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Diego Bernal

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Fordlândia

Diego Bernal - Publicado: Terça, 05 Abril 2011 02:00

Diego Bernal

Em 1927 o empresário Henry Ford, com o apoio incondicional do governador e a Assembleia Legislativa do estado do Pará, adquiriu umha grande agra para abastecer a sua empresa de látex.


O látex precisava-o a Ford para fabricar os pneumáticos dos seus automóveis.

O acordo era indecorosamente beneficioso para o empresário norte-americano. Isentava a companhia Ford do pagamento de qualquer taxa de exportaçom de borracha, látex, pele, couro, petróleo, sementes, madeira ou qualquer outro bem produzido na gleba.

Porém, o que a primeira vista semelhava umha pechincha resultou ser um dos maiores e mais conhecidos fracassos industriais do mundo.

Ainda que pareça incrível a firma estadunidense nom tinha realizado nengum estudo prévio. Nom recorrera a peritos nem se assessorara na matéria. Simplesmente, chantárom lá a maior plantaçom mundial de seringueiras, árvore donde se extrai a borracha, e esperárom, ingénuos, polos lucros.

No entanto, naquela pedregosa terra as árvores do látex plantadas muito próximas entre si, às avessas do que acontece na floresta, fôrom alvo fácil de pragas agrícolas. As plantaçons logo dizimárom e o que pretendia ser um grande negócio acabou por ser umha desfeita. Umha vergonha para o povo brasileiro, representado por políticos incapazes, e um embaraço para o prestígio da todo-poderosa Ford.

Qual o problema daquela aventura conhecida polo pomposo nome de Fordlândia?

O alicerce da hecatombe nom foi outro que a falta de sensibilidade ianque para com a realidade sócio-cultural brasileira. Afinal, o desprezo polo alheio, pola extraordinária riqueza latino-americana, tam diferente da sua cultura anglo-saxónica, foi pago em parceria polo povo brasileiro, que indemnizou o empresário com US$ 250.000, e o magnate da automoçom, que pagou o resto das despesas.

Na Galiza, berço da língua portuguesa, os sindicatos do ensino reclamárom ao Governo autónomo apostar polo português como segunda língua estrangeira em troca do alemám e do francês.

O argumento: o português, padrom internacional da língua galega, fica na ponta dos dedos de qualquer de nós. Por seu turno, os idiomas alemám ou francês nom os enxergamos nem no horizonte.

O alunado dominaria o português com nível avançado ao sair do bacharelato, por ser o galego umha variante desta língua. Enquanto que atingir o nível de avançado de alemám e francês no ensino secundário, simplesmente, seria umha quimera.

A Junta da Galiza, como Henry Ford, nom se assessorou. Desprezou a realidade sócio-cultural do país e nom ouviu as recomendaçons dos peritos. Botam seringueiras onde deviam botar castanheiros. Pois na Galiza, prezados políticos, nom se dá o látex. O ensino, a nossa particular Fordlândia.


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