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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

Bobby Sands

Andoni Baserrigorri - Publicado: Quarta, 09 Mai 2012 22:38

No dia 5 de maio passado, completou-se um novo aniversário da morte de Bobby Sands, em greve de fame dentro dos terríveis "Bloques H", que o governo colonial británico construíra para fechar os membros da resistência irlandesa.


As imagens dos últimos dias de Bobby som tremendas. Com umha barba e umha magreza extrema, dam conta de até onde chega a crueldade dos estados enquanto assovalham a resistência.

É conhecido que as petiçons dos grevistas nom eram precisamente "subversivas". Tratava-se de umhas petiçons minimamente democráticas e que faziam um apelo à dignidade humana, que se possui também quando se está encadeado.

Pediam serem tratados como seres humanos e como prisioneiros políticos, nesse sentido as suas reivindicaçons eram:

- Direito a nom vestir fatos de presidiários

- Direito a nom realizar trabaho em prisom

- Direito à livre associaçom com outros presos e à organizaçom de atividades educativas e de lazer;

- Direito à umha visita, carta e pacote por semana

- Plena resituiçom da remissom perdida durante o protesto

A crueldade de Margaret Teacher nom conheceu limites. A denominada "Dama de Ferro" deixou que Bobby e outros 9 presos morressem enquanto se espalhavam os protestos por todo o mundo.

Bobby Sands era militante do IRA e Bobby tinha umha funda consciência social. Nom se tratava de um independentista e pronto. Bobby em mais de umha ocasiom deixou claro que a liberdade da Irlanda ia ligada à criaçom de umha sociedade socialista. A figura de Bobby, nos dias de hoje, marca na Irlanda as mesmas ideias que Che na América Latina ou Fanon em África. É um herói popular na luita pola emancipaçom dos povos, a sua soberania e a criaçom de repúblicas populares, longe do capitalismo.

Bobby Sands, além de militante armado pola liberdade e o socialismo para a Irlanda, era também jornalista e poeta. Nos seus anos de prisom deixou para a posteridade um bom número de trabalhos, que hoje fam parte da bagagem histórica do movimeno republicano irlandês. E sem esquecer o seu diário em prisom, totalmente arrepiante.

Bobby, além de todo isso, era o representante legítimo do povo irlandês. Chegou mesmo a ser eleito deputado em Londres, com uns resultados espetaculares, varrendo a sua opositora unionista.

De todos estes dados eram conhecedoras as autoridades británicas e por isso decidírom seu aniquilamento. Os británicos sabiam que a figura de Bobby transbordava mesmo o imaginável e que na rua seria o líder indiscutível de um movimento republicano que deixara com clareza a intençom de atingir seus objetivos para a Irlanda. Independência e criaçom de um Estado socialista. 31 anos depois, dentro dumha realidade mundial muito diferente, Bobby, que teria 58 anos, seria um elemento fulcral em prol do seguimento das mesmas reivindicaçons daqueles anos. Bobby nom era dos que vestiam um fato e se acomodavam no parlamento. Sem entrar a avaliar a atual estratégia do Sinn Fein, sim, com certeza, a luita de Bobby nom foi apenas institucional, já que compreendia a participaçom política nom só como acudir às eleiçons.

Dous anos após a sua morte, as petiçons de Bobby e os seus companheiros figérom-se realidade. O Estado jamais aceitou dar a imagem de que "cedera", mais a conquista dos pontos reivindicativos é fruto desssa greve e dessa luita. Som a herança que Bobby e os seus companheiros deixárom ao povo heroico de Irlanda.

Quem isto escreve tivo a oportunidade de conhecer os "Bloco H", visitando presos irlandeses, e de percorrer Belfast, de conhecer a realidade de umha cidade que era a cidade de Bobby Sands. Referido aos "Blocos H", gostava de comentar que todo o seu design e formas de funcionar estám analisados ao milímetro para que o aniquilamento dos presos seja umha realidade. Um autêntico inferno na Terra, criado por um Estado, o británico, com pedigri de democrático, mas que leva mais de 500 anos a assassinar povos.

De Belfast, diga-se que é uma cidade proletária, com umha crescente opressom social e nacional, onde se oferecem muitíssimas das condiçons para que um dia o povo se erga a berrar "até aqui chegamos" e desenvolverá as tarefas que ficárom sem finalizar ao Bobby.

A política de extermínio dos presos e presas é consubstancial ao Estado opressor e capitalista. Nom há muito, vimos como familiares e amigas e amigos de presos e presas bascas sofrêrom acidentes viários polos longos percursos aos quais obriga a dispersom desenhada polo Estado espanhol. Nesse sentido, o Estado espanhol continua a tradiçom dumha longa listagem de estados que nom hesitam em tentar acabar com as resistências populares através dos métodos mais cruéis.

Bobby Sands, hoje em dia, é umha figura imprescindível da história da Irlanda. Nom é, portanto, de estranhar que em tantas ruas e lugares da ilha seja visível sua imagem e existam vários lugares comemorativos da sua luita e da de seus companheiros.

Também Bobby Sands, com Che, Rosa Luxemburg, e mais outras pessoas, é património da humanidade da humanidade progressista e socialista. É parte de nossa bagagem e orgulho. Por isso, a Bobby é imprescindível lembrá-lo como o que foi, um herói da luita dos povos pola liberdade e o socialismo.


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