Rick Perry, pré candidato republicano à presidência dos EUA criticou Barack Obama por pretender julgar os soldados que urinaram sobre corpos de guerrilheiros talibãs. Acha um exagero. “Esses rapazes cometeram um erro, sem dúvida, mas seria exagerado o governo julgar penalmente esses jovens”. É o inteiro teor das declarações que fez à rede CNN.
Para Rick Perry julgar os “rapazes” é um “ato de desdém com as forças armadas”.
Outro pré-candidato republicano acusou o favorito de seu partido de maus tratos a animais. Em 1980, numa viagem ao Canadá, Mitt Romney prendeu seu cachorro numa casinha no teto do seu carro e viajou de Boston ao Canadá. Newt Gingrich lembrou que o fato causou péssima repercussão entre os ativistas de direitos dos animais. É a campanha mais agressiva contra Romney. Outro ponto que Gingrich insiste é a declaração do adversário que “gosto de demitir pessoas”.
As guerras entre máfias, ou famílias que controlam regiões, cidades e estados, via de regra são precedidas de declarações de paz, seguidas de uma série de estocadas, uma grande reunião para decidir sobre o futuro, o rumo dos “negócios” e ao final um tiroteio em que, ao final, prevalece o mais forte. O que dispuser de melhores condições de manter intocados e garantidos os lucros. “Nada pessoal, só negócios”.
Eleições presidenciais nos EUA e nos países capitalistas diferem apenas quanto à dimensão do caráter grotesco entre o processo eleitoral e o processo mafioso.
Nesse a televisão cumpre um papel de destaque.
É necessário fazer com que as pessoas/eleitores acreditem que vivem numa nação, que influem nos rumos do governo e que são capazes, através do voto, de mudar realidades brutais que tanto atinge o mundo inteiro, como no caso dos EUA, como ao próprio cidadão/eleitor.
Eleições dentro desse contexto são farsas. Tanto faz que o presidente seja Obama ou Romney. Os Estados Unidos são apenas um complexo de bancos, grandes corporações e latifúndios espalhados pelo mundo, com perto de 40 milhões de indigentes. O que pode mudar é a maior ou menor agressividade em relação ao “resto”.
São milhares de ogivas nucleares prontas para estabelecer ou restabelecer o primado da “ordem” e estão à disposição do presidente minutos após a sua posse. Cabe a ele digitar os códigos de destruição.
O rito pré-eleitoral e a campanha seguem apenas o roteiro pré-traçado das farsas vendidas às multidões que costumam ensandecer com o processo e perder o contato com a realidade.
O festival de sandices faz parte do jogo. Nas eleições anteriores a candidata a vice na chapa de John McCain, derrotado por Obama, Sarah Palin, não trazia nada além dos votos do Alaska. Os especialistas do Partido Republicano, no entanto, achavam era o contraponto da beleza e do corpo bem moldado à novidade Obama, o candidato “negro” que ia se transformando em favorito.
Palin chegou a posar para fotos assentada em um tamborete daqueles altos, típicos de bares norte-americanos, com pose sensual, boa parte das pernas à mostra e um copo com um canudinho à sua frente. O olhar era o padrão indústria pornográfica, sensualidade e sugestão de sonhos eróticos.
Foi candidata a vice, poderia ter sido garota da página central da revista Playboy e se viesse ao Brasil poderia terminar sister no Big Brother.
Boninho tranquilamente transformaria um estupro num caso de amor. E de um jeito tal que nem a filha de Jayne Mansfield, Mariska Hargitay (detetive de plantão numa série de tevê dos EUA exportada para o mundo inteiro), a detetive Benson, conseguiria provas.
Obama sabe que corre riscos, não importa que Romney seja uma versão Bush do estado de Massassuchets. Não conseguiu cumprir metade de suas promessas, virou o leme e o curso no meio do governo e transformou-se no maior fiasco da história dos EUA. Por mais paradoxal que isso possa parecer esse é o seu ponto forte. Banqueiros, grandes empresários, empresas que controlam o latifúndio em outros países, militares, preferem alguém flexível que peça a proteção divina para assassinatos a sangue frio como o de Osama bin Laden e não se importa de servir cerveja na varanda ou nas varandas da Casa Branca.
Palpiteiro nos “negócios”, caso de Romney, podem trazer alguma complicação, principalmente se começarem a acreditar que de fato presidem alguma coisa.
Acontece de tudo numa eleição em qualquer lugar do mundo e nas eleições nos EUA, o caráter é o moralismo hipócrita do protestantismo de origem anglicana, mas o controle é de grupos sionistas. Se não conseguir passar por baixo da mesa das grandes organizações sionistas candidato algum vai a lugar nenhum, embora o número de eleitores muçulmanos tenha aumentado. E seja grande o de latinos.
A decadência dos EUA é de tal ordem que Romney já disse que se eleito não dará um tostão à Europa. É típico dos que colonizam. Saqueiam as colônias, as suas riquezas. No caso da Comunidade Européia foi transformada em uma grande base militar.
Numa eleição dessas não poderia faltar o ingrediente pôquer. O jogo que decide situações dramáticas de governo. Obama tem um ás na manga, pode virar um nada dependendo do que vier a acontecer, mas a guerra contra o Irã, de repente, vai sugerir aos cidadãos/eleitores que estão livres de acordar e encontrar um muçulmano embaixo da cama pronto a um ato de terror. Preferem pagar juros da hipoteca a bancos sionistas e morar em trailers, ou carros, barracas, parece que dói menos. A diferença entre o espetáculo/ilusão e a realidade. Um troca de lugar com o outro e é só hastear a bandeira num jogo de basquete que todos se enchem de brios patrióticos movidos a cachorro quente e pipoca.
Esse festival de sandices vai até novembro. Por aqui, no Brasil, vamos ter que aguentar a cobertura full time da GLOBO. Às voltas, neste momento, com o Big Brother, ensaia, treina e prepara seu time, à frente o preferido de Hillary Clinton, William Waack, para transformar o pleito nos EUA em algo vital e decisivo para o Brasil.
No duro mesmo, para os “negócios”.
Pior vai acontecer com os três ou quatro telespectadores de Manhattan Collection tendo que ouvir aquele monte de baboseiras de sábios de “araque”, a dizer que a “democracia tem um valor implícito em si só”.
Que valor cara pálida? Sei lá, tenho a sensação que tiram frases de antigos almanaques do Capivarol e repetem por ali com os olhos esbugalhados da sabedoria adquirida em VEJA e com estágio na FOX e na CNN.
Continua sendo arma de defesa o botão de desligar.