CCOO e UGT convocárom (com bastante sucesso) manifestaçons em todo o Estado espanhol contra a reforma laboral e a CIG por seu turno já convocara antes assembleias abertas denunciando os aspetos mais agressivos das novas regras com as que jogaria o mercado de trabalho. Repete-se muito esse aspeto especialmente escandaloso da possibilidade de reduzir salários por questons de produtividade, faturaçom, etc, a maior discrecionalidade para despedir, e a menor força vinculativa dos convénios setoriais, já que as direçons das empresas poderám decidir desmarcar-se desses convénios se estimam que há motivos para tal desmarque. Isso significa maior poder para os empresários e menor influência para os comitês de empresa e, sobretodo, umha insegurança no posto de trabalho que precariza a situaçom do trabalhador ou da trabalhadora.
Este panorama é o que promete a reforma laboral e, por se a situaçom nom fosse potencialmente explossiva dabondo, o governo do estado reconhece que o desemprego seguirá crescendo nos próximos messes, e isso que se supom que a reforma do mercado laboral se faria em aras de que éste se começara a reativar e voltasse a criar-se emprego. E, no méio disto tudo, ainda recentemente o secretário geral de CCOO dizia que o tandem CCOO/UGT estava a dar um tempo de margem ao executivo espanhol "para que retificasse". Movimentos e gestos hesitantes num contexto de agressons planificadas que avançam a passo firme.
O outro patamar do ataque aos direitos das classes populares, é esse aumento da pressom fiscal sobre aquéles que produzimos. Já assinalamos aí atrás que 80% do que o Estado espanhol recada procede das rendas do trabalho. E, sabendo isto, e sabendo também que os salários vam cair e se continuará a destruir emprego, o executivo espanhol vai sobir os impostos. Contra o que prometera.
É evidente que a nova reforma do sistema bancário vai significar um novo saqueio aos trabalhadores e às trabalhadoras. O estado necessitará tirar dinheiro dalgum sítio para que aos bancos o novo processo nom lhes custe dinheiro "próprio" e podam seguir roubando em condiçons. E torna óbvio que o Partido Popular nom vai trair os interesses de classe que representa indo procurar dinheiro onde o há realmente... as fortunas do ingente número de ricos que tem residência no Estado espanhol, que consume serviços no Estado espanhol e que nom declara nem milésima parte do que tem ou nom declara absolutamente nada. Da mesma maneira que se pretende "reduzir despesa pública" a costa de reduzir pessoal nas administraçons, organismos autónomos, empresas públicas e demais mas nom se reduz nem pessoal de confiança nem altos cargos.
Este é o panorama e parece que se repetem movimentos a respeito da greve geral anterior, ainda que há umha pequena variaçom: resulta que perante a circunstáncia de que de novo as centrais nacionalistas convocam greve, os dous sindicatos maioritários do estado começam a valorar a possibilidade de chamar à greve também.
No meio da liquidaçom do estado da providência e do saqueio descarado que perpetra a oligarquia espanhola, surge a oportunidade para passar por cima dessa vitória eleitoral na que Rajói e os seus se sentem tam arroupados. Evidentemente o 15-M nom foi quem de derivar numha situaçom revolucionária, mas nom podemos despreçar o que tem de sintomático o fato de que coletivos e indivíduos até há pouco tam pouco dados à mobilizaçom saíssem à rua...evidentemente há signos de falta de identificaçom com o sistema político, com as instituiçons e com o regime, o problema é a esquizofrenia que produz a falta de ideologia. Se a greve geral entra em cena como mecanismo de luita, será a oportunidade para que a classe operária como tal tome a vanguarda da queda deste regime podre e caduco. Como passo, naturalmente, para o derrubamento de um sistema capitalista que agora nos mostraaté quê ponto está construído sobre a mentira e a injustiça.
Mas nom devemos ignorar, como dizia antes, o problema ideológico. Tivem oportunidade de assistir a umha assembleia aberta da CIG na Praça de Ponte Vedra (Corunha) e é bastante ilustrativo do desnorte do pessoal a direçom que tomavam muitas das intervençons que se dérom...
Bastante preocupente foi escuitar repetir o argumentário dos fura-greves na última greve geral; "a greve geral tinha que ser em toda Espanha" (sic) " a greve geral tinha que ser antes", "porquê a greve geral tem que ser no 29 de Março" (!?!) como responsabilizando à CIG do fato de que outros sindicatos nom convocassem ou como se o 29 de Março como data tivesse algumha cousa de mau. Basicamente a greve geral tem que ser...provávelmente antes já se deveriam ter transcorrido quatro ou cinco greves, mas a questom é que a greve geral é necessária, e isso é o que há que valorar. Como já se comprovou, apenas podemos esperar que os dous grandes sindicatos estatais deam o passo de convocar greve se se vem na tesitura de encontrar-se superados polas centrais nacionalistas e pòlas suas próprias bases sociais (que neste momento lhes reclamam essa greve)
Por outra parte é evidente que a falta de soberania para o nosso povo é a que fai com que circunstáncias como a enéssima e provavelmente definitiva reconversom do setor naval nos afete a nós muito mais que a outras latitudes do Estado ou que diante dos nossos focinhos a indústria se fugue literalmente do solo galego (Henkel, Caramelo, Alcoa...qual será a próxima?) portanto é hora de nos defender como povo e como classe. Há que desmascarar "internacionalismos" falsos e explicar pacientemente mas de maneira clara que necessitamos a luita para sobrevivermos a toda esta voragem. A luita é o único caminho!!!