O regime colombiano é de terror de Estado. O de Piñera marcha para isso.
Os recentes recuos do governo Chávez em acordos de extradição de lutadores populares colombianos mostram que a revolução bolivariana em vários aspectos perde o seu caráter transformador e socialista, pelo menos o que está contido em cada discurso do presidente venezuelano.
Dentro desse contexto o papel do Brasil é de extrema importância. Não pode encerrar-se numa política econômica neoliberal, ainda que dentro da lógica do “capitalismo a brasileira”, que se mostra débil diante da conjuntura internacional, está sendo engolido. Ou da própria situação política e econômica do mundo “globalitarizado” segundo a ótica dos EUA e de Israel.
A Comunidade Européia falida, os EUA mergulhados numa crise sem perspectivas de saídas imediatas, pelo contrário, guerras insanas espalhadas e sendo espalhadas pelo mundo no que hoje é um complexo político, econômico e terrorista. ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. Bancos e grandes corporações aliados a latifúndios em países como o Brasil são os acionistas dessa nova realidade.
Para se ter uma idéia, o “comandante” do chamado exército sírio livre é um coronel norte-americano. O mesmo que fizeram no Brasil em 1964, quando um general dos EUA assumiu o comando das forças golpistas que derrubaram o presidente constitucional João Goulart.
O livro do jornalista Amaury Ribeiro sobre o processo de privatizações no governo de Fernando Henrique Cardoso vai muito além da corrupção, que é implícita ao modelo, é parte do modelo. O envolvimento de líderes do PSDB – os tucanos – revela o caráter anti nacional e o despudor absoluto desses políticos – José Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati, Geraldo Alckmin, etc. Não existe tucano inocente. Se não cometeu algum crime, logo vai cometer e sempre contra o Brasil e os brasileiros.
O que aconteceu nos oito anos de FHC foi uma apropriação do Brasil pelo capital estrangeiro associado ao capital nacional e é isso que precisa ser revisto. Voltar ao passado para resgatar o Brasil como nação soberana. Só será possível com uma atitude do governo Dilma e de seu partido o PT, que, ao contrário, tentam fazer de conta que o negócio não é com eles e que o mal está feito, não existe retorno.
Tornam-se cúmplices do que o jornalista chamou de “A PRIVATARIA TUCANA”.
O quanto a filha de José Serra e o próprio embolsaram em propinas ao longo dos oito anos de FHC, o quanto a mídia de mercado – corrupta, venal e parte do processo – mentiu e ganhou, continua ganhando, é caso de polícia de puro e simples.
A revisão de todas as privatizações feitas por Fernando Henrique, que também é caso de polícia, essa sim, é a atitude que retoma o Brasil para si e os brasileiros. Como está somos um condomínio de bancos, grandes empresas e latifundiários e os governos petistas não mudaram essa realidade, nem dão sinais que pretendem mudá-la.
E nem a correlação de forças desiguais – caso da mídia, por exemplo – justifica que Dilma tenha comparecido ao programa de Ana Maria Braga para ensinar receita de omelete. É uma forma de subserviência travestida de busca de entendimento.
Se não é capaz de diante de fatos como os revelados no livro de enfrentar e reverter um processo que acima de tudo foi golpista – o golpe branco da reeleição de FHC –, dirigido de fora para dentro (como dizia Brizola, “isso vem de longe, do norte), apenas aceita um estupro contra o Brasil e os brasileiros e se mostra aquém daquilo que assumiu como compromisso na primeira campanha presidencial de Lula, que hoje se sabe, por confissão de um dos grandes da mídia, foi vítima de várias manipulações.
A importância do Brasil no contexto latino-americano é decisiva para o futuro, num momento em que o mundo capitalista sobrevive do terror imposto pelos EUA e por Israel, países dominados e dirigidos por bancos e grandes corporações. E que, em meio à falência econômica e as graves dificuldades políticas internas e externas, transformam o terror militar na única linguagem para que possam sustentar o império nazi/sionista exibido em todas as suas cores na violência e na barbárie na Líbia, no Afeganistão, no Iraque, na Colômbia, no Haiti ou agora na tentativa de fabricar uma guerra civil na Síria, enquanto mantêm a boçalidade da ditadura militar no Egito.
A CPI da Privataria proposta pelo deputado Protógenes Queiroz é uma oportunidade para mostrar aos brasileiros a realidade do governo da quadrilha FHC, toda a sua dimensão e significado e criar condições objetivas para desmontar e reverter o que foi feito em nome e segundo os interesses dos que compraram e mantêm como propriedade o PSDB, a mídia de mercado (GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ÉPOCA, ESTADOS DE MINAS, RBS, BANDEIRANTES, RECORDE, etc.).
Vai além, muito além da corrupção. Significa retomar o Brasil para os brasileiros e buscar rumos de construção um país diverso do que está sendo construído. Já se percebe na atitude de alguns governantes o ranço da ditadura militar retomando. A atitude do governador – corrupto – Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, contra professores. O regime de ferro e fogo da aberração política Antônio Anastasia em Minas. O governo Alckmin em São Paulo revivendo procedimentos do golpe de 1964 ao punir estudantes da USP – Universidade de São Paulo – e na impotência do governo Dilma, até agora, menor que o cargo que ocupa, refiro-me a presidente.
A cumplicidade do PT com esse processo é visível a olho nu. Transformou-se por suas lideranças (sobram alguns poucos comprometidos com sua história) numa espécie de partícipes de um condomínio de poder corrupto e submisso ao neoliberalismo.
Com a mídia privada mentindo, omitindo, distorcendo, a CPI da Privataria será um passo fundamental nas lutas populares, um rombo aberto no casco do golpe tucano contra o Brasil e os brasileiros e ai sim, a ampla participação popular no processo, não importa o tamanho das dificuldades. E junto com ela a história contada em toda a sua dimensão, mostrando o que foi o golpe militar de 1964, isso através da Comissão da Verdade.
O que o governo Dilma tem que entender é que ou se transforma e enfrenta os reais desafios que o Brasil tem pela frente, ou vai apenas ficar colando esparadrapos rotos em feridas imensas abertas pelo governo FHC, não curadas no governo Lula e que podem alastrar-se por todo o organismo político a partir de vírus tipo José Sarney, José Agripino, bancada evangélica, bancada ruralista, toda a doença que acomete a farsa democrática que vivemos. Uma infecção generalizada.
Ou governa com as ruas, ou cedo ou tarde as ruas irão falar. Irão buscar o Brasil de volta para construí-lo segundo a vontade popular. Que não comporta alianças espúrias como as feitas pelo partido do governo.
É claro. Essa forma de governar do PT – Lula e Dilma – é como enfiar a cabeça na boca do tubarão e achar que ele não vai morder. Está mordendo e arrancando nacos de bom tamanho. Daqui a pouco engole o resto.
O Brasil neste momento está pensando e agindo como potência emergente e sub imperialista em relação a seus vizinhos. Não é o caminho de um futuro democrático e de uma integração latino-americana. É o jogo segundo as regras dos donos do mundo.