Uma série de fatos, guerras e discussões entre as duas grandes potências europeias, Grã Bretanha e França marcaram a história dos EUA.
As políticas expansionistas em direção ao Oeste tiveram início em 1830, quando o presidente Andrew Jackson deportou tribos indígenas para territórios menos férteis no Oeste. Os indígenas levaram a questão à Suprema Corte, tiveram ganho de causa, mas Jackson ignorou a decisão e manteve o processo de ocupação do que conhecemos como Oeste dos EUA. O faroeste.
Milhares de norte-americanos e imigrantes começaram a mover-se em direção ao Oeste, o início da expansão norte-americana para o Oceano Pacífico. À época o Texas e a Califórnia eram parte do território mexicano. Foram ocupados por esses "migrantes" e imigrantes e, ao cabo de algum tempo e algumas guerras, incorporados ao território dos EUA. O Texas, em 1839 virou uma república, país independente e mantém essa característica até hoje, num tratado específico com o governo dos EUA pelo qual se incorporava a chamada União. O regime jurídico em relação ao Texas até hoje é diverso.
Em 1823 o fundamentalismo norte-americano trouxe a público o Destino Manifesto, um documento que afirmava o destino da União em controlar toda a América do Norte. O sonho de um império.
Em 1846 os EUA iniciaram uma guerra com o México e em 1848, derrotado militarmente, o México cedeu todo o norte do seu território para os EUA, já ocupados pelos chamados colonos norte-americanos e imigrantes. Em 1853 a expansão dos Estados Unidos incorpora mais território mexicano com a compra do que hoje é a parte sul dos estados do Arizona e do Novo México.
Milhares de tribos indígenas foram massacradas, confinadas a reservas ínfimas e milhares de mexicanos expulsos de suas terras, mortos e tratados como subgente (continua até hoje. O México é uma espécie de escarradeira dos norte-americanos), em todo esse processo imperial.
O caráter doentio e imperialista da nação norte-americana é anterior à sua independência e se estrutura numa mistura de fundamentalismo religioso (protestante) e político, que é também a origem do que existe hoje, um conglomerado terrorista/imperial, falido, mas montado num fantástico arsenal militar capaz de destruir o mundo pelo menos cem vezes.
A cultura da violência e a presunção da superioridade estão no gene de cada norte-americano. Desde o que se alista para lutar no Iraque, ao que invade uma escola e mata professores e alunos por ter tirado uma nota baixa.
Nesse breve resumo há milhões de seres humanos mortos e desrespeitados em seus direitos elementares para que se erigisse o que conhecemos como Estados Unidos da América do Norte.
Uma nação construída pelo tacão militar, por políticas expansionistas, pelo fundamentalismo político-religioso, em suma, pela barbárie. Continua sendo fundamentalista, expansionista e bárbara, só que agora sem o sentido de nação, mas de um conglomerado terrorista e associada ao grupo nazisionista que detém o poder em Israel. EUA-Israel Terrorismo S/A.
No dia 15 de fevereiro deste ano de 2011 um grupo de militares do conglomerado propôs a Justiça, no estado de Virgínia, uma ação em que acusa o Departamento de Defesa de permitir e incentivar a cultura do estupro e da agressão sexual nas forças armadas.
Dois homens e quinze mulheres são os signatários da ação. E alguns ainda estão na ativa. No texto da ação acusam especificamente o secretário de Defesa Robert Gates e seu antecessor Donald Rumsfeld (governo Bush) de "dirigirem instituições em que os autores dessas ações foram promovidos e nas quais o pessoal militar abertamente ridiculariza e desrespeita as modestas reformas institucionais ordenadas pelo Congresso". E ainda – "os dois secretários de Defesa falharam em tomar medidas necessárias para impedir que as vítimas fossem estupradas e assediadas sexualmente por militares federais".
Myla Haider, que foi sargenta das forças armadas, afirma taxativamente que foi estuprada em 2002, quando servia na Coreia no Comando de Investigação Criminal das forças militares. E textualmente – "houve graves maus tratos nesses casos e não houve qualquer prestação de contas. E em geral os soldados que fazem qualquer tipo de queixa estão sujeitos a represálias e não têm meios para se defender".
A violência relatada pelas vítimas mostra o que aconteceu a um soldado que foi obrigado a ficar nu e dançar sobre uma mesa durante uma pausa em uma aula sobre prevenção à violência sexual e física. Exibe o estupro de uma mulher por dois homens que filmaram os ataques e mostraram o vídeo para os colegas.
Segundo a ex-capitã Anuradha Bhagwati, diretora executiva do grupo Rede de Ação Para as Mulheres do Serviço Militar, "há veteranos que, após o serviço, estão literalmente sofrendo com o estresse pós-traumático, como resultado de estupro e agressão sexual. Pode ser um processo permanente. Ficamos sabendo de veteranos que estão em seus 50 e 60 anos lidando com o trauma de terem sido torturados física e psicologicamente durante o serviço".
Não há serviço militar obrigatório nos EUA desde 1973. As forças armadas dos EUA dispõem em seus quadros dos chamados "recrutadores". Via de regra sargentos e oficiais de baixa patente que percorrem o país e nas áreas mais pobres recrutam imigrantes latinos, asiáticos, africanos e negros para as forças armadas com promessas de bons salários e contratos que asseguram direitos posteriores (também em discussão judicial já que não cumpridas essas cláusulas pelos governos de Bush e de Obama).
No caso de morte de um soldado, ou sargento, ou oficial subalterno (tenentes e capitães) a família recebe um telegrama dando conta do fato, agradecendo os serviços prestados à "pátria" e o corpo é entregue em caixão lacrado, enrolado na bandeira (sem o direito de ser aberto).
Para os oficiais superiores o tratamento não varia muito, o Departamento de Defesa além da tradicional coroa de flores envia uma ou duas medalhas por bravura.
O fim do serviço militar obrigatório nos EUA aconteceu ao término da guerra do Vietnã e em meio a clamores públicos contra aquele conflito. A maior derrota política e militar do país em toda a sua história.
Ao contrário do que se possa imaginar não criou problemas para as políticas expansionistas dos EUA, para a vocação terrorista e imperial do que foi uma nação e hoje é um conglomerado de empresas, bancos e governos corruptos e submissos em todo o mundo.
Foi possível abrir espaços para a iniciativa privada, o mercado, parte ativa do processo militar e de inteligência na conformação do conglomerado a um ponto tal que o presidente Obama afirmou que com os contratos firmados pela administração anterior, Bush, como estavam redigidos, o governo só conseguiria romper sete por cento deles.
Privatização dos serviços militares e de inteligência. A guerra oficializada como negócio.
A discussão sobre o retorno do serviço militar obrigatório – ainda encontrando vários obstáculos na sociedade dos EUA – tem críticos sobretudo dentro das forças armadas (não é possível contratar assassinos e mercenários com o serviço militar obrigatório, ou, no mínimo torna-se mais arriscado). Neste momento ela começa a acontecer não como forma de "dever cívico" – visão passível de discussão –, mas diante da "necessidade" de mais centenas de milhares de soldados no Iraque, no Afeganistão, em bases militares nas colônias europeias (Grã Bretanha, Alemanha, Itália, Bélgica, Suécia e outras pelo resto do mundo).
Segundo o deputado Charles Rangel que vai apresentar proposta restabelecendo o serviço militar obrigatório, "o tamanho da tropa é insuficiente para enfrentar potenciais ameaças no Irã, Coreia do Norte e Iraque". A declaração foi feita ao programa Face The Nation da rede CBS.
Na visão do deputado "os soldados recrutados para as guerras do Iraque e do Afeganistão são de famílias de baixa renda, filhos de imigrantes e não têm condições de cumprir o papel patriótico que lhes cabe, garantir a segurança dos Estados Unidos".
Desde que o presidente James Monroe impôs à Europa sua doutrina, "a América para os americanos", vetando toda e qualquer interferência europeia em qualquer, repito, qualquer nação americana (do norte, central e sul), os EUA sustentam suas políticas imperiais e terroristas aliados a ditaduras, a governos eleitos a partir de fraudes e montam guerras em cima de farsas, como a do Iraque (armas químicas e biológicas que o próprio Tony Blair, à época funcionário norte-americano que governava a colônia britânica) admitiu de público. A mentira.
O extraordinário desenvolvimento da indústria bélica nos EUA. O fim da União Soviética. O poder econômico construído em cima de tecnologias e exploração de nações africanas, latino-americanas e asiáticas, até a colonização de parte da Comunidade Europeia (a maioria), transformaram a nação em conglomerado terrorista associado ao governo nazisionista de Israel.
O controle do petróleo, matérias primas estratégicas, todo um processo imperial e terrorista posto em prática, o que se vê hoje. Campos de concentração, navio/prisões, assassinatos seletivos (lideranças de oposição ao conglomerado), tortura (autorizada pelo Ato Patriótico do governo Bush). A face da antiga nação imperial em forma de grupo terrorista de porte inimaginável em tempos passados.
A falência da economia no país, a dependência de matérias primas, o expansionismo econômico chinês e as revoltas populares que começam a eclodir em regiões estratégicas para o conglomerado, tudo isso torna-o mais perigoso, mais cruel, mais cínico e coloca em risco nações do mundo inteiro.
Não há limites para o terrorismo nazisionista de EUA-Israel Terrorismo S/A.
A luta contra a barbárie norte-americana e sionista não é uma luta que vá se resolver ou ser ganha em uma outra batalha. No Egito os militares do país já mostraram que a ditadura Mubarak continua sem Mubarak, mas continua.
E tampouco pelo que consideram ordem institucional, pois construída sobre estruturas podres. Passa pelas ruas, pela mobilização permanente, pela convicção que a sobrevivência do ser humano em si e no todo depende de enfrentar e derrotar o conglomerado EUA-Israel Terrorismo S/A.
O cidadão médio norte-americano hoje é parte de um processo doentio e as reações internas já são significativas, mas ainda insuficientes para por fim ao terror. Ele próprio, essa cidadão, vive e introjeta essa combinação império/terrorismo.
O declínio do império terrorista é visível, mas o poder militar e bárbaro também. Iraquianos, afegãos, somalis, sentem na pele esse poder. Estende-se a todo o mundo.
Se ganharmos consciência que a realidade que se apresenta quando acordamos e abrimos as janelas de nossas casas é essa, tudo bem. Se continuarmos a acreditar nesse arremedo de democracia que permeia nações como o Brasil, breve, Ana Maria Braga de grande irmã, Faustão de ministro da Verdade, Bonner de responsável pelas comunicações e o BBB como padrão de vida de cada brasileiro, de cada cidadão em cada parte do mundo.
A revolução na Tunísia e no Egito mostrou uma realidade que já se apresentava e se apresenta como de grande importância para a luta popular e para o terrorismo/imperial, cada um com seu objetivo.
Falo da rede mundial de computadores. Comprovou seu peso – o que assusta a mídia venal, a privada – a partir das revelações do site WikiLeaks e por isso os norte-americanos querem a cabeça de Julian Assange.
Nas centenas de milhares de documentos secretos revelados pelo site é clara a opção terrorista dos EUA e definitivo o conceito de conglomerado.
As redes sociais.
A bandeira dos direitos humanos, da liberdade, da democracia perdeu sentido aos olhos das pessoas. Sabe-se hoje em qualquer canto do mundo que os EUA torturam. Que os EUA assassinam adversários. Que os EUA financiam golpes de estados. Sustentam ditaduras. Sequestram. Estupram em nome da "segurança dos Estados Unidos.
E sabe-se que povo norte-americano não tem a menor noção de coisa alguma exceto das políticas contra obesidade física e mental do seu governo, imerso que está na versão patriótica de um conglomerado terrorista que tem sua sede na Casa Branca.
O máximo que um presidente dispõe de autonomia é assinar o que já vem pronto. Nada além disso. Reagan governou com Alzheimer. Bush pai era um pateta e foi tratado assim publicamente (é hilária a cena final do filme Corra Que a Polícia Vem Aí, o primeiro deles em que o presidente é ridicularizado, ele e Barbara Bush). Clinton adaptou-se à situação e governou sem maiores dificuldades. Bush filho é um prolongamento do pai apatetado, produto de uma fraude eleitoral no primeiro mandato e sem condições de conjugar o alfabeto. Obama um branco engraxado com graxa preta. Cínico e sem pudor algum.
Não foi por outra razão que Eisenhower, general, comandante das forças aliadas na IIª Grande Guerra e presidente em dois mandatos, chamou os EUA de "complexo industrial e militar". Seus sucessores se enquadraram. Kennedy foi assassinado entre outras coisas por resolver desafiar o Banco Central – que é privado – de emitir dinheiro. Johnson aprofundou a guerra do Vietnã e seguia o rumo ditado pelos sócios majoritários do conglomerado. E assim Nixon – sua renúncia foi entregar os anéis para salvar os dedos – ou Ford e Carter.
Pouco importa que fossem parte do conglomerado, sócios, ou não, caso de Nixon, de Bush pai e filho, de Reagan (mesmo sem saber, era um ator) importa que fossem, como foram, dóceis aos interesses do tal complexo, na verdade um conglomerado terrorista.
Um discurso e uma prática. Caso dos militares egípcios. Mubarak e todo o seu esquema permanece intocado sem necessidade de sua presença ou da Omar Suleiman, seu carrasco.
Olívio Dutra quando governador do Rio Grande do Sul implantou núcleos para desenvolvimento de softwares livres e hoje nem o PT quer saber dele. Um caminho para libertar-se da tutela da informação mais amplo ainda que a rede mundial de computadores. Dentro da própria rede.
Não existe avanço sem ruptura com a ordem capitalista e com a sua versão neoliberal, com o império do conglomerado EUA-Israel Terrorismo S/A.
No caso do Brasil, só um chanceler como Antônio Patriota (tropeça se tiver que falar e andar ao mesmo tempo) pensa assim, ou pensam por ele, o que é mais provável. Aí. Aceita tudo.
Discutir o processo de ruptura é outra história. Estratégia, tática, passos enfim, mas é fundamental essa percepção, que desemboca na organização popular, para que não nos vejamos outra vez como gigante abobalhado da América Latina. E assim países como a Índia, o Egito, etc.
As forças armadas desses países são o alvo preferido dos norte-americanos, sabem, desde tempos imemoriais, que é possível controlá-las como fizeram aqui em 1964 e em toda a América Latina, fazem agora no Egito, fizeram há um ano e meio em Honduras.
Não existem forças armadas brasileiras, colombianas, egípcias, argentinas. Existem castas, estamentos onde são expurgados os que pensam de forma diferente e castas e estamentos subordinados ao poder imperial do terrorismo do conglomerado.
As forças da História estão se movendo, é inevitável. Qualquer que seja o matiz, a luta de classes é a realidade palpável, mesmo que um trabalhador consiga comprar uma calça Pierre Cardin, ou se atolar no crédito por um automóvel.
A História não é necessariamente um tsunami na medida de tempo que pretendemos, o nosso, em nossa cronologia. Mas é implacável no seu tempo.
Não se trata dessa histeria alimentada pelo capitalismo de o mundo acabar em 2012 permitindo a Hollywood efeitos especiais fantásticos e lucros incontáveis.
É apenas a História que, como disse Chico Buarque, não é "uma carroça abandonada à beira da estrada".
É a História. Sem nenhum determinismo implacável e com data marcada, mas História.
E História se faz.