E aí assanha-se com os presos políticos galegos, cospe o seu ódio contra Eduardo Vigo e, através dele, contra todo o povo galego. Os mercenários do Capital odiam todo o que tiver raízes galegas, odiam o povo galego como tal.
Hoje brilha o sol como um bom dia de primavera; porém, polas notícias que me chegam da prisom de Córdoba, parece-me um dia de inverno escuro, tristeiro; as paredes da cela voltam-se enegrecidas, tenhem manchas pretas como lagrimons pendurados, derramam-se tremulentas deixando estelas de ódio à sua passagem. A sua ignoráncia nom lhe permite ver que os processos revolucionários, todos eles, possuem umha virtude inerente ao mesmo processo, empuram cara adiante os autênticos jovens do País; e com a repressom pura e dura nom podem conter este imparável avanço.
O companheiro Eduardo tenhem-no em primeiro grau (o regime carcerário mais duro), onde se vulneram todos os direitos humanos. Os vexames e humilhaçons estám à ordem do dia, neste sentido, nom mudou nada desde os anos da ditadura.
Quem nom tem experimentado ao contemplar umha velha fotografia a estranha sensaçom de estar a olhar algo real, que está a acontecer hoje mesmo? Neste instante de pouco serve a certeza de que essa fotografia reflete outros tempos, pois projeta umha realidade atual, proporciona de facto que sejamos nós mesmos os que vivamos a verdade dessas instantáneas. Nada mudou.
A própria atitude do inimigo mostra que é necessária a independência da Galiza, do contrário, vamos sentir em toda a sua crueza as conseqüências da crise capitalista e umha repressom brutal contra toda luita democrática e nacional nunca vista até agora.
Desejo que a gente compreenda que a luita de Eduardo é a luita de todo o povo, que fai parte de um todo, que a Galiza nom pode ser livre se Eduardo e os demais presos políticos galegos nom formos libertados. A luita de libertaçom nacional apresenta-se como a única saída os males que atenazam a sociedade galega, só podemos recorrer à perspetiva revolucionária para animar, alentar e organizar as massas que suportam a rapina e a brutal repressom do Estado imperialista espanhol.
Desejo que nos fique sangue que derramar, por muito dramático que poda parecer, pois é sabido que nom existe libertaçom e progresso social sem umha parte de sacrifício; nem a liberdade pode ser plena, se nom nos esforçarmos nós próprios em conquistá-la.
Todo o povo em solidariedade com o Eduardo!
Paremos a repressom da besta fascista!
"Antes que ser escravos
irmaos, irmaos galegos
que corra a sangue a regos
dende a montanha ao val"
Ramom Cabanilhas
"Quando a luita é a morte,
o fiel resiste,
o indeciso renuncia,
o covarde atraiçoa ...,
o burguês desespera
e o herói combate"
Julies Fucik
Telmo Varela
Prisom de Topas, Salamanca, 11 de março de 2012