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Ramiro Vidal

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A república do verbo

Sobre umha mais do que provável eleiçom de Francisco Vasques como ''Defensor del Pueblo''

Ramiro Vidal - Publicado: Quinta, 08 Março 2012 17:01

Ramiro Vidal Alvarinho

Quando determinados média, com umha influência considerável, e com contactos privilegiados com as esferas de poder, insistentemente fabricam notícias, a partir de pretensas filtraçons e declaraçons, sobre umha possível eleiçom de Francisco Vásques para ocupar a vaga de Defensor del Pueblo (instituiçom do Estado espanhol que tem a responsabilidade formal de mediar entre as/os administradas/os e a administraçom) é que verdadeiramente há que acreditar em que este nome está a soar como aspirante ao posto. Aliás, há uns dias o rotativo La Voz de Galicia "deixava cair" que houvo conversas entre PP e PSOE para alcançar um consenso a este respeito.


Parece que o partido atualmente no governo do Estado queria "limar asperezas" depois de que o setor mais "feminista" do PSOE manifestara a sua desconformidade com este cada vez mais certo nomeamento, dado os conhecidos posicionamentos de Francisco Vásques a respeito do matrimónio entre pessoas do mesmo sexo, o aborto e outras questons, muito próximos à cúpula da igreja católica.

Segundo as mesmas fontes, os dous principais partidos do regime espanhol achegárom posturas e o nomeamento poderia ser umha realidade antes do fecho da ediçom do período de sessons, no próximo mês de junho, polo que para esta primavera quem com mao tam corrupta e tam pouco democrática governara os destinos da cidade herculina, já seria Defensor del Pueblo.

Ainda que nom concedemos legitimidade às instituiçons espanholas, sim que nos merece algumhas consideraçons o facto de que precisamente um governo do PP seja quem coloque Francisco Vásques em tal responsabilidade, partindo aliás da proposta do próprio PP e consensuando a cúpula do PSOE o seu apoio com o partido governante no estado contra a vontade de diversas vozes qualificadas daquela organizaçom, apelando no entanto a questons que se supunha que marcavam clara diferença entre PP e PSOE (isto dá para refletir se realmente questons como os direitos da comunidade gai, lésbica e transexual ou o aborto livre som realmente reivindicaçons ideologicamente assumidas no PSOE ou som apenas ornamentos de imagem utilizados como reclamo eleitoral).

Para além desse consenso em circunstáncias tam peculiares e em virtude de a saber quais cambalachos, nom está de mais recordar que Francisco Vásques é um declarado inimigo da Galiza. Em tempo algum o senhor Vásques apareceu na imprensa, a pesar da imensa tribuna que os média comerciais lhe davam, apoiando umha causa que reivindicasse maioritariamente (ou historicamente) o povo galego, às avessas. Sempre negou a condiçom nacional de Galiza como entidade política, sempre se mostrou abertamente hostil à normalizaçom da língua galega, conhecidas som as suas declaraçons de intencionalidade abertamente pejorativas para os movimentos sociais como o de memória histórica, feministas, sindicatos, ambientalistas, entidades defensoras da língua e cultura galegas...na memória de todas e todos fica a imagem de umha praça de Maria Pita fechada por um implacável cordom policial perante a presença na Cámara Municipal do entom presidente do governo espanhol, José María Aznar, a assinar o tristemente famoso Plan Galicia, enquanto o povo se manifestava na esplanada do Parrote.

De facto o senhor Vásques despediu-se da Corunha fugindo do som das panelas das e dos vendedores do Mercado de Elvinha e dos assobios do funcionariado do concelho, dous coletivos, estes, com os que se negou a dialogar sempre e aos que fijo vítimas destacadas das suas arbitrariedades.

A nomeaçom de Francisco Vásques será um prémio para próprio político neofascista e também umha medida que comprazerá muito à Escola Episcopal, ao Opus Dei – ao que Francisco Vásques pertence- e também a todos os grupos de pressom hostís ao avanço social e institucional daquelas línguas que nom forem o castelhano (isto é, Galicia Bilingüe e outras associaçons afins radicadas em Euskal Herria e os Països Catalans, sobretodo) Duvidamos muito que coletivos sociais realmente no alvo de condutas ou procedimentos discriminatórios por parte da administraçom, os seus cargos ou os seus empregados, tais como pessoas de raça nom – branca, imigrantes, mulheres, jovens, pessoas sem recursos económicos ou sem fogar, pessoas que falem galego ou qualquer língua que nom for a língua espanhola, homossexuais, deficientes físicas/os, mentais e sensoriais...vaiam ter nalgum momento em Francisco Vásques um aliado ou um valedor, e, nalgum caso, até tememos que será como o raposo a cuidar das galinhas.

Apenas resta constatarmos a deriva involutiva (refascistizadora?) do Estado, passamos de ter como Defensor del Pueblo a um elemento da catadura criminosa de Fernando Mújika Herzog a ter a um declarado xenófobo, homófobo, supremacista lingüístico, machista e amigo dos nostálgicos de Franco a ocupar tal oco, com o interessante que isto resulta.


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