Não existe mais a Europa Ocidental como a tínhamos ou como a conhecíamos.
Quando o presidente Barack Obama, num jogo de ping pong com o principal funcionário norte-americano na Europa, o primeiro-ministro britânico David Cameron, disse que os dois “países”, EUA e a Grã Bretanha, tinham ainda um papel a cumprir em todo o mundo, referindo-se ao falido império britânico, estava mais que sendo gentil com sua principal colônia europeia. Estava admitindo implicitamente o caráter imperial de duas ficções jurídicas. Os Estados Unidos e a Grã Bretanha como nações.
Uma das características do neoliberalismo e da nova ordem econômica é esse. Nações se dissolvem como leite em pó instantâneo, sem bater. Os EUA hoje são um conglomerado terrorista formado a partir de empresas, bancos e forças armadas. A Casa Branca é a gerência geral.
Se compararmos o que acontece no mundo desde o governo de Ronald Reagan vamos perceber que essas transformações nos levam de volta a Idade Média, só que agora recheada de tecnologia. Hollywood já tem sido pródiga em filmes com esse perfil.
Monstros alados dizimando nações inteiras e gerando desertos e mais desertos em torno dos castelos do terror.
EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
Os protestos de jovens na Espanha falam em “democracia real”. Não conceituam e nem definem o que seja isso, à medida que o processo de alienação imposto aos povos de todo o mundo nos últimos trinta anos cria uma geração sem rumo, mas que sabe ser necessário mudar, pelo simples direito de ser humano.
O antigo território norte-americano é hoje um grande e desolado deserto de seres dançando ao redor dos castelos nucleares da destruição cínica, sem a máscara de alguns anos passados.
Obama é um dos maiores blefes de todos os tempos. Um ser repulsivo em sua hipocrisia.
O que acontece na Espanha não aconteceu em eleições na Itália, onde a esquerda venceu em importantes centros impondo uma pesada derrota ao duce e pedófilo Silvio Berlusconi (amigo do brasileiro Gilmar Mendes).
O que assistimos na Europa Ocidental é algo como uma biruta de aeroporto desgovernada num vendaval que não se sabe ao certo quando irá parar e nem que volume de prejuízos vai causar.
Está longe de ser um fenômeno europeu. Acontece nos países árabes e em breve estará acontecendo na América Latina, onde governos tidos como de esquerda, caso do Brasil, se chafurdam em consultorias e coisas tais, têm a chefiar o Legislativo uma das mais bem conservadas múmias de toda a história e conduz o País a um retrocesso que a persistir desembocará na direita mais descarada que conhecemos, a que tem a forma tucana.
Só neste início de século no Brasil mais de quarenta lideranças camponesas foram assassinadas pelos donos de terra.
Ao contrário de Obama, ou de David Cameron, ou de Zapatero, Dilma Rousseff é menor que o cargo que ocupa, produto de equívocos do PT, um partido social democrata com laivos de neoliberalismo.
Um morto/vivo (politicamente) José Dirceu e um bem vivo Antônio Palocci assentam seus negócios de consultoria em bússolas que arrastam ainda – cada vez menos, mas um expressivo contingente de fiéis cegos, surdos e mudos.
Aqui, como na Espanha, ou na Itália, o que assistimos é o canibalismo político de forças que nominalmente se dizem à direita, ou à esquerda e apenas dividem as confortáveis e aprazíveis instalações de um clube de amigos e inimigos cordiais.
Uma única bactéria causa essa infecção e os antibióticos que estão nas ruas não sabem ao certo como combatê-la.
Um grupo de soldados norte-americanos (terceirizados, a força armada norte-americana é em sua maioria formada de soldados/mercenários contratados por empresas privadas) decidiu matar civis afegãos em represália à morte de alguns “companheiros”.
Carregam a chancela da OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE. Têm, dizem, a tarefa de “ajuda humanitária. Que o digam os líbios, ou os palestinos.
Não fosse pelo Big Ben ou pelo palácio da rainha os ingleses estariam limpando chão das bases do conglomerado. É só uma espécie de fascínio que duques, marqueses, condes, viscondes e barões ainda exercem sobre mortais comuns.
O despertar na Espanha é o mesmo dos italianos, como dos gregos, como vai sendo dos portugueses e vai deitar ramas infecciosas em toda a Comunidade Europeia.
Dominique Strauss Kahn que ousou desafiar o poder do conglomerado, sendo um dos homens do modelo, vai amargar uma cela em penitenciária do conglomerado.
Em breve, nas páginas centrais da PLAYBOY, a infeliz imigrante que camareira de um hotel viveu o pesadelo de um “estupro”.
O título mais ou menos assim – VEJA COM SEUS PRÓPRIOS OLHOS A MULHER QUE TIROU O DIRETOR DO FMI DO SÉRIO.
Vai contar como chegou lá e o sonho e participar de uma festa na casa de Hugh Hefner.
Sarah Palin vai morrer de inveja, lógico.
O cachê dá para comprar uma casa sem precisar de hipoteca em um banco qualquer. E tudo termina em quinze minutos, exceto os anos de cadeia de Strauss.
Isso é um só detalhe em todo esse monstro político, econômico e militar que se esparrama pelo mundo com um efeito muito pior que qualquer erva daninha.
Causa dano pior que coceira. Desintegra nações inteiras.