corporações atuais. O que o Globo faz é monopolizar o comércio de informações. É impor o ponto de vista que interessa apenas aos ricos e poderosos. Sua atividade precisaria ser regulada pelo código do consumidor e pelas juntas comerciais.
Nada a ver com imprensa ou com Marx. Tudo a ver com empresa e tapeação.