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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

O poder capitalista e o fascismo

Andoni Baserrigorri - Publicado: Segunda, 02 Abril 2012 02:00

Andoni Baserrigorri

Apenas há dous mêses que Manuel Sánchez Gordillo tivo umha intervençom, que fijo pôr-se mais de umha e de um os pêlos em pé. Foi no Congresso do SAT, o Sindicato andaluz de trabalhadoras e trabalhadores e o Presidente da Cámara Municipal de Marinaleda, dixo-o com clareza e mui direto, no seu estilo..."Se fordes conseqüentes com as questons que acabades de aprovar aqui, muito cedo teredes mortos para vos lamentar".


As questons às que se referia Manuel, eram os compromissos adquiridos polo SAT para continuar as luitas em Andaluzia contra do capitalismo e a favor das classes populares, na luita polo pam e a terra. Numha palavra, seu compromisso com a luita de classes, que por acaso alguém pudera esquecer, é o motor da história. Assim dixo Marx e nom errou. Dous séculos após dizer isso, vemos todos os dias como acima de todas as contradiçons, a principal contradiçom, e a que fai movimentar a história, é a contradiçom trabalho-capital.

As e os que tivemos oportunidade de conhecer personalmente Manuel sabemos que é umha pessoa muito inteligente. Leva mais de trinta anos ganhando por goleada as eleiçons municipais no seu povo e isso nom é por acaso. Sabe do que fala. E sabe com clareza que a deriva do capitalismo é irreversível. O capitalismo nom funciona e as condiçons de vida e trabalho às que nos vai tentar submeter vam ser, a cada vez, mais atroces. Usando umha frase coloquial, o capitalismo na sua fase atual de cada vez maior degeneraçom moral e miséria económica, vai fazer-nos a vida impossível. E o da vida impossível nom é umha exageraçom, é literal. Já som muitas as pessoas e famílias às que o mero facto de viver vai-lhes ser impossível, e é que para vivermos e jantar todos os dias, além de pagar a luz, agua, impostos...sem qualquer um ingresso...Cómo é possível viver?

Também Manuel e muitos mais sabemos que o capitalismo, nom vai resignar-se a perder o poder político, assim, sem mais. Históricamente já o fijo há 80 anos e vai volver fazê-lo, senom o está a fazer já. O capitalismo para subsistir vai utilizar sua ferramenta mais contundente: O Fascismo.

Nos anos 30 do século passado, o capitalismo tirou da baralha essa carta. Para reprimir as ansias de liberdade da classe operária e do proletariado internacional, animados pola revoluçom de outubro, armou Alemanha e permitiu que agredisse grande parte da Europa, mas sobretodo a URSS, com o objetivo de acabar com o socialismo e fazer baixar a cabeça à classe trabalhadora para que compreendesse que nom havia saidas fora do capitalismo, eufemísticamente chamado "democracia" polos direitistas e seus parvos aliados da esquerda "democrática".

O banho de sangue que ocasionou Alemanha nazi, braço executor do capitalismo só foi anulado pola determinaçom da URSS, que conseguiu barrer do mapa o fascismo da Europa durante algumhas décadas.

Em definitiva, o capitalismo se precisa do fascismo o usa e pronto. Usou-no na Europa, Chile, Malássia, em Centro-América e em milhares de lugares mais, com o objectivo de frear as ansias liberadoras da classe operária e neste novo ciclo histórico, todos os dados apontam que voltará fazê-lo. De forma sibilina, já se fala na Grécia da possibilidade de golpe de Estado e a própria Uniom Europeia aponta a possibilidade de "governos fortes". Mais claro agua do rio. Do rio nom poluido polas empresas capitalistas, com certeza.

Às classes populares, ante as agressons que nos venhem e virám, apenas a única alternativa é a luita polos nossos direitos, nossas condiçons de trabalho e de vida, pola nosssa dignidade, para sermos tratados como seres humanos e nom mercadoria, numha palavra, para Viver!

Nessa luita que se aproxima e que já tivo seus primeiros escarcéus, o capital, nom vai duvidar em usar o fascismo. Nom vai precisar de bufons-falangistas ou palhaços neo-nazis. O fascismo que se aproxima é mais sibilino, mas fascismo, e mata do mesmo jeito. É por isso que Manuel advirte que se nom nos resignamos e luitamos, vai ter muito em breve mortos entre nossas fileiras. Dixo assim ao SAT andaluz, mas essas palavras servem para os Països Catalans, Euskal Herria, Galiza, Castela e a Conchinchina. A essência criminal do capital emergirá e seu instinto assassino para defender seus privilégios nom terá limites.

Falávamos dum novo fascismo que já está aquí, e diziamos com razom. Um fascismo sem bufons, mas fascismo. Um fascismo sem ultra-sures, mas fascismo.

Por acaso no é fascismo que os democráticos mossos de esquadra espanquem um minusválido em Barcelona, como tuvemos oportunidade de olhar nestes dias? Por acaso nom é fascismo que a polícia autónoma basca surre a um jovem em Gasteiz de 19 anos até lhe ocasionar um derrame cerebral, ou agredir umha pessoa em cadeira de rodas, ou um homem idoso? Nom é fascismo o ocorrido em Valência há um mês com os moços de 14 anos espancados pola polícia? Que som esses episódios senom violência capitalista em forma de fascismo? E as garantias constitucionais com que tanto enchem a boca? E os direitos à manifestaçom e a greve e tantos direitos mais de que nos falavam?

E todo é começar. Tem razom o bom de Manuel. Vam matar e mataram. Se as luitas operárias e proletárias seguem a avançar, pronto tomarám a decisom de nos assassinar como o figérom em Gasteiz em 1976, deixando 5 vidas de operários na rua.

O motor da história é a luita de classes. Lenine dixo que a luita de classes é umha forma de guerra e semelha que isso o sistema capitalista percebe-o com toda clareza. E o tem tam claro que já começou. Polo momento nos está a ferir e a nos encadear. Enquanto avancemos na luita nom duvidará em matar-nos.

O capital tem toda a clareza.


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