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Maurício Castro

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Enquanto há força

Prémios para a intelectualidade orgánica galega

Maurício Castro - Publicado: Terça, 08 Novembro 2011 01:00

Maurício Castro

Leio no portal Galizalivre umha interessante matéria que informa sobre umha nova mostra de submissom ao poder por parte de artistas e intelectuais do nosso país, eleitos polo governo do PP como ganhadores da última ediçom dos Prémios da Cultura Galega.


Na mesma informaçom, lembra-se acertadamente o raro exemplo de dignidade que representou, há agora um ano, a negativa do escritor Agustín Fernández Paz a aceitar o mesmo prémio, alegando o facto objetivo de ser concedido por um governo declaradamente inimigo do idioma da Galiza.

O lamentável e reiterado espetáculo de genuflexom ao poder por parte de um setor significativo da intelectualidade galega inclui figurantes de todas as supostas cores e sensibilidades. Desde nacionalistas como Antón Reixa até reintegracionistas como Quico Cadaval, passando por indepes isolacionistas como Mendes Ferrim.Também alguns apolíticos cosmopolitas como Carlos Núñez e atrizes de êxito como Maria Pujalte... Todas e todos eles som parte fundamental e consciente da organicidade intelectual que colabora no funcionamento e reproduçom do atual sistema, evitando sobressaltos inoportunos em tempos de crise como os que vivemos.

Devemos nestes momentos lembrar que nom sempre foi assim. Mesmo poderíamos dizer que os premiados por La Voz de Galicia e pola Junta do PP representam a antítese do que a intelectualidade deveria representar numha sociedade viva que se afirma na história. Estamos a pensar, por exemplo, em trajetórias intelectuais e profissionais como as de Carvalho Calero ou Roberto Vidal Bolaño, para só referir dous exemplos de firmeza e dignidade ainda frescos na memória recente da história da Galiza.

De facto, e para nom cairmos numha injusta generalizaçom, deveremos admitir que nom toda a intelectualidade galega atual é colaboracionista ou servil com quem ordena, manda e decide os subsídios. Sabemos que nom é assim, entre outros, polo claro exemplo que no ano passado deu o próprio Agustín Fernández Paz, mas existem outras mostras de verdadeira independência crítica frente aos longos tentáculos do poder.

Admitimos que os tempos som difíceis e nom pretendemos que a média da nossa intelectualidade atinja a estatura de um professor e antropólogo colombiano conhecido como Alfonso Cano, assassinado há poucos dias pola oligarquia colombiana em resposta à sua inequívoca militáncia do lado do seu povo. Bastava um mínimo gesto de rebeldia que enviasse à sociedade galega algum sinal de vitalidade e compromisso por parte dos seus supostos intelectuais progressistas...

Talvez noutra ocasiom.


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