"O caso estará baseado nas ações israelenses na Cisjordânia e na faixa de Gaza desde o dia 13 de junho de 2013", precisou Shawan Jabarin, diretor do grupo de direitos humanos Al Haq, filiado à Comissão Internacional de Juristas, com sede na Suíça.
Entre princípios de julho e fins de agosto passado o Exército israelense bombardeou a faixa e causou a morte de 2 mil e 100 civis, em sua maioria mulheres e crianças, e feriram mais de 11 mil palestinos, além de devastar a infraestrutura da região, a qual bloqueia há mais de oito anos.
Em junho anterior, as tropas da potência ocupante sitiaram várias cidades cisjordanianas, demoliram moradias, mataram dezenas de homens após o sequestro e execução de três moradores de assentamentos paramilitares, notórios por seus abusos contra a população nativa.
O anúncio foi confirmado pelo negociador principal palestino, Saeb Erekat, que acrescentou que o tema dos assentamentos paramilitares também será apresentado ante a CPI, à qual o Governo palestino solicitou seu ingresso na semana passada apesar da oposição dos Estados Unidos.
De acordo com as provisões da IV Convenção de Genebra, a anexação de territórios de um Estado sob ocupação militar, como é o caso da Palestina, e a construção de assentamentos humanos constituem crimes de guerra.
Em represália à solicitação palestina, Israel congelou a transferência dos fundos por cobrança de impostos nos territórios ocupados, medida que Erekat qualificou de crime de guerra.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, assegurou que não permitirá que os militares de seu país sejam levados ante a CPI para responder por crimes de lesa humanidade nos territórios ocupados e ameaçou com novas represálias contra o Governo do presidente Mahmoud Abbas.
Fontes palestinas estimam que o ingresso na CPI será efetivado em março deste ano.