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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

20 anos sem a URSS

Andoni Baserrigorri - Publicado: Segunda, 22 Agosto 2011 02:00

Andoni Baserrigorri

Cumprem-se, nestas datas, vinte anos do que foi o princípio do fim da existência da Uniom Soviética. Quem isto escreve recorda com toda a clareza, como se tivesse acontecido anteontem, já que além disso, há vinte anos, vivim esses acontecimentos em Cuba.


Eram dias de incerteza, todas e todos sabíamos que andavam a acontecer cousas que iriam mudar o mundo e até as nossas vidas e militáncias e já sabíamos também que ocorreriam acontecimentos que por si próprios seriam irreversíveis.

Recordo com total clareza baixar à rua desde o Hotel Colina, em Havana, e como me somei à inumerável malta de cuban@s que tentavam conhecer a situaçom arredor do Granma e enquanto se apercebiam de eu ser europeu, enchiam-me a questons, já que supunham que sendo cidadao europeu devia saber notícias que eles desconheciam. Nom existiam daquela nem internet nem telemóveis, era umha época diferente em que se vivia na chamada "Guerra Fria", autêntica prolongaçom da Segunda Guerra Mundial.

Em agosto daquele 1991, produziu-se na URSS um Golpe de Estado, que foi umha última e desesperada tentativa de salvar o Estado Soviético, a obra de Lenine. Fracassou, entre outras cousas, porque nom tivo qualquer apoio popular, já que as e os cidadaos soviéticos estavam enfeitiçados por duas personagens que ham de passar à história pola sua nefasta atuaçom aqueles anos, o alcoólico Boris Yeltsin, autêntico palhasso facilmente manejável polo imperialismo, que em seu delírio etílico passou do marxismo-leninismo mais ortodoxo para a extrema-direita e o oportunismo social-democrata de Milkhail Gorbachov, que também fijo carreira política no PCUS, para finalizar beijando o rabo dos USA, enquanto vendia pizzas na publicidade televisiva.

Mas nom seria de justiça atribuir a queda da URSS nem a umha nem a duas, nem sequer a mil pessoas. A queda do gigante soviético é conseqüência dumha degeneraçom ideológica-prática iniciada décadas atrás. O PCUS tornou-se em umha espécie de gabinete de empregos e lugar onde se aglutinavam o pior da sociedade soviética na procura de favores e prebendas. Esse fenómeno surge no instante em que o Partido Comunista Soviético relaxa a teoria marxista, tornando o leninismo numha espécie de religiom oficial em que apenas parecem ser de interesse palavras de ordem e frases sem reflexo prático e torna o papel de vanguarda em escusa ótima para que a classe burocrática poda exercer um rol de parasita na sociedade. Nom há ditadura do proletariado, mas ditadura da burocracia do partido. Nom há participaçom da militáncia em debates políticos, mas um dizer amém aos ditados que venhem de cima. Nom há assembleias nem sovietes, mas um centralismo democrático que nom é tal e que legitima o poder da burocracia.

Mas há saudades da URSS, se nom, que o digam a dezenas de milhares de mortos que ocasionou o imperialismo desde que desapareceu o Estado Soviético. Apenas estava ainda quente o cadáver desencadeárom a primeira Guerra do Golfo, conhecedor o Imperio de que a nova Rússia nada ia fazer para frear as suas ambiçons imperiais, de facto na primeira Guerra do Golfo ainda existia a URSS e nada fijo para exercer o papel que durante décadas fijo de contrapeso ao fascismo norte-americano.

Os norte-americanos desencadeárom a maior ofensiva militar, política e ideológica da história, tendo consciência que ninguém lhes iria pôr freio. Atacarom o Iraque, após os restos de Iugoslavia, Afganistám e de novo o Iraque e agora a Líbia, para roubar os seus recursos, sabendo que em seu caminho nom iriam topar qualquer obstáculo.

Organizárom centenas de intrigas nos territórios da antigua URSS que provocárom milhares de mortos, numha orgia de sangue que parece nom importar à ONU nem às tristemente conhecidas ONGs.

Com a URSS viva, jamais teriam ocorrido estes acontecimentos, já que a URSS proporcionava ao planeta o equilíbrio preciso para que os genocidas da NATO nom pudessemm fazer do planeta o seu campo de tiro.

Nom teria surgido o reformismo insuportável da FMLN nem de outras gerrilhas latino-americanas, porque a URSS exercia um papel de referência revolucionária que hoje nom temos no mundo.

A queda da URSS justificou o dogma neoliberal do fim da história, e hoje vemos que a história está mais viva que nunca. A luita de classes segue aí, bem viva, marcando os ritmos da história em todos os paises do mundo, a dialética é a única que pode explicar todos os factos que assolam o planeta.

Nom há trunfo do capitalismo, porque África é também capitalismo e África morre de fame. Quiçá isso é um triunfo do capitalismo? Cada dia há mais diferenças sociais no mundo, os ricos som a cada vez mais ricos e os pobres a cada vez mais pobres e isso também conseqüência da queda da URSS, assim como a frenética corrida do mundo face posiçons a cada vez mais abertamente fascistas.

As e os que fôrom cidadaos da Uniom Soviética tenhem saudades da URSS. Nom admira, já que, com todas as carências do mundo, na URSS se vivia melhor que na Rússia capitalista, onde a esperança de vida caiu radicalmente e as pessoas se amontoam nas entradas do metro, àprocura dum refúgio, enquanto a canalha vive em grande estilo, deitam o dinheiro ao estilo dos grandes empresários do petróleo árabes. Curiosamente todos esses individuos provenhem do PCUS e eram os que antes referim como peste burocrata.

Existia também na URSS umha base militante comunista que nom conseguiu frear tais acontecimentos, que som quem hoje se tornárom na esperança do país, em que os valores que podam transmitir fagam renascer as ideias de Lenine.

E, fora da antiga URSS, também temos saudades do que foi o projeto de Lenine, sem nostalgias, mas sabendo que as tontarias ideológicas de mais de umha ou um à margem, a URSS marcou o século XX e deu à classe operária mundial e aos setores populares umha esperança em que as cousas poderiam mudar e que o capitalismo e o fascismo nom som invencíveis. É por isso que seguimos sendo comunistas dentro da nossa sensibilidade abertzale. Queremos a independência de Euskal Herria para construir o socialismo, o nosso socialismo, socialismo basco, mas socialismo com maiúsculas.

E como dixo aqueloutro... "As ideias emancipadoras do marxismo tomam renovada atualidade". Com certeza assim é, na medida que o capitalismo se mostra cada dia mais atroz e fascista.


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