Sim, nada mais é que exigência - tosca - do Estado Espanhol, da famigerada Ley de Partidos e do Tribunal Supremo (espécie de STF espanhol, com direito até a seu Gilmar Mendes).
Foi impressionante, durante a fala do advogado Iñigo Iruin, a quantidade de vezes que a palavra "Violência" e "Rechaço" apareceram. Ainda houve espaço para reconhecer as vítimas e rechaçar toda e qualquer violência, em especial a da ETA. Porém, senti enorme falta de uma condenação explícita ao governo Espanhol, que não me pareceu totalmente coberta pela declaração de que se exige a reparação para TODAS as vítimas.
La izquierda abertzale ha adoptado el "compromiso firme e indudable de apuesta por las vías exclusivamente políticas y democráticas, sin marcha atrás", según ha anunciado Rufi Etxeberria en la presentación de los estatutos de la nueva formación política que se registrará en los próximos días. Ha subrayado que "rechaza y se opone al uso de la violencia o la amenaza de su utilización para la consecución de ojetivos políticos, incluyendo la violencia de ETA si la hubiera en cualquiera de sus manifestaciones".
De certa maneira me impressiona que a ETA tenha talvez aceitado apoiar este estatuto partidário tão frontalmente agressivo ao grupo. Sim, o vejo como positivo, mas ainda assim exagerado e com um tom que está níveis acima daquele comumente adotado pelo Batasuna e seu entorno.
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É difícil avaliar a posição final do tribunal frente à esta nova tentativa da Esquerda Abertzale de buscar sua legalização.
À Esquerda (ou o que alguns ainda insistem em chamar de Esquerda), mesmo Zapatero foi obrigado a reconhecer o significativo passo dado. RuGALcaba e Ares, idem.
Já pela direita, ou melhor, pelo lado dos fascistas, mais do mesmo. Já antes do ato da segunda, promovido pela Lokarri, Basagoiti (líder do PP no País Basco, o mesmo partido fascista que não condenou Franco por seus crimes) já anunciava que o ato seria insuficiente, que não iriam condenar a ETA, que não pediria perdão pelos "crimes" da ETA e nem anunciariam uma entrega de armas por parte do grupo.
Bem, tiro três coisas daí.
Primeiro que não importa o que faça, nada será suficiente para os fascistas.
Segundo, Basagoiti espera que a Esquerda Nacionalista caia numa armadilha e fale pela ETA, ou melhor, que fale COMO ETA, dando razão aos que acusam uma parcela de 20% da população Basca de ser ETA.
Sim, porque ao tempo em que PP e UPyD acusam todos os Abertzales de serem ETA, estão acusando pelo menos 200 mil pessoas de sê-lo.
E, terceiro, que fascista "popular" é incapaz de olhar para seu próprio passado. Enquanto Basagoiti e família aplaudiam Franco, suas execuções e crimes contra a humanidade, a ETA resistia e lutava contra este regime e contra isso não cabe qualquer, NENHUMA condenação. Não se condena a ETA por matar Manzanas ou muito menos Carrero Blanco.
Não se condena a resistência a um regime ditatorial fascista.
La Comisión Ejecutiva de UGT-Euskadi ha valorado de forma "positiva pero insuficiente", el anuncio de la izquierda abertzale de rechazar toda violencia de ETA, ya que "no recoge la exigencia de la mayoría de la ciudadanía vasca, que no es otra que la desaparición de ETA, tras más de 50 años de asesinatos, amenazas y extorsiones".
A direita e os pelegos oportunistas não perdem a chance de tentar manter ilegalizados os Abertzales, pois a violência da ETA lhes dá força.
O engraçado é que falam em "50 anos de assassinatos e blablabla" e não dos anos de brava resistência anti-Franco - aplaudida por TODA a Europa. Os Abertzales, penso eu, jamais seriam constrangidos ao ponto de repudiar Gatza, Argala, Txiki, Etxebarrieta e tantos outros heróis, gudaris.
Uma coisa é condenar o atentado ao Hipercor, outra é lamentar a morte de Ynestrillas. Já a tortura praticada pelo Estado Espanhol, ninguém condena.