A lógica manda dizer que Obama vencerá. Nem sempre a lógica prevalece, ou acontece. Carter tinha todas as chances de se reeleger e foi derrotado por Reagan. Bush pai chegou a liderar as pesquisas contra Clinton e perdeu. A vitória de Kennedy sobre Nixon foi apertadíssima, tanto nos votos populares (pouco mais de cem mil), como no chamado Colégio Eleitoral, que é de fato quem elege.
Bush filho perdeu nos votos populares para Al Gore e se elegeu com maioria no Colégio Eleitoral. A vitória no estado da Flórida, até hoje apontada como fraudulenta (o governador era Jeb Bush, seu irmão) foi decisiva. No segundo mandato, a reeleição, a fraude teria se deslocado para Ohio.
Milt Romney muda apenas a dimensão da voracidade capitalista norte-americana em relação ao resto do mundo. Se Obama monta todo um espetáculo para fingir a paz, enquanto faz a guerra, Romney tem como característica a boçalidade travestida de requinte de milionários norte-americanos. Os que acham que Obama leva o país para o socialismo.
No último fim de semana esse espetáculo em que as eleições norte-americanas acabam se transformando teve cenas dignas de filmes de Hollywood. Romney saiu à cata de recursos. Funciona mais ou menos assim. Os adeptos pagam para ouvir o candidato. O candidato fala o que os adeptos querem ouvir. A cota era de 25 mil dólares, perto de 50 mil reais.
O que a mídia norte-americana mostrou às portas da mansão onde Romney se alojou era uma longa fila era formada por carros de alto luxo.
Um dos personagens ávidos de participar do evento, Ted Conklin, dono do American Hotel, em Sag Habor, New York, local de hospedagem de ricos e famosos em Hampton, sequer segurava ou escondia seu ódio a Obama.
"Obama é socialista. A idéia dele é encontrar um problema que não existe para fazer com que o governo intervenha". Disse isso de dentro de seu Mercedes dourado. A mulher Carol Simmons, como que querendo realçar o gesto do marido e mostrar o poder do casal disse ao repórter que cobria o evento – "diga a ele quem estará no nosso iate neste fim de semana! Diga a ele!"
Como o marido desejasse preservar o sigilo do hóspede famoso a própria mulher, incontida no desejo de mostrar poder revelou – "um alto executivo da companhia cinematográfica Miramax ficará hospedado no nosso iate de 23 metros de comprimento porque no hotel não há mais quartos disponíveis".
A figura que antecedeu o casal queria saber dos porteiros e seguranças da mansão se existia uma entrada para Vips (very important peoples). "Nós somos Vips, tem uma entrada para Vips?"
Romney é um gangster que ficou rico com trapaças bancárias, tem sido posto em cheque pela mídia de seu país por negócios nebulosos e é autor de uma frase que define bem o que poderá vir a ser o seu governo – "adoro demitir pessoas".
Alvo de investigações da própria mídia norte-americana suspeita-se que tenha depósitos em contas no exterior e sua poupança de aposentadoria ultrapassa os limites considerados máximos para milionários, ninguém sabe de onde veio o dinheiro.
Perguntado, diz que não fala sobre esse assunto.
Os ricos nos EUA pagam hoje cerca de 40% menos em impostos que pagavam nos anos 60 e 70 do século passado.
É grande o número de pessoas sem teto (os bancos executaram milhões de hipotecas do "milagre" Bush), os índices de desemprego são elevados, o que não afeta o consumo de catchup e mostarda e o hábito de limpar a boca com as costas das mãos e tampouco a vocação imperialista dos norte-americanos de acreditarem piamente que não existe nada melhor que o american way life, o modo, ou caminho americano de vida.
Romney já anunciou que vai abaixar os impostos dos ricos, que vai cortar o plano de saúde para classe média e pobres aprovado por Obama e ser duro e inflexível em relação a governos hostis contra os EUA. Tem a seu lado um pregador evangélico e carrega a certeza (hipocrisia) que é enviado divino para libertar o país do "socialismo" de Obama.
Terá sérias dificuldades em explicar seu patrimônio e se a imprensa conseguir furar o bloqueio de seus assessores e bancos estrangeiros onde mantém depósitos vai para o brejo sem qualquer chance de recuperação.
Para que possa ter uma idéia de quem seja, no caso Brasil, uma espécie de Carlos Cachoeira alçado à condição de líder supremo.
Se eleito vai gerir e decidir o destino de um país com cinco mil ogivas nucleares, guerras em quase todos os cantos do mundo, bases militares em todos os cantos do mundo e um apetite voraz e insano por recursos naturais que ao longo dos séculos sustentam o poder dos Estados Unidos.
A dívida de quase dois trilhões de dólares é mais ou menos como alguém sugerir a uma pessoa esquálida, faminta, mas que seja credor de um desses lutadores de vale tudo, que vá sozinho cobrar a dívida e de quebra faça ameaças.
Não vai ser paga, nunca pagaram, sempre cobraram e exploraram. Cobram e exploram.
O governo do "nosso iate".
Desde Reagan se constrói um processo político de transformação dos EUA numa grande corporação. Bancos, indústria petrolífera, indústria de armas e quejandos. Os próprios trabalhadores norte-americanos, antes levado em conta em alguns aspectos, estão sendo atirados às feras. A mansão onde Romney falou a um custo de 25 mil dólares para gente do "nosso iate" soa como o castelo dos antigos barões na nova Idade Média, a da tecnologia, a de destruição em massa, a de despersonalização do ser humano como tal e sua transformação em robô.
Um dos presentes e doadores disse estar ali em represália ao fato de Obama não ter visitado Israel, "o que foi uma desfeita". O Estado de Israel é o principal acionista da corporação surgida de um processo que resultou em ISRAEL/EUA TERRORISMO HUMANITÁRIO S/A.
Num eventual governo de Milt Romney deverá mudar de razão social. ISRAEL/EUA TERRORISMO NO NOSSO IATE S/A.
De agora até novembro, mês das eleições, o maior show contemporâneo, com respingos imensos na mídia mundial. No Brasil, por exemplo, a principal rede de tevê, GLOBO, monta esquemas para cobrir o processo eleitoral norte-americano de uma tal forma que o brasileiro induzido pelo espetáculo, sonha virar eleitor em New York.
Registre-se que a rede é um dos braços do Departamento de Estado e emprega William Waack, preferido de Hilary Clinton para análises sobre nosso (nosso?) país.
E até novembro o Irã que se cuide. No jogo eleitoral norte-americano se invadir a antiga Pérsia render votos e for capital para a reeleição, o "socialista" Obama invade sem qualquer escrúpulo, cria logo o pretexto e pronto.
No Iraque foram armas químicas e biológicas que não existiam e no Irã será a bomba atômica que não existe ali, mas em Israel.
Tudo no "nosso iate".