Foto de Jordi Boixareu (CC by-nc-nd/2.0) - Quim Arrufat, das CUP
O deputado Quim Arrufat apressou a Mas "tirar o pé do travão", e deixar de "jogar partidariamente com o processo" e convocar eleições imediatamente. Para Arrufat é "urgente e imprescindível" que se convoquem umas novas eleições ao Parlamento da Catalunha para conseguir um novo mandato para a independência.
Para Arrufat, o Presidente da Generalitat "falou sobre os três grandes temas que mais preocupam, mas sem realismo e sem contribuir propostas práticas". O deputado da esquerda independentista recordou que o 2014 "foi o ano, mais uma vez, da impunidade da corrupção, da impunidade dos de acima. Vimos Botín evadir 2000 milhões de impostos impunemente, vimos Núñez cumprir só 5% da condenação e Millet voltou passar o Natal em casa. Mas ao mesmo tempo foi o ano do início dos julgamentos à família Colina por evasão e aos dirigentes de Cataluya Caixa por corrupção. Ambos os casos a partir também de acusações populares."
O deputado também quis recordar que este também foi no ano dos cortes de luz para mais de 13.000 famílias "que passarão as festas sem electricidade por serem pobres", e o ano do recorde em despejos hipotecários "que tristemente encabeça Catalunha no conjunto do Estado [espanhol]".
A respeito das apostas económicas da Governo autónomo, Arrufat classificou-as de "fracasso" e pôs como exemplos o fracasso na privatização da ATLL "que acabaremos pagando entre todos". Fracasso no projecto do BCN World, fracasso na venda de património para salvar as contas, fracasso nas políticas de austeritade e cortes "que não serviram para limpar contas nem para ter melhor tratamento fiscal do Estado e dos mercados."
"E finalmente, 2014 foi o ano do 9N ao qual faz falta dar continuidade com a convocação imediata de umas eleições que Artur Mas se nega a convocar apelando a uma retórica já esvazia à unidade numa sozinha e única lista" frisou o deputado independentista. Para Arrufat "faz falta urgentemente convocar eleições plebiscitáries para decidir se queremos ser um país livre e faz falta um processo constituinte para decidir qual país queremos. Isto é, faz falta submeter a decisão da gente via eleições antecipadas se há uma maioria social pela independência e se há uma maioria social para dar uma viragem de 180 graus nas políticas para pôr a economia e o Estado ao serviço da maioria".
Neste sentido, a CUP recordou que já se encontra trabalhando intensamente para articular uma "candidatura excepcional" com várias organizações independentistas, anticapitalistas, ecologistas e municipalistas. Este espaço de trabalho já acordou um primeiro quadro político que se baseia em três eixos: ruptura com o marco jurídico-político; defesa de uma mudança de modelo económico, social, territorial e energético baseado em medidas concretas que respondam as necessidades das classes populares; e por umas novas instituições do poder popular. Para apresentar publicamente este espaço de trabalho celebrar-se-á um acto no próximo sábado 10 de janeiro, às 17:30h, no Casino Aliança de Poblenou em Barcelona.