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Coreto da Praça

Merkel propõe eleição direta para presidência da Comissão Europeia

Milton Temer - Publicado: Quinta, 17 Novembro 2011 01:00

Milton Temer

Qual o significado real?


Uma séria advertência aos Indignados da Europa se explicita nas proposições bizarras do congresso do CDU,da Alemanha, sob a batuta de Angela Merkel. Este partido democrata-cristão, que abriga a direita conservadora, joga pesado na manutenção da unificação política e fiscal dos países da Zona do Euro, e radicaliza ao propor eleição direta para a presidência da Comissão Europeia. Isto mesmo, eleição por sufrágio universal;

Evidentemente, não o faz por abertura a princípios democráticos, ou maior participação social nas decisões governamentais. O faz pela certeza da hegemonia ideológica crescente dessa direita conservadora, na eleição para os poderes Executivo e Legislativo dos países mais importantes do continente; E por duas razões, principalmente.

A primeira é se aproveitar da degradação dos valores progressistas, e do ceticismo, principalmente entre os jovens sem perspetivas de futuro sadio,  pelo acovardamento dos governos socialdemocratas diante dos ditames neoliberais  dos sistemas financeiros privados, aos quais vêm submetendo as rédeas de seus governos, pelo menos nas últimas duas décadas.

A segunda está na, digamos, desarrumação orgânica dos principais partidos da esquerda realmente socialista, tanto por sectarismo quanto por uma inexplicável acomodação ao sistema. Neste último caso, vale lembrar a rendição ideológica dos dois principais partidos comunistas - o italiano e o francês - a partir do desmonte da URSS, e ao longo da década de 90.

Se o PC francês se recompõe, a partir da remoção de Robert Hue, antigo secretário-geral, hoje abrigado no PS, e começa a recuperar espaços através de uma ação anticapitalista efetiva, e não apenas doutrinária, através da formação do Front de Gauche com o partido formado pelos dissidentes, pela esquerda do PS, o mesmo não se pode dizer do PC italiano. Este,, totalmente entregue aos burocratas cooptados pelo grande capita, hoje se limita ao papel de linha auxiliar da centro-direita italiana.

Se o CDU ainda tem como adversário principal o SPD (socialdemocracia alemã), estamos diante de um quadro semelhante à falsa polaridade "Democratas x Republicanos", made in USA, onde a única distinção está na velocidade e na intensidade da aplicação de uma mesma política fundamentalista, pautada no expansionismo e na submissão aos interesses do complexo industrial-militar-petrolífero.

É bem verdade que a Alemanha ainda conta com a ascensão do Die Linke (A Esquerda), partido formado pela fusão dos dissidentes do SPD, liderados por La Fontaine com os comunistas libertários da Alemanha do leste). Embora jovem - nasceu em 2007 -, já começa a obter resultados eleitorais consistentes.

Mas o fundamental é compreender que tais esforços promissores, localizados, não interferem ainda na ascensão da direita ideológica no momento de ocupação dos quadros deliberativos dos aparelhos de Estado. O exemplo mais expressivo está no que se prevê para as próximas eleições parlamentares da Espanha onde, a despeito das multidões que acampam nas jovens manifestações de Indignados, a vitoria é quase certa para o Partido Popular, da direita nostálgica da ditadura franquista.

E isso nos chama a atenção para a necessidade de, além de festejar essas manifestações espontâneas, não nos mantermos em seus limites. Carece agir para que seu aspecto festivo não se deixe dominar pela voga alienante da despolitização da política. Que incorporem a necessidade de participar da disputa de poder real, porque a vida não está apenas nas praças. Está na política concreta; aquela que controla os poderes do Estado, confrontando o embate pela sua democratização permanente, e contra a tendência autoritária implícita na aplicação de regras governamentais neoliberais, fundadas na garantia da manutenção dos privilégios do grande capital, e na demolição e avanço das conquistas sociais;

Se Merkel propõe eleição direta para a presidência da Comissão Eleitoral, ela o faz por ter certeza que pode limitar o poder das ruas com o controle dos instrumentos legislativos e repressivo; Pois são estes que determinam a segurança de manter os Indignados limitados às suas saudáveis,s mas absolutamente inócuas manifestações de rua.


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