Mas há muito mais, e tão grave quanto.
A crítica, hoje universal, aos governos que privatizaram o lucro e socializaram prejuízos dos banqueiros ianques e europeus na crise de 2008, "generosidade" que tem muito a ver com a crise atual das dívidas públicas das potências capitalistas, deveria ter tido alvo pioneiro no Brasil.
Estou me referindo ao Proer, instrumento gerado pelo BC presidido por Gustavo Loyola, e por onde se entregou R$ 40 bi a banqueiros brasileiros, preferencialmente os mais próximos das caixas de campanha tucano-pefelistas, sem nunca ter merecido uma investigação jornalística. Muito pelo contrário, o que se escreveu foi um quase apoio incondicional da grande mídia, embora ainda corram processos promovidos pelo Ministério Público contra alguns dos responsáveis pela medida. Responsáveis públicos, então, hoje convertidos em "consultores" e diretores de grandes bancos, ou até em importantes banqueiros privados. Sem nada antes, de capital inicial, do que a passagem pelo serviço público.
Nesse contexto, é preciso estar atento, a partir de um olhar crítico da esquerda combativa, tanto nos movimentos sociais quanto nas esferas institucionais. Nenhuma concessão à bandalheira posta em prática pelos que privatizam o Estado de forma criminosa pode ser desculpada. Mas nenhuma concessão pode ser feita aos fariseus que, quando no poder, foram tão ou mais predadores dos que agora tentam alvejar com suas versões "ético-moralistas".
É fundamental atacar de forma contundente as concessões feitas pelo governo Dilma, na esteira do lulo-pragmatismo, o "polulismo" -, que destrói de forma perigosamente irreversível a alma geradora do PT como partido de luta. Mas sem permitir que passem em brancas nuvens as semelhanças entre os malfeitos atuais e os que foram protegidos pelos que hoje, de forma ilegítima, os atacam pela simples razão de não estarem se locupletando na mesma esbórnia.