1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (9 Votos)
Raphael Tsavkko Garcia

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Defenderei a casa de meu pai

O julgamento de Baltasar Garzón

Raphael Tsavkko Garcia - Publicado: Quinta, 19 Janeiro 2012 18:28

Raphael Tsavkko

Não tenho qualquer simpatia por Baltasar Garzón. Juiz amante dos holofotes, pode ser responsabilizado pela tortura de diversos presos políticos bascos e por constantemente atentar contra a liberdade de expressão deste povo.


Garzón responsável, para além das torturas, ilegalizações e prisões, por absurdos cerceamentos do direito à liberdade de expressão, é responsabilidade sua o fechamento do diário basco Egin ("Fazer") em 1998, que abriu também as portas para o fechamento - com a posterior tortura de toda sua direção - do diário Euskadunon Egunkaria ("Diário Basco").

Um juiz midiático, que levou até o máximo suas prerrogativas e autoridade e pode, em algum momento, ter ultrapassado o limite. Mas nada disso justifica o julgamento político que enfrenta. Garzón buscou julgar crimes franquistas, e foi repudiado por seus herdeiros, hoje no poder, do PP. Fundador do PP, o recém-morto Manuel Fraga, era franquista de carteirinha, assassino reconhecido e um grande canalha. E assim são boa parte dos membros daquele partido. Ladrões saudosistas de uma época de terror e mortes em que sua ideologia prevalecia sob o sangue dos demais.

Garzón é culpado de desafiar estes poderosos e tentar mostrá-los como são: Criminosos e genocidas.

O julgamento do juiz por ter usado escutas para buscar ir mais a fundo num dos maiores escândalos de corrupção envolvendo o PP na Espanha, o caso Gürtel - na verdade em Valência (Països Catalans) e na Espanha -, é patético, para dizer o mínimo. Mas não surpreende que esteja sendo levado a frente pela Inquisição Espanhola, a famigerada Audiência Nacional, um verdadeiro tribunal de torturas e de destruição de vidas.

Garzón é culpado de muitos crimes, mas não está sendo julgado por nenhum deles. Está sendo julgado por ter parado de fazer o joguinho esperado pela Espanha - o de perseguir minorias - e por ter ido longe demais na outra parte de seu trabalho, na de encarcerar genocidas, como Pinochet, e corruptos.

Nem todo seu trabalho era desprezível, mas sem dúvida esta era a parte onde ganhava aplausos de PSOE e PP. O resto era tolerado, afinal até os mais fiéis empregados do Estado tem direito a se divertir, até que resolveu mexer onde não devia e colocar o PP em uma situação desconfortável. Mas o PP venceu a eleição, e tem carta branca para perseguí-lo pelo desvio de conduta.

Garzón está sendo julgado por crime que não cometeu, por ter ido demais e estendido sua perseguição para além dos limites impostos pelos poderosos. Mas não é santo. Não é inocente. E nem pode ser tratado como alguém que não sabia onde suas ações iriam levar.

A solidariedade a Garzón deve ser dada com inúmeras restrições. Deve fazer alusão específica a esta perseguição em particular, e sem apagar seus crimes contra a sociedade basca, sua mania de perseguir a esquerda nacionalista basca e de aprovar/facilitar a tortura de seus membros.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.