O coordenador do Departamento de Estado, embaixador Daniel Fried, assegurou em uma entrevista aos meios de comunicação da Lituânia que os principais sócios dos EUA, entre eles sobretudo membros da União Europeia, estão dispostos a tomar parte nas sanções contra a Rússia. Fried revelou que Noruega e Suíça se encontram em primeiro lugar.
Ainda que não sejam membros da UE, "sempre apoiam as sanções" de Bruxelas e "o fazem também neste caso", lembrou Fried, em declarações coletadas pela agência Itar-Tass.
"Também estamos negociando com a Coreia do Sul e Singapura. Tivemos consultas também com a China e vamos continuá-las", indicou Fried.
O citado representante do Departamento de Estado admite não conhecer com exatidão que danos podem causar as sanções à Rússia. "Estas coisas são difíceis de quantificar, mas, em nossa opinião, o impacto direto será significativo e o indireto ainda mais."
No entanto, Fried precisou que, segundo Washington, não nos encontramos diante de uma "nova Guerra Fria" com a Rússia e expressou sua esperança de que os dois países "voltem a ter relações mais construtivas".
China se opõe às sanções
Em julho, o Ministério de Relações Exteriores da China lembrava que o país asiático se opõe que "na prática das relações internacionais em cada oportunidade levantem a questão das sanções" para rechaçar "as ameaças de sua introdução".
"Esperamos que as partes envolvidas resolvam os problemas existentes através do diálogo e das negociações, e que não se politize a cooperação econômica e comercial", afirmou o diplomata chinês Hong Lei.
Em abril, o embaixador da China na Rússia também afirmou que Pequim é contra a introdução das sanções unilaterais contra Moscou.
Por sua vez, o analista político Serguei Meheyev destacou em uma entrevista ao portal russo Vzgliad que "os EUA não têm esse 'prêmio' que possa oferecer à China em troca de sanções contra a Rússia". Segundo o especilista, Noruega e Coreia do Sul, cujo apoio quer obter Washington, tampouco vão aceitar sua "proposta".
Pressão à América Latina
Segundo publicou o jornal "El Espectador", Washington considera que o Uruguai deve reconsiderar sua aproximação comercial com a Rússia, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, David McKean.
Segundo McKean, impulsionar a aproximação nesse âmbito entre a Rússia e a região foi o objetivo da recente visita do presidente Vladimir Putin à América Latina, no marco da qual se conseguiram numerosos acordos bilaterais de importância entre as partes.
Não obstante, McKean assegurou que Washington não está preocupado com a aproximação dos Estados da região com a China, mas apontou que os EUA querem que "o mundo se una" à sua estratégia em relação à Rússia. O representante do Departamento de Estado acrescentou que a Casa Branca espera que os países da região "repensem" o fortalecimento dos seus laços com os russos.