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Milton Temer

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Coreto da Praça

O atoleiro dos neocolonialistas, dependentes do imperialismo USA

Milton Temer - Publicado: Sexta, 15 Abril 2011 02:00

Milton Temer

A lambança se torna cada vez mais complexa. A OTAN está ameaçada de transformar Kadafi em herói, na medida em que seus gigantescos recursos se revelam insuficientes para dar vitória a seus oponentes na guerra civil da Líbia -- os ditos "rebeldes" que não conseguem sair sozinhos de Benghazi.


Com os países da Europa em crise econômica, enfrentando manifestações sociais contra cortes de direitos econômicos e sociais, Inglaterra e França apostam em ajuda dos EUA para convencer os demais membros, cada vez mais céticos com a ação militar. Não parece fácil, porque Washington se sente já suficientemente atolada no Iraque e no Afeganistão, para comprar essa nova briga. Prefere vê-la abafada para não contaminar a estabilidade decrescente de seus sabujos na Arábia Saudita, Jordânia e Barein.

Enquanto isso, Kadafi se espraie pelas ruas de Trípoli, em suas aparições públicas, cada vez mais apoiadas pelas massas da capital, onde não se registra nenhuma manifestação de seus inimigos internos. Só o bombardeio constante dos caças da OTAN, agredindo os limites da Resolução da ONU sobre a intervenção.

Na leitura das revoltas árabes, cada dia se torna mais necessário compreender a diferença entre simbologias dos diversos ditadores-califas. Kadafi, assim como Assad, na Síria, a despeito de suas idas-e-vindas no pragmatismo de política externa, e no maior ou menor grau de autoritarismo interno, não representam a mesma coisa que as famílias reais da Arábia Saudita e Jordânia, ou que o capo do Bahrein. Estes, todos têm claro, se sustentam na cobertura militar propiciada pelos norte-americanos com suas bases e porta-aviões plantados na região, para além, é claro, do exército sionista de Israel que tem grande interesse em manter tais regimes.

Kadafi e Assad são do time dos pouco confiáveis, porque mantêm sua oposição ao predomínio imperialista na região. Na Síria, laica e progressista, com baixíssimo índice de analfabetismo, problemas econômicos só surgiram, elevando preços e diminuindo renda per capita, na esteira da intensa imigração consequente da trágica invasão do Iraque pelo imperialismo americano. Por conta disso, o governo Assad banca as necessidades de um fluxo gigantesco de iraquianos que buscaram refúgio no país vizinho. Não fora isso, estaria apresentando níveis elevados de renda média.

O tempo passa e podemos chegar a um massacre na Líbia semelhante ao ocorrido no Iraque, caso potências neocoloniais europeias deixem de levar em conta as ressalvas feitas por parceiros importantes no continente, para além da própria União Africana.

Mas poderemos chegar também a um retumbante fracasso dos governos conservadores, reacionários, de Sarkozy e Cameron. O que não deixará de trazer seu aspecto positivo: na busca de uma vitória militar externa para compensar suas crescentes dificuldades internas, os dois virem a ser varridos do mapa político em benefício de uma alternativa progressista.

 

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