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Laerte Braga

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O Brasil e a Síria: o Governo Dilma e suas contradições

Laerte Braga - Publicado: Sábado, 07 Abril 2012 02:40

Laerte Braga

À época do governo do general Garrastazu Medice, ditadura militar, o embaixador dos EUA no Brasil, em visita a Washington, avistou-se com o então presidente Richard Nixon e apresentou um relatório geral sobre a situação no Brasil. Quando chegou ao tema direitos humanos relatou toda a barbárie cometida pelos militares contra adversários do regime e segundo consta de documentos do governo daquele país o presidente Nixon teria reagido da seguinte forma – "é uma pena, mas o general Médici é um bom aliado".


Há dois aspectos na resposta de Nixon ao seu embaixador. O primeiro deles o cinismo diante de uma realidade brutal vivida pelos que lutavam contra o regime militar imposto pelo golpe de 1964 (levado a efeito sob comando norte-americano) e o segundo o cinismo dos norte-americanos em relação ao tema direitos humanos no seu todo.

É só uma bandeira empunhada em função de interesses políticos e econômicos e hoje o campo de concentração de Guantánamo, ou o muro construído por Israel para consolidar terras palestinas roubadas por Tel Aviv são apenas dois exemplos dessa postura, até porque, o mundo hoje é diferente daquele do tempo de Nixon, já não existe mais a União Soviética, a Guerra Fria, tão somente a globalização imposta pelo poder das armas. A economia capitalista está falida, tanto nos EUA, como nas colônias mundo afora, sobretudo a Comunidade Europeia.

Quando o presidente Lula inventou o "capitalismo a brasileira" – definição de Ivan Pinheiro, secretário geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro), tinha em mente dois objetivos. O capitalismo a brasileira em si e a perspectiva de transformando em potência emergente, sub-imperialista em relação a América do Sul, o Brasil seria, como a China, concorrente dos EUA. Falaria de igual para igual.

Lula tinha um chanceler capaz de proezas diplomáticas inacreditáveis, até na própria política presidencial de uma no cravo e outra na ferradura, falo de Celso Amorim e um intelectual de primeira linha do Itamaraty em funções chaves nos seus oito de governo, Samuel Pinheiro Guimarães.

No Cravo, por exemplo, a decisão de negociar com a Turquia um acordo sobre a questão nuclear iraniana e à revelia de Obama, fato que causou um constrangimento sem tamanho a Washington, àquela altura do campeonato interessado em tudo menos num acordo.

Na ferradura, quando assinou o acordo de livre comércio com Israel. O documento apenas camuflava uma adesão indireta a um acordo de livre comércio com os EUA que, anteriormente, fora recusado tanto na versão ALCA – Aliança de Livre Comércio das Américas – como num tratado bi-lateral.

Israel hoje detém o controle de setores estratégicos da economia brasileira – a indústria bélica por exemplo – tem presença ativa em organismos do Estado brasileiro (polícias e forças armadas), além da mídia de mercado, parte do braço capitalista em nosso País.

A decisão de enviar tropas brasileiras ao Haiti numa operação interminável para "reconstruir aquele país, foi outro equívoco de Lula. O Brasil detém o comando nominal das "forças de paz" e o Haiti permanece um caos em todos os sentidos. Hoje nos deparamos com a fuga em massa de haitianos para países como o nosso. Na prática os norte-americanos, verdadeiros senhores da região e comandantes de fato da operação guardam apenas as reservas petrolíferas já descobertas na república centro-americana.

O Brasil é o coadjuvante, o laranja desse tipo de operação.

A luta pela abertura dos baús da ditadura – o período da repressão – que implique em mais que conhecimento da História, mas uma punição aos torturadores, assassinos, numa dimensão que foi ampliada a toda a América do Sul, traz em si um tema delicado e complexo para além de sua característica explícita.

Que forças armadas temos?

Em 1964 o golpe militar promoveu um violento expurgo nas forças armadas. Militares legalistas, comprometidos com o País foram expulsos, presos, muitos assassinados e o que era para ser uma parte integrante do Brasil é um corpo separado, distinto, à margem da lei, que faz suas próprias regras, como fez a anistia para os torturadores e consentiu estabelecendo limites na democracia que temos. É adjetiva, logo não é democracia.

A resistência dos militares a abertura dos baús da ditadura esconde os torturadores, mas esconde também o equívoco das forças armadas em 1964. A quebra da legalidade constitucional. Insistem em enxergar no golpe militar uma ação preventiva contra ataques a democracia que violaram em cada minuto de cada governo de cada general.

Significa dizer que trazer a público a História do golpe, revelar a barbárie das câmaras de tortura, quebra esse espírito de corpo golpista, que permanece na resistência à verdade. E impede a construção de forças armadas legítimas comprometidas com o Brasil e os brasileiros.

O Haiti e agora a presença de uma fragata brasileira na frota que guarda regiões do Oriente Médio nos transforma em cúmplices dóceis de um processo de terror imposto ao mundo por EUA e Israel.

No governo Dilma sumiu o cravo, ficou só a ferradura.

A política econômica é neoliberal, a política externa alinhou-se aos EUA e colônias e as boutades de Dilma sobre os países ricos e suas decisões sobre a crise (que valeram uma resposta da governadora da Alemanha, Ângela Merkel), não mais uma no cravo e outra na ferradura. Mero jogo de cena.

O mesmo Nixon que havia dito que Medice era uma bom aliado, disse também que para "onde se inclinar o Brasil se inclinará a América Latina". Nem isso mais. Somos parte de um plano norte-americano para a América Latina, particularmente a América do Sul, cujo nome é Grande Colômbia e inclui a Amazônia Brasileira. Os militares colombianos já participam do projeto SIVAM – hoje com outro nome – que controla toda a região amazônica.

Aviões brasileiros, com tecnologia norte-americana em boa parte e produzidos pela EMBRAER privatizada no governo FHC (ainda vivemos o espectro imenso das privatizações não revistas e das privatizações feitas pelos governos petistas), bombardeiam regiões da guerrilha colombiana atingindo áreas civis. Os supertucanos que não pudemos vender à Venezuela, pois os EUA não consentiram.

O acordo militar Brasil-Estados Unidos torna nossas forças armadas submissas e braço desse terror imperial.

As características das nossas forças armadas que sobrevivem ao golpe de 1964, mesmo que alguns militares comecem a perceber a importância da autocrítica, da revelação da História real, são de dependência absoluta dos norte-americanos e agora de Israel.

A FAB, enquanto não se resolve a interminável negociação para a compra de caças bombardeios, sobrevive com aviões usados da força aérea de Israel.

A Marinha brasileira em sucessivas ocasiões teve paralisado seu trabalho de desenvolvimento de tecnologias próprias e fundamentais para tudo, na construção de submarinos movidos a energia nuclear, indispensáveis para nossa segurança. Compramos alguns de segunda mão dos franceses.

E agora a Síria. A ONU cogita de solicitar ao Brasil o envio de tropas àquele país para ajudar no "processo de paz". O mesmo que levou a Líbia de volta à Idade da Pedra Lascada e transformou-a numa nação dividida, imersa em guerra civil. Como fizeram no Iraque, fazem no Afeganistão, mas asseguram o petróleo e a água, outra importante riqueza dos dias de hoje. O deserto de Saara tem em suas profundezas um imenso oceano.

Fazer o que na Síria? Rebeldes estimulados e financiados por potências ocidentais armam, treinam e insuflam rebeldes contra o governo central. Querem o controle do Oriente Médio assustados com as revoltas no Egito, na Tunísia, a precária condição da realeza na Jordânia e tudo isso pelo petróleo e pelas políticas boçais e expansionistas do nazi/sionismo de Israel. Braça do terror no Oriente Médio.

O Irã, como o Iraque, o Afeganistão, a Líbia e agora a Síria é questão de tempo.

Guerras hoje nos EUA são terceirizadas, privatizadas. O Estado norte-americano é impotente diante do poder dos conglomerados. Por isso a realidade é simples – ISRAEL/EUA TERRORISMO DE ESTADO S/A. Nada além disso.

E Dilma Roussef, uma burocrata que tem o hábito de gritar com ministros e assessores, enfiou a cabeça na boca do leão sem ser domadora, e sem saber que leão morde, devora, é insano quando se trata de ISRAEL/EUA TERRORISMO DE ESTADO S/A.

Pela verdade sobre 1964, a punição aos torturadores e pela reconstrução das forças armadas brasileiras, para que ganhem esse sentido, por ampla participação popular no processo de decisão, do contrário continuaremos a mercê de bandidos de quinta categoria como Carlos Cachoeira, Demóstenes Torres, José Serra, agentes estrangeiros como FHC (parte da operação que tenta impedir a eleição de Cháves na Venezuela), o trêbado Aécio Neves e um PT sem rumo e enfeitiçado pelo poder e pelo brilho do clube dos amigos e inimigos cordiais com sede em Brasília.

O Brasil não tem o que fazer na Síria e o governo Dilma é menor que do que busca parecer, até porque a presidente é acidente, menor que o cargo que ocupa. O poste que Lula elegeu, nada além disso. Nem somos mais potência emergente, mas potência de ocasião e parte do plano GRANDE COLÔMBIA. Registre-se que norte-americanos conseguiram sua base militar no sul de nossa América. Estão se instalando na Argentina, com a permissão de um governador provincial.

Já já os postos das trocas de cavalos cansados da Wells Fargo na rota de suas diligências nazi/sionistas por todo o País.

 

Laerte Braga é jornalista.


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