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140215 guerraUcrânia - PCO - As partes que de fato estão em guerra não participaram das negociações, e não veem vantagens em cumprir o que os outros combinaram


Logo depois de assinado o acordo de cessar-fogo em Minsk, na quarta-feira (11), houve uma escalada do conflito entre o exército ucraniano e a resistência do leste do País. A guerra ficou mais intensa especialmente no cerco a Debaltsevo, cidade de Lugansk em que forças do exército de Kiev estão cercadas pela resistência da Nova Rússia. Na sexta-feira a cidade já estava praticamente tomada.

A cidade de Debaltsevo é estratégica para a Nova Rússia, pois ela é uma importante ligação ferroviária entre Donetsk e Lugansk, os dois estados que se separaram do resto da Ucrânia por causa do golpe. Intensificaram-se também os bombardeios dos dois lados e os confrontos em outras frentes. O resultado do acordo até agora, portanto, é uma guerra mais intensa.

O cessar-fogo deveria começar no domingo, mas é improvável que isso aconteça e que o acordo possa ser colocado na prática. As partes interessadas não participaram das negociações. Pela Ucrânia, quem negociou foi Poroshenko, que não controla a extrema direita, além de ser controlado pelos EUA, especialmente pela extrema direita norte-americana. Negociando pelos rebeldes, Putin quer que o conflito acabe porque teme as consequências da mobilização popular da resistência ucraniana na própria Rússia.

Do lado da Ucrânia, o líder do Setor de Direita, fascistas que lideraram o golpe em fevereiro de 2014, Dmitri Yarosh, já declarou que não vai respeitar o cessar-fogo e que seus homens manterão suas posições.

A resistência na Nova Rússia também tem poucos motivos para cumprir um acordo como o que foi acertado em Minsk. Não ficou claro no acordo quem será anistiado depois de um eventual fim do conflito. As eleições locais teriam que ser realizadas segundo as leis da Ucrânia, e as fronteiras ficariam sob controle do governo golpista em Kiev. Poucos motivos para a Nova Rússia aceitar o acordo, enquanto suas forças estão avançando. Além disso, as sanções econômicas também não foram suspensas.

O governo de Putin, nacionalista burguês, encontra-se pressionado pelos dois lados. De um lado, o imperialismo quer tirar o próprio Putin do poder. De outro, a resistência popular no leste da Ucrânia ao governo fantoche colocado em Kiev mostrou tendências revolucionárias, com o armamento da população e a expropriação e nacionalização de minas e empresas privadas. Putin teme o contágio dessa tendência para dentro da própria Rússia, por isso busca uma saída negociada para conter esse movimento. Uma saída negociada com o imperialismo que quer derrubá-lo, e que derrubou Viktor Ianukovich em fevereiro de 2014, principalmente para atingir a própria Rússia.

Depois de fechado o acordo, Aleksandr Zakharchenko, líder da República Popular de Donetsk (RPD), declarou que "se os termos do acordo forem desrespeitados, não haverão novas reuniões". Essa fala indica o que deve ser o futuro da crise na Ucrânia: uma longa guerra civil.


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