Prova disso são os dados de uma sondagem realizada pela agência ICM Research.
Os EUA, que tendo começado uma operação militar contra os guerrilheiros, encontram-se perante o dilema de como travar o alargamento da ameaça terrorista. Em busca de resposta a esta pergunta, os mídia americanos apelam a Barack Obama que interaja com outros jogadores influentes no Médio Oriente.
"A Rússia compreende perfeitamente as dimensões da ameaça terrorista e para Washington seria extremamente míope estragar as relações com Moscovo ao ponto de ficar sem o seu apoio na luta contra os islamistas no Oriente Médio", escreve, por exemplo, a revista The National Interest.
O Irã tem também o seu ponto de vista de como sair deste beco. O analista político Hassan Hanizadeh, antigo redator-chefe da agência de informação Mehr News Agency (MNA) considera:
"Instrumentos eficazes de combate à ameaça terrorista que parte do Estado Islâmico, da Frente al-Nusra, do Exército do Sul do Líbano, da Al-Qaeda e de outros grupos ilegais militarizados no Oriente Médio, devem ser criados exclusivamente através de uma interação cuidadosa da comunidade mundial, como resultado da coordenação de esforços de todos os países interessados.
É preciso começar pela avaliação dos riscos reais que o terrorismo sob essa forma traz ao mundo na região. É indispensável estudar pormenorizadamente a origem da ideologia do Estado Islâmico, compreender o potencial militar desse grupo.
Porém, infelizmente, hoje não se pode falar da unidade de posições dos que, nas palavras, estão prontos a lutar contra o extremismo no Iraque e na Síria. Não se pode considerar séria a abordagem dos EUA e dos países ocidentais face à solução desse problema.
Em geral, a situação atual em torno do Estado Islâmico faz-me lembrar a história da criação da Al-Qaeda há 30 anos atrás com o apoio dos Estados Unidos, dos seus aliados europeus e da Arábia Saudita, formada para lutar contra a União Soviética nos conflitos locais, antes de tudo, no afegão. E sabemos o que aconteceu algum tempo depois: a Al-Qaieda, de instrumento da política agressiva de Washington, transformou-se no seu mais forte inimigo.
Hoje também se fica com a impressão de que o EI não passa de um fruto dos esforços conjuntos dos EUA, Israel, Grã-Bretanha e Arábia Saudita, um instrumento para a realização de uma política que lhes seja favorável no Oriente Médio. Já atualmente vemos que a situação começa a fugir ao controlo dos americanos. Da Síria e do Iraque chega informação de execuções de civis.
Claro que Barack Obama foi obrigado a reagir a isso e, agora, os Estados Unidos lançaram mãos à obra. Da Casa Branca chegam apelos à criação de uma frente comum para a destruição dos destacamentos do EI com a participação de países com relações nada simples como o Irã e a Rússia.
Entretanto, a barbárie dos guerrilheiros do EI atingiu níveis críticos e fica-se com a impressão de que os americanos já se atrasaram. No mínimo, o mundo encontra-se num estado de pânico perante a ameaça terrorista e, agora, qualquer ação terrorista deve ser bem pensada do princípio ao fim, pois, de outro modo, qualquer erro pode revelar-se fatal e provocar novas vítimas".
Ao mesmo tempo, as tropas do EI continuam a avançar no Iraque. Os guerrilheiros conquistaram as cidades de Mossul e Tikrit. Em Mossul, os terroristas fizeram reféns o cônsul turco, diplomatas e outros funcionários da representação diplomática. Também as missões de outros países se viram ameaçadas.