O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, se refere ao incremento das forças de resposta rápida que o bloco possui, ao criar uma unidade chamada Spearhead Force, com outros 5 mil componentes.
Essa formação foi acordada na cimeira da Otan realizada no País de Gales, entre os dias 4 e 5 de setembro de 2014, em meio as negociações em Minsk, capital da Bielorrússia, para um cessar-fogo no conflito no sudeste da Ucrânia, onde já morreram quase 7 mil pessoas, sendo 5 mil civis.
Além disso, o Pacto do Atlântico Norte prevê seis unidades de comando e controle na Estónia, Lituânia, Letônia, Polônia, Romênia e Bulgária.
Para Stoltenberg, essas medidas são ações defensivas da Aliança Atlântica, mas a presença de armas entre as tropas ucranianas foi denunciada pela direção da proclamada República de Donetsk.
A presidenta do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Socorro Gomes, já criticou diversas vezes a postura dos EUA e da Otan nesta crise. Segundo ela, "após a suspensão dos diálogos entre o governo e a resistência do leste, em 30 de janeiro, a contínua ofensiva militar ordenada por um governo surgido do golpe continua colocando milhares de civis na mira de uma fantasia anacrônica, do imperialismo, para travar uma 'Guerra Fria' com a Rússia".
Em outra ocasião, Socorro defendeu que nem as potências ocidentais, nem a Otan e tampouco qualquer outro país devem ter ingerência na soberania. "Respeitar um país, não-interferir nos problemas internos, respeitar a integridade territorial, a cultura e a religião de cada um. Cada país, seja grande ou pequeno, deve ser tratado como um igual, o diálogo para resolver os conflitos deve ser justo, deve haver justiça. Como consequência disto, o fim das armas de destruição em massa. A Otan deve ser desmantelada. As bases militares estrangeiras devem desaparecer".
No entanto, o Secretário-Geral da Aliança Atlântica estimou que tudo isso ficou em linha com as "obrigações internacionais" do bloco, aludindo às suas reivindicações para intervir em conflitos em qualquer parte do mundo.
A Rússia denunciou repetidamente o apoio dos braços da Otan para o governo de direita instalado em Kiev, depois de um golpe de Estado, em fevereiro de 2014, apoiado pelos neofascistas e com o consentimento dos poderes paramilitares ocidentais.
Tropas ucranianas usam aviões, artilharia e armas proibidas em suas operações punitivas, iniciadas em abril, contra a população insurgente nas regiões de Donetsk e Lugansk.
Moscou rejeita as acusações da Aliança Atlântica de que esteja enviando tropas ou armas para o sudeste ucraniano, enquanto as sanções unilaterais da UE são aplicadas por seu apoio à soberania da Criméia e da luta do povo de Donetsk e Lugansk.
Com informações do Gramma