Nesta conferência, em que participaram numerosas organizações feministas vindas de diversos lugares do Curdistão, Merve Demir interveio em nome das Mulheres Anarquistas. Ela denunciou a violência do estado e dos homens sobre as mulheres na vida quotidiana. Deu também exemplos sobre a luta das mulheres contra esta violência. Merve, no seu discurso em curdo, declarou que as mulheres do YPJ (1) que resistem em Kobane, não resistem apenas contra o ISIS (Estado Islâmico), mas também contra a violência dos homens e do governo que oprimem as mulheres e as tratam como se elas fossem invisíveis.
Ela lembrou que as mulheres não podem ser livres a não ser num novo mundo onde se possam organizar relações à margem do poder e concluiu a sua intervenção por um "Longa vida à Liberdade! Longa vida ao Anarquismo!"
Depois da conferência, as Mulheres Anarquistas deslocaram-se para uma outra pequena aldeia localizada perto da fronteira de Suruç, chamada Mahser, onde assistiram à comemoração em recordação do massacre de Roboski. Durante a cerimónia em que foram recordadas as 34 pessoas massacradas pelo bombardeamento do Estado, as mulheres maldisseram este massacre e referiram várias vezes que continuariam a luta.
Depois da cerimónia, as Mulheres Anarquistas encontraram-se com os seus camaradas membros da Acção Revolucionária Anarquista (DAF), com quem estão em conjunto na aldeia de Mahser desde os primeiros dias da resistência de Kobane, e trouxeram encomendas enviadas de muitos lugares em solidariedade com as necessidades locais.
Notas:
(*) Anarşist Kadınlar, organização feminina anarquista turca. https://www.facebook.com/anarsistkadinlariz.
(1) Unidades de Defesa Popular do Curdistão.