Segundo o ex-presidente a maioria do eleitorado não se expressa, não se manifesta e reflete no voto o medo de mudanças estruturais, ou perda do que a vista alcança, vale dizer, interesses individuais e imediatos.
Nixon foi uma das últimas raposas da política dos EUA. De lá para cá só presidentes títeres do complexo militar e industrial que governa o país, agora aliado ao sistema financeiro, na prática o principal acionista do Estado e a forte presença de grupos sionistas.
Nixon perdeu as eleições presidenciais em 1960 para John Kennedy por exígua maioria de votos do democrata, perdeu as eleições para governador da Califórnia, foi dado como morto politicamente e ressurgiu em 1968 derrotando um dos mais importantes líderes democratas, Huber Horacio Humphrey.
Essa ressurreição foi o início do processo de transformação definitiva dos EUA em uma grande corporação. Clinton num e noutro momento tentou escapar das imposições, Carter foi um fracasso absoluto e Reagan o momento supremo dos republicanos de extrema-direita. “Governou” por oito anos sendo portador do mal de Alzheimer.
Obama se contenta em servir cerveja nos salões da Casa Branca e a assinar o que lhe é posto à frente sem contestar. É possível até que o branco travestido de negro chame os generais de “bwana”, como nos velhos filmes de Tarzã. Quer mais quatro anos e se mostra ávido de exibir seu servilismo movido a uma retórica demagógica e sem perspectivas de qualquer mudança. É um dos grandes cínicos desse início de século.
Os EUA testaram, em meio a grave crise que vive, 20 milhões de indigentes, um míssil que carrega uma bomba capaz de atingir a qualquer país do mundo em menos de uma hora.
A crise econômica vai ser resolvida dessa forma, com os arsenais da boçalidade.
Generais e grandes corporações – empresários e banqueiros – não se importam de voltar às cavernas desde que os “inimigos” estejam abatidos, destroçados e os cofres salvos.
O Egito e a Espanha são flagrantes exemplos que movimentos populares podem resultar em direções opostas àquelas desejadas pela população.
No Egito caiu Mubarak e continua Mubarak através de militares subordinados aos EUA. A maior parte das forças armadas aliadas norte-americanos são comandadas de fora para dentro, inclusive a brasileira. E se não aliados, de países considerados estratégicos para o complexo terrorista que governa os EUA. Forças armadas são grupos à parte de suas nações no processo imperial/capitalista que vivemos, em sua grande maioria.
Os egípcios estão de novo nas ruas exigindo democracia na essência da palavra. É substantivo, não é adjetivo. Querem o rompimento do acordo militar com o Estado genocida e terrorista de Israel. Os conflitos se multiplicam a cada dia e os militares percebem que cada cidadão daquele país já identificou a farda norte-americana por baixo do uniforme egípcio. Ou as fardas norte-americana e israelense.
A vitória da direita na Espanha é simples de explicar, até porque não foi vitória. Foi troca de comando (quem disse que Zapatero é de esquerda?).
Em meio à crise que varre o país, conflitos internos, os altos índices de desemprego, a maioria silenciosa prefere ceder os anéis e adiar a entrega dos dedos aos banqueiros e grandes corporações, trocando o governo. O medo de perder o imediato, o que está ao alcance das mãos.
Por que isso? Por que o sentimento de medo de mudanças?
A comunicação sempre foi vital em momentos de guerra e hiatos de paz presumida. Tempo para recarregar a bateria. Desde os sinais de fumaça dos índios nos EUA, aos símbolos usados por povos da antiguidade.
A derrota militar que os norte-americanos sofreram no Vietnã mostrou a importância de total controle dos meios de comunicação. Ali, àquela época, a liberdade de imprensa mostrou a barbárie do napalm, das torturas, dos assassinatos em massa de civis vietnamitas, do repúdio do cidadão comum a uma guerra sem sentido. Comunicação sempre foi importante, ali foi o divisor da máxima importância.
O filme MASH, dirigido por Robert Altman, Oscar de melhor roteiro, é uma das mais sérias críticas às guerras feitas pelos EUA. Refere-se à guerra da Coréia e exibe todo o desprezo e insensibilidade, em forma de comédia, pela característica boçal e imperialista dos norte-americanos.
Kulbrick também trata do assunto noutro filme exemplar. DOUTOR FANTÁSTICO. Um general norte-americano que enlouquece (existe general norte-americanos são?) e cisma que os comunistas estão chegando pela água. Manda que seus mísseis, à revelia do Pentágono e da Casa Branca, sejam disparados contra Moscou. O principal consultor do presidente dos Estados Unidos é um alemão egresso do nazismo e que numa cadeira de rodas mantém a mão direita segura. Às vezes escapa e sai o grito – “Heil Hitler”.
Ao lado do arsenal militar os EUA constroem uma rede mundial de comunicações – financiando e assumindo empresas privadas, como acontece no Brasil – para veicular as “verdades” que interessam ao império e manter o povo desinformado. E onde entram figuras desprezíveis como William Waack, ou o Bonner e etc e tal.
Nasce aí a alienação em massa, a sociedade girando em torno de fetiches como a mercadoria, a imagem e agora o espetáculo das bombas supersônicas (Guy Debord).
O chip do espetáculo é também o do medo.
É outro arsenal indispensável aos propósitos do capitalismo e do imperialismo.
Nasce aí também uma forma de plutocracia. O governador exercido pelos ricos, pelos donos do capital.
Os povos viram zumbis no processo de alienação imposto pela mídia e, a democracia se transforma em farsa e as multidões se arrastam pelas ruas dominadas pelo medo que o carro nosso de cada dia possa virar uma ilusão, ou que o sanduíche do McDonald’s desapareça. Pior, que a Coca Cola deixe de existir.
Modesty Blaise, no meio do deserto, recusou água e pediu champanhe. Um tanto pernóstico, outro tanto de evidente mordacidade crítica. Se é que mordacidade em si já não é crítica.
É por aí que a Mulher Melancia ganha uma importância maior que a fome de milhões de pessoas em todo o mundo, pois mulheres melancias existem para todos os cantos, são geradas pela mídia. É o papel que cabe à mídia, o arsenal que antecede às bombas supersônicas.
Quando um terrorista vestido de fraque e cartola como se embaixador fosse, Roger Noriega, diz a VEJA – produzida e impressa nos esgotos do capitalismo – que uma eventual morte de Chávez vai gerar o caos na Venezuela e forçar uma intervenção militar dos EUA para “restabelecer a ordem”, está confirmando o golpe militar que derrubou Zelaya e ao mesmo tempo, noutra proporção, mostrando que o complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A não está preocupado com os gregos, mas com os bancos da Comunidade Européia.
A direita não venceu na Espanha. Venceu o medo produzido pela alienação. Andam juntos, de mãos dadas na mesma calçada.
A democracia é um cadáver insepulto que se presta à mentira veiculada no dia a dia da mídia em qualquer parte do mundo.
Ao saírem às ruas para protestar contra os militares de seu país os cidadãos egípcios estão apenas mostrando que perceberam o logro que lhes foi vendido por militares supostamente egípcios. Como aconteceu no Brasil em 1964. Militares comandados por norte-americanos derrubaram um governo legítimo, constitucional, varreram as forças armadas dos que traziam em si o gene da legalidade e da brasilidade e aterrorizaram o país por mais de duas décadas. Hoje se escondem na covardia costumeira desse tipo de gente atrás de bravatas e da lei da anistia feita para eles.
Não há saída fora das ruas e os próprios cidadãos norte-americanos já perceberam isso. Estão nas ruas. O institucional aqui, ou em qualquer lugar do mundo capitalista faliu.
Como estão os gregos, os italianos, os espanhóis, franceses (próxima vítima do furor de banqueiros) e tantos outros que começam a perceber que sai Mubarak, mas fica Mubarak.
Ou alguém acha que os iraquianos melhoraram de vida depois da invasão e ocupação pelos norte-americanos e seus “aliados”?
O capitalismo tão somente saqueia. Transforma o trabalhador em zumbi, em objeto, em adereço de um processo que se escora na insânia de um arsenal militar capaz de destruir o mundo cem vezes, e no arsenal da mídia privada a vender mentiras por todos os dias.
A direita não venceu na Espanha. Venceu o medo e a incerteza de trocar o ruim pelo pior, ou vice versa – vice versa sim, já que o país caiu nas mãos de banqueiros e grandes corporações.
No Egito o povo está nas ruas à busca da democracia substantiva sonhada e desejada que não inclui um pacto militar traiçoeiro com Israel e nem militares subordinados aos EUA.
Na Grécia, onde existe direção e consequência no movimento e não o espontaneísmo da indignação sem caminhos alternativos, o povo continua nas ruas.
É por aí a saída dos escombros do capitalismo, cada vez mais feroz e brutal. Nas ruas. E com direção. Não é por outro motivo que em Wall Street estão lendo Marx. O que o precisamos, povos, é ler Lenine.
A democracia cristã, ocidental e de bombas supersônicas acabou. E o Irã não é culpado disso. É só o bode expiatório dos malucos que dirigem o complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. Como foi a Líbia, o Iraque, o Afeganistão, está sendo a Colômbia e tantos outros.