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Laerte Braga

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A camisa de força do ''capitalismo à brasileira''

Laerte Braga - Publicado: Terça, 13 Setembro 2011 02:00

Laerte Braga


Os países do BRICS – BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA e ÁFRICA DO SUL estão tentados a uma operação conjunta para ajudar a “combalida economia global”. A informação é do jornal VALOR ECONÔMICO que afirma ainda que “uma das ideias é aumentar a parte de suas reservas internacionais mais aplicadas em títulos denominados em euros”. “A aquisição de mais títulos de dívida soberana europeia seria limitada aos papéis de países mais sólidos, como Alemanha ou mesmo Grã Bretanha”

Uma decisão sobre o assunto deverá ser tomada no encontro de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais dos BRICS, dia 22 de setembro, em Washington. O curioso nessa história, além do absurdo diante de outras prioridades, é que os Estados Unidos não integram os BRICS, mas a reunião será em Washington.

Nouriel Roubini ganhou fama ao prever a crise mundial de 2008 e volta à cena, afirmando que a Comunidade Europeia caminha para a desintegração. O economista declarou que “teremos um colapso financeiro ou uma desintegração, com cada país indo para própria direção”. Nouriel Roubini falou numa entrevista no Instituto Nicolas Bergguren, em Bruxelas.

Disse ainda que “se os países da Europa não avançarem na direção de uma maior unidade econômica e fiscal, o mundo poderá estar diante de um colapso financeiro. A desintegração seria maléfica para todos, mas muito prejudicial para a zona do euro e para a Alemanha, que se beneficiou com o mercado comum na região”.

O presidente do Senado no Brasil, José Sarney, ex-presidente da República e um dos mais próximos colaboradores da ditadura militar, hoje aliado do governo Dilma Rousseff já avisou à presidente que trancará a pauta da chamada Câmara Alta enquanto medidas favoráveis aos países europeus e aos EUA não forem tomadas. Entre elas a liberação de compras de terras no Brasil por estrangeiros e a realização de leilões que, na prática, entregam o pré-sal brasileiro a grandes companhias petrolíferas internacionais, causando sérios prejuízos ao País, aos brasileiros e liquidando com a PETROBRAS.

Sarney é um corrupto notório e construiu um império no seu estado natal, o Maranhão, governado inclusive por sua filha Roseana Sarney, envolvida em vários episódios de corrupção junto com seu marido. Têm o apoio do grupo que luta contra a corrupção no país, na verdade, que encobre manobras golpistas, liga a seta para um lado e vira para outro.

Noutra direção a presidente Dilma Rousseff assinou a lei 116, que define novas regras para serviço de tevê por assinatura no Brasil. Abre o mercado para operadoras de telefonia e acaba com a limitação da participação de capital estrangeiro no serviço de tevê a cabo. Um governo tucano não faria melhor para atender a interesses antinacionais. Junta-se ao desejo do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, notório ativista das telefônicas colocado no governo, de entregar toda a banda larga a empresas de telefonia, matando perspectivas de um avanço na participação popular e tecnologias nacionais.

É o dilema do “capitalismo a brasileira”, definição do secretário geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB) Ivan Pinheiro, para ilustrar o modelo econômico iniciado com o governo Lula. Eike Batista, um dos grandes empresários que atuam no País e ligado a grupos estrangeiros, já anuncia que as exportações do Brasil quadruplicarão com o pré-sal, mas é lógico, desde que em mãos de grupos internacionais.

Na lei assinada por Dilma em 24 horas de programação diária os canais estrangeiros deverão oferecer aos telespectadores três horas e meia de programas nacionais, por semana, ou seja, no curso de sete dias. Em cento e sessenta e oito horas, três horas e meia serão de programas nacionais. Como se já não existisse a REDE GLOBO.

Não há sentido em socorrer países europeus em estado falimentar. Não se estará ajudando a povos desses países a superar problemas como desemprego, falta de moradia, etc, num momento em que o primeiro-ministro fascista da Grã Bretanha proclama o fim do “multiculturalismo”, mas apenas cobrindo rombos de bancos e grandes empresas.

Ismael Serageldin, ex-diretor do Banco Mundial (1972/2000) e dirigente da ONG BANKS, afirmou que “as guerras do século 21 serão travadas por causa da água”. A ONG foi criada para ajudar bancos a comprar políticos em países como o Brasil (caso de Sarney entre outros) no afã de privatizar a água, comprar terras em países ricos em biodiversidade, colocando em risco a soberania e a integridade do território brasileiro. O ex-diretor do Banco Mundial, atualmente, faz parte da Academia Francesa de Ciências e Artes e da Academia Americana de Ciência e Filosofia e é consultor de bancos e grandes empresas no processo de recolonização de países como o Brasil.

O que, num primeiro momento, a compra de políticos, parecia ter atingido apenas a tucanos e DEM, além de afiliados, permeia o PT e o governo Dilma. Sem sustentação parlamentar sólida a presidente enfia-se na mesma camisa de força que limitou a ação de Lula e obrigou o ex-presidente a buscar um modelo aceitável para as chamadas grandes potências, todas elas em processo de desintegração, como acontece na Europa e nos EUA.

Se ao tempo de D. João Charuto nosso ouro (e por ouro se entenda todo o conjunto de riquezas e perspectivas do Brasil) era levado no lombo das tropas de burros que saiam de Minas Gerais e outros estados, hoje, na Idade da Tecnologia, os senhores dos grandes castelos operam através de ONGs, pressões de empresários (não existe grande empresa, ou banqueiro brasileiro, empresários, banqueiros e latifundiários são apátridas) e políticos como José Sarney.

Governos fracos e sem sustentação parlamentar só fazem mostrar que o modelo está falido. O PT e Dilma se equivocam ao não buscar junto aos movimentos sociais e populares, sindicatos ainda não corrompidos formas de enfrentar todas essas pressões e avanços do capitalismo internacional, num momento em que age como urso ferido, já que sem pernas e desagregado.

Não há saída no institucional, no jogo sórdido da economia “globalitarizada” pelos arsenais nucleares e terroristas dos Estados Unidos (nação sob o controle de interesses sionistas).

Ou o governo rompe a camisa de força das armadilhas neoliberais criadas no governo FHC e das quais Lula tentou e não conseguiu escapar (uma ou outra exatamente na opção “capitalismo a brasileira”, sem perceber que estava sendo enrolado), ou vira colônia de novo, num governo confuso, errático e cercado de gente como Sarney por todos os lados.

Vamos socorrer bancos e empresas europeias comprando títulos de dívidas podres (que não vão pagar) com nossas reservas, enquanto as polícias militares prendem a arrebentam professores que segundo o governador do Ceará “devem dar aulas por amor e se não estiverem satisfeitos com os salários que mudem de profissão”. Ou deixando a saúde entregue a grupos privados e o povo a margem de todo esse processo.

A soma de tudo isso de fato é um processo, um imenso processo de entrega do Brasil, de aceitação passiva da recolonização, num mundo capitalista cada vez mais degradado e por isso mesmo cada vez mais violento e boçal.

É uma luta popular a ser travada. Como a travam cidadãos gregos, espanhóis, egípcios (as forças armadas do Egito, como a maioria da nossa bate continência para Washington) e de países onde o tacão nazista do império ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A se coloca com seu arsenal de destruição em todos os sentidos.


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