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Telmo Varela

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Forja de opiniom

Confiar na força das massas

Telmo Varela - Publicado: Quarta, 09 Mai 2012 23:18

O povo, e só o povo, é a força motriz que fai que a história avance. As massas som os verdadeiros protagonistas, em tanto que @s revolucionári@s somos a miudo pouca cousa, algo insignificantes e inclusive ridículos se nom contarmos com o apoio das massas.


Sem compreendermos isto, nom poderemos adquirir os conhecimentos mais elementares, nem avançaremos na acumulaçom de forças. Olharíamos mais para o nosso umbigo que para os problemas reais da classe trabalhadora. As massas populares possuem um poder criador ilimitado. Isto que reconhecemos com freqüência muitas vezes nom o acreditamos. De aí que nom obremos em conseqüência, achacando às massas apatia, atraso, deficiências. Acusamo-las de conformistas a respeito da conjuntura que sofremos, que nom assistem, nom participam... quando todas elas som atitudes do nosso próprio seio. A conjuntura que padecemos e exige dar um passo em frente, mas nom nos atrevemos a dá-lo ou nom sabemos como fazê-lo. Sendo mais fácil é apanhar a rua do meio e acusar as massas dos defeitos e carências que nós mesmos acarretamos.

Acusamos as massas para ocultar o nosso comportamento vacilante. As massas podem organizar-se e dirigir os seus esforços face diferentes frentes de luita, onde podem pór em pleno jogo toda a sua energia e capacidade; podem dirigir os seus esforços, tanto em extensom como em profundidade face diferentes formas de luita e criar para elas um crescente número de organizaçons.

O atual aumento do descontentamento do movimento obreiro é um acontecimento transcendental, porém, este descontentamento nom se corresponde com o incremento das organizaçons políticas e sindicais de esquerda. Dentro de pouco, centenas de milhares de obreiras e obreiros levantaram-se como umha tempestade, um furacám, umha força impetuosa e violenta que nada, por poderoso que for, poderá conter. Romperám todos os entraves e espartilhos impostos polas organizaçons oportunistas e lacaios do grande Capital e lanzarám-se polo caminho da libertaçom. Sepultarám todos os capitalistas e oportunistas. Todas as organizaçons e camaradas revolucionários serám submetidos a prova perante a classe obreira e terám que decidir de que lado se situam.

Há três alternativas. Pôr-se à frente das luitas obreiras com todas as conseqüências e dirigi-las. Ficar atrás, gesticulando e criticando, sem se molhar. Ou controlar o movimento e pô-lo nas maos da burguesia. Cada galega e galego é livre de optar entre estas três alternativas, mas os acontecimentos obrigarám a eleger rapidamente; nom há muito tempo de espera se nom quigermos que o capitalismo se recupere e volte a erguer a cabeça.

Existe latente nas massas um grande mal-estar e umha profunda indignaçom. Os que só sabem seguir os caminhos rotineiros, ainda num período de grandes convulsons, som incapazes de perceber este descontentamento. Estám cegos, todo som tebras à sua frente. Às vezes até chegam a chamar erróneo o justo e confundir o preto com o branco. Os que só sabem seguir os caminhos trilhados subestimam invariavelmente a capacidade do povo. Quando aparece umha cousa nova, desaprovam-na e precipitam-se a combatê-la para admitirem mais adiante o seu estancamento, que apesar de anos de trabalho nom se cresce e mais tarde reconhecer a sua derrota e fazer-se um pouco de autocrítica, para seguir erre com os mesmos erros. Perante situaçons novas, há que agir com métodos e formas também novas, se nom, repitirám-se de ponta a rabo os mesmos erros, dando-se o mesmo processo que nos impossibilita avançar, crescer. Esta é a sua maneira de atuar frente a toda situaçom nova. Tais pessoas e organizaçons olham-se sempre na passividade, nunca avançam nos momentos críticos, e sempre há que dar-lhes um forte empurrom para que deem um passo adiante. Som os que constantemente estám acusando as amplas massas de falta de consciência de classe, de apáticas, et cétera.

Desde sempre falamos, a diário, da linha de massas. Sempre sustentamos que a revoluçom deve apoiar-se nas massas populares e contar com a participaçom de todos, e na prática opomo-nos a que participem amplamente em todas as tarefas que como povo lhes incumbem. E confiamos só numhas quantas pessoas que ditam ordens, que se creem infalíveis, falam em nome do proletariado sem o conhecerem e sem contarem com ele, e normalmente erram. Porém, alguns militantes ainda nom aplicam a fundo a linha de massas no seu trabalho, seguem apoiando-se só numhas poucas pessoas já organizadas e trabalham num frio e estático isolamento.

Umha das razons é que, qualquer cousa que fagam, nunca se mostram dispostos a explicá-la aos que eles dirigem, e nom sabem como despertar a sua iniciativa e energia criadora.

Subjetivamente, querem que todos participem no trabalho, mas nom lhes dam a conhecer o que devem fazer nem a forma de fazê-lo. Deste jeito, como pode esperar-se que todos se ponham em movimento e que as cousas se fagam bem? Para resolver este problema, o essencial é, naturalmente, levar a cabo umha educaçom ideológica no espírito da linha de massas; ao mesmo tempo, é necessário ensinar a esses militantes métodos e formas concretas de trabalho no seio das massas. Há que organiza-las à volta de problemas concretos, que lhes afetem diretamente, para levantá-las em problemas globais.

A experiência de muitos anos de luita mostram-nos que toda tarefa, labor político e estilo de trabalho correto respondem às demandas das massas num tempo e lugar determinados e unem-nos a elas, e toda tarefa e estilo de trabalho incorreto afasta-nos delas.

Doenças tais como o dogmatismo, autoritarismo, sectarismo, burocratismo e arrogáncia no trabalho som a todas luzes prejudiciais para um correto trabalho de massas, porque todas eles afastam-nos das massas; som atitudes intoleráveis e toda pessoa que as padeça tem que empenhar-se em superá-las.

Hoje em dia o entrismo é umha das piores doenças. Confunde enormemente as massas e cria umha má reputaçom entre as organizaçoms e pessoas democratas; produzindo-se um total rejeitamento face as organizaçons e pessoas que o praticam. Além de impedir desenvolver um trabalho independente e aberto entre as massas.

Para nos mantermos vinculados às massas devemos agir de acordo com as suas necessidades e desejos. Devemos pôr os interesses das massas por cima de qualquer outro interesse partidista ou particular. Se este aspeto fundamental nom o tivermos nitidamente claro nunca daremos um passo na justa direçom. Em todo o trabalho que se realizar para as masssas, sempre há que partir das suas necessidades e nom do bom desejo dum individo ou grupinho. Sucede com freqüência que objetivamente as massas necessitam umha determinada mudança, mas que subjetivamente nom tenhem ainda consciência dessa necessidade e nom estám dispostas ou decididas a realizá-lo. Em tais circunstâncias, devemos ter paciência e incidir na criaçom das condiçons subjetivas. Nom devemos realizar a mudança até que, polo desenvolvimento do nosso trabalho, a maior parte das massas tenham adquirido consciência da necessidade dessa mudança e tenham o desejo e a decisom de o fazerem.

As necessidades objetivas cria-as o próprio inimigo com os cortes e com as reformas laborais antipopulares.

As necessidades subjetivas só as podemos criar @s revolucionári@s com umha política correta e com um acionar acorde às necessidades das massas em cada momento. Doutro modo, isolaremo-nos das massas. Todo trabalho que requerer a participaçom das massas resultará umha mera formalidade e culminará num fracasso se as próprias massas nom estám conscientes da necessidade desse trabalho nem se mostram dispostas a participar nele. Sempre há que ter em conta as necessidades reais das massas e nom necessidades imaginadas por nós, assim como o desejo das massas e a decisom que tomam elas mesmas e nom as que tomamos nós no seu lugar.

É importante manter-se vigilante e velar porque nengum militante em nengumha circunstância se afaste das massas. Assim, se algumha vez e detido desatará-se a sua volta um amplo movimento de solidariedade, e a polícia pensara-o duas vezes antes de detê-lo. É necessário ensinar a cada militante a valorizar as massas populares e a escuitá-las atentamente; a identificar-se com a sua forma de vida, a viver como elas em lugar de situar-se por cima, mergulhar-se nelas; acordar as massas e erguer a sua consciência política de acordo com o seu nível no momento, e ajudá-las, organizá-las gradualmente a despregar, passo a passo, todas as luitas necessárias que permitam as condiçons. A militáncia nom deve dar por sentado que o que compreende também é compreendido polas massas.

Para saber se as massas o compreendem e estám dispostas a agir, devemos ir investigar no meio delas. Agindo assim, poderemos saber o que querem em cada momento e evitaremos erros desnecessários.

Também é um erro o seguidismo em qualquer tipo de luita, porque significa ficar atrás o nível de consciência política das massas e violar o princípio de dirigi-las no seu avanço, refletindo o mal da lentidom.

Em muitos casos, as massas adiantarám-se e estarám ansiosas de avançar, enquanto muitos militantes som incapazes de agir como dirigentes das massas e ficam com as opinions de certos elementos atrasados, considerando-as erroneamente como se fossem das massas, convertendo-se na cauda desses elementos, justificando a nossa própria apatia no atraso e pouco interesse das massas. Em todo o trabalho prático, toda direçom justa é necessiaramente "das massas para as massas". Isto significa: recolher as ideias (dispersas e nom sintetizadas) das massas e resumi-las (transformá-las em ideias sintetizadas e sistematizadas mediante o estudo) para depois levá-las às massas, propagá-las e explicá-las, de modo que as massas se apropriem delas, insistam nelas e as traduzam em açom; o mesmo tempo comprovar na açom a justeza dessas ideias; depois voltar a resumir as ideias das massas e levá-las de novo às massas para que as assumam. Isto repete-se infinitamente, e as ideias tornam-se cada vez mais justas, mais vivas e mais ricas de conteúdo.

Devemos ir às massas, aprender delas, sintetizar as suas experiências. Resumir as ideias das massas e levá-las depois às massas para que estas perseverem nelas e as traduzam em acom apelos a pô-las em prática para resolver os seus problemas e atingir a libertaçom e a independência.

No nosso país, por desgraça, há muitos dirigentes que pensam que basta com que se conheça a política das suas "vanguardas" e que nom há necessidade de dala a conhecer às massas. Esta é umha das causas fundamentais pola qual parte do labor e trabalho independentista nom se pode realizar bem e nom calou entre o povo galego.

Em qualquer lugar do país, as massas estám conformadas, em geral, por três categorias de pessoas: as relativamente ativas, as intermédias e as relativamente atrasadas. Por isso, devemos saber unir o pequeno número de pessoas ativas à volta do partido e, apoiando-nos nelas levantar o entusiasmo dos elementos intermédios e ganhar os atrasados.

Saber converter a política do partido em açom de massas, saber conseguir que nom só os quadros dirigentes, mas também as grandes massas conheçam e dominem cada movimento e cada luita que emprendamos: esta é a arte de direçom marxista-leninista. É também o que permite determinar se cometemos ou nom erros no nosso labor. Esta é umha reflexom que deveriamos fazer cada pouco tempo, para ver o que fazemos bem e o que fazemos mal. É umha breflexom muito saudável, pois se em vinte anos de esforços e de trabalho político seguimos, praticamente, como o primeiro dia, é que entre a nossa política e as massas há um abismo.

Por muito ativo que se mostre o grupo dirigente, a sua atividade nom passará de ser o esforço inútil dum punhado de pessoas, a menos que seja combinada com a atividade das massas. Por outra parte, a atividade das massas sem um firme grupo dirigente que as organize em forma apropriada, nom poderá manter-se muito tempo, nem desenvolver-se numha direçom justa nem levantar-se a um nível superior. A inquietaçóm das massas, os seus interesses, as suas experiências e o seu estado de ánimo, deve ser constante objeto da atençom dos quadros dirigentes.

Devemos emprestar profunda atençom aos problemas relativos à vida das massas, desde os problemas de emprego até a carestia da vida, transporte público, sanidade, ensino, desporto, locais culturais e de lezer, infantários, ajuda e apoio às mulheres ... Todos estes problemas relativos à vida das massas devem figurar na nossa propaganda e agitaçom. É perciso discutí-los e adoptar decisons sob eles, polos em prática e verificar os seus resultados. Devemos ajudar as massas a compreender que nós representamos os seus interesses e vivemos a mesma vida que elas. Devemos ajudá-las a que partindo destas cousas cheguem à compreensom das tarefas ainda mais elevadas que plantejamos, as da luita revolucionária, de maneira que apoiem a revoluçom, a estendam por todo o país e, respondendo aos nossos apelos políticos, luitem polo socialismo e a independência da Galiza.

Cárcere de Topas (Salamanca)

31 de março de 2012


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