Nom foi nengum estudo exaustivo, a verdade seja dita, fica fora portanto qualquer pretensom científica. No entanto, chegou para comprovar como mantém plena vigência a sentença atribuída ao jornalista considerado pai da imprensa amarela, William Hearst: "Nom deixes que a realidade che estrague umha boa notícia, inventa a realidade para que se torne notícia".
Acompanho estas linhas com as correspondentes capturas de ecrám dos três jornais em causa: El Correo Gallego, El País e El Mundo, para ilustrar sobretodo a falta de qualquer rigor na hora de oferecerem dados coerentes e reais sobre participaçom na convocatória pública do PP hoje em Compostela, mas também a perícia com que recortam as imagens da praça para as adaptarem aos dados pretendidos.
No primeiro exemplo, o compostelano El Correo Gallego fala da participaçom de "200 gaiteiros" e de "5.000 pessoas", mas evita acompanhar essas afirmaçons de provas gráficas que deem umha visom geral da praça, o que permitiria verificar se esses números se aproximam da realidade. A ampla galeria de imagens que publicárom no site reforça a ideia contrária. Nada de planos completos da praça, muito plano curto e perspetivas enganadoras para o que dá a impressom de ser menos de um terço da praça ocupada. Parece mais próximo das 1.000 pessoas que das 5.000 de que se "informa".
Segundo exemplo: El País. Jornal super sério, nom é? Fala de 300 gaiteiros hoje no Obradoiro, reconhecendo que a assistência "nom foi tam numerosa como a Cámara Municipal tinha previsto". Escassas imagens que tampouco oferecem panorámicas da praça.
E por último, o El Mundo, o mais otimista em relaçom aos gaiteiros, já que contou nada menos que 1.000! ou fôrom 300? Ah, bom, depende. No título e no início da notícia joga com o número mágico de um milhar de gaiteiros, mas também di que houvo "300 de Ourense e Ponte Vedra". Será que os outros 700 eram de Lugo e da Corunha? Nom, nom, no fim acaba por esclarecer que eram "arredor de 300" e nom "um milhar como antano"... Talvez faga esse jogo confiando em que se cumprirá aquela outra máxima cinematográfica relacionada com o jornalismo, recolhida em "Primeira página", o filme de Billy Wilder: "Quem caralho vai ler o segundo parágrafo!"
Quanto às pessoas assistentes, o jornal de Pedro Jota conforma-se com dar um novo número para a coleçom de arbitrariedades da jornada: 3.000. Claro que, concidindo com os outros dous jornais que comentamos, oferece umha galeria com muito abraço e desfile de políticos, mas nada de fotos aéreas. Impossível comprovarmos que área da praça foi ocupada, mas reconhece que "menos de metade". Sim, menos de metade e também menos de um terço, acrescentamos nós.
Quanto à manifestaçom simultánea que celebrou a morte de Fraga, para o El Correo Gallego nom existiu, para o El País fôrom 20 e no El Mundo publicam umha foto em que, sem se verem todas as pessoas participantes, se contam mais algumhas do que as duas dezenas contabilizadas polo jornal madrileno. Das cinco detençons confirmadas, nadinha.
Em definitivo, os meios "sérios" demonstram que, apesar da morte de Fraga, a escola de manipulaçom informativa que o velho franquista fundou nos seus tempos de ministro da Informaçom ainda subsiste. Como nos melhores tempos da ditadura, rigor, zero.