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Laerte Braga

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Realengo e a Líbia – A feira de armas no Rio de Janeiro

Laerte Braga - Publicado: Quarta, 13 Abril 2011 02:00

Laerte Braga

Uma semana depois de um massacre numa escola da cidade do Rio de Janeiro, a Escola Municipal Tasso de Oliveira, doze crianças mortas e mais de vinte feridas, a antiga capital da República abriga uma das maiores feiras de armas de todo o mundo com a participação de países como a Rússia, Israel, EUA, Suécia e outros, de per si ou através de empresas.


A REDE GLOBO, a quinta maior do mundo, símbolo da mídia venal no Brasil – a chamada mídia privada, ou PIG (Partido da Imprensa Golpista) – expressão criada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim –, continua à procura de um “especialista” que encontre vestígios nem que sejam em fósseis do período jurássico, que possam ligar o jovem assassino de Realengo ao islamismo.

Sobre o tráfico de armas ilegais ou legais no País nada a dizer, exceto o desejo do senador José Sarney, presidente do Senado e faraó com a maior pirâmide (maior que a de FHC) da história do País. Vai do Maranhão ao Amapá, de realizar um plebiscito para tornar ilegal a venda de armas.

Há pelo menos dez anos o País debate que aviões comprar para equipar a FAB – Força Aérea Brasileira –.

O jornalista Paulo Francis, quando da primeira Guerra do Golfo, escreveu que os pilotos norte-americanos não tinham o menor escrúpulo em despejar toneladas de bombas sobre iraquianos à medida que não tinham noção dos estragos, mortes e destruição causados pelas bombas, pois estava tudo numa telinha à sua frente, tal e qual nos jogos de vídeo game, onde o sangue é verde.

Por sinal, que terminado o espetáculo Realengo, o próximo show global é o casamento do príncipe Williams, filho do príncipe Charles, ex-marido da falecida princesa Diana e respectivamente, neto e filho de Elizabeth II rainha da principal colônia norte-americana na Europa, conservada em formol de última geração tecnológica.

“O consumidor real torna-se consumidor de ilusões. A mercadoria é essa ilusão efetivamente real, e o espetáculo a sua manifestação geral (Debord, Guy, A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, Ed. Contraponto, RJ).

“Rebeldes” líbios incensados pelo conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A manifestam de público a preocupação com a “ajuda” de um dos braços do conglomerado, a OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÃNTICO NORTE –. A exemplo do que ocorre sistematicamente em suas ações militares, a organização erra os alvos, atinge aliados, hospitais, mata civis, seja na Líbia, no Afeganistão, no Iraque e a culpa de tudo isso é dos iranianos e palestinos.

O petróleo é o alvo.

Na quarta-feira, dia 13 de abril, missa seguida de culto ecumênico na praça de Realengo e celebrada pelo próprio cardeal da cidade. Presenças do governador e do prefeito, entre um espaço e outro na agenda, evidente, o destaque da semana é a feira de armas. FEIRA AEROESPACIAL E DE DEFESA LATINO AMERICANA.

A arma que Wellington usou para matar doze crianças foi comprada ilegalmente. É de fabricação brasileira, mas em seu trajeto até chegar às mãos do assassino, uma delas, perambulou pelo Brasil, foi ao Paraguai e voltou.

As toneladas de bombas despejadas sobre líbios, como historicamente sobre povos que desafiam o conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, muitas delas saem do Brasil, onde a indústria bélica é controlada por grupos israelenses (têm mais de 70% do setor – relatório anexo.

“O sujeito da História só pode ser o ser vivo produzindo a si mesmo, tornando-se mestre e possuidor do seu mundo que é a História, e existindo como consciência de seu jogo” (o mesmo DEBORD, o mesmo livro).

Sokei–an, mestre Zen, professor da Universidade de New York de 1928 até sua morte em 1945, editou um jornal religioso com o título CAT’YAWN, que literalmente seria “pau mandado de boca aberta” para lembrar que a fome só seria mitigada com um prato de batatas e não com “a arrogante expressão suculento tubérculo” (Aldous Huxley), para mais adiante completar que “a mente, ou qualquer outro nome que queiramos chamá-la é sempre ela mesma e não pode ser conhecida  exceto por uma espécie de ação direta, para a qual as palavras são somente uma preparação e um incitamento” (Aldous Huxley, HUXLEY E DEUS, edição Jacqueline Hazard Bridgeman, 1995, RJ).

E tudo em nome de Deus. No filme O VENTO SERÁ TUA HERANÇA, baseado num fato real (um professor é preso por ensinar a teoria de Charles Darwin na cidade de Hillsboro, estado do Tennessee, liderados pelo um pastor Jeremiah Brown – não é invenção recente, existe desde tempos imemoriais ou da Idade Média, muda só a designação e pode ser condenado, com base numa lei estadual, ser condenado à morte), o célebre advogado Clarence Darrow (Spencer Tracy) pergunta a Matthew Harrison Brady (secretário de Estado e duas vezes candidato a do país, perdeu a ambas as eleições e naquele momento defensor das virtudes do povo americano) que se “Caim e Abel nasceram de Eva e Adão e Caim matou Abel e caminhou para o leste onde encontrou Noah, que Deus criou Noah?”

Nas ruas os cidadãos cantavam que “enforcaremos o herege numa macieira azeda”. Todos com a bíblia à mão.

O professor acabou multado simbolicamente em cem dólares, o líder espiritual dos norte-americanos morreu uma semana depois (a derrota no julgamento custou-lhe a terceira tentativa de chegar a Casa Branca, não seria o indicado pelo seu partido) e Israel, segundo um comediante norte-americano que não consegue emprego por criticar o sionismo, invoca o Velho Testamento para ocupar, saquear, prender, estuprar terras palestinas e de palestinos, libertando o mundo das perdições e impurezas das quais o Irã é sempre o culpado. Isso no início do século XX.

Realengo é como um fio de um novelo que o sujeito vem desenrolando desde os primórdios, desde o “abestado”, como dizia Darcy Ribeiro, para terminar numa feira que exibe e mostra como matar um maior número de pessoas com um custo mais baixo e garantir a democracia, a liberdade e os valores divinos.

Mais ou menos como a “especialista” ouvida pela GLOBO sobre Wellington. “Faltou oferecer a ele um pacote psicológico que lhe desse uma estrutura capaz de conviver em sociedade”.

Que sociedade dona? Essa eu ainda não conheço não, Será curral? Ou a tal feira de armas?

Ah! Tem um pastor que já está cobrando dízimo mais caro por ter “previsto” uma tragédia numa escola (o tal que disse que africanos são homossexuais). Uma casa no céu está agora pela hora da morte.


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