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260216 africaPrensa Latina - [Osvaldo Cardoso] A História Geral da África gerou recentemente um enriquecedor debate em Angola, um grito de sobrevivência do continente e herança comum de seus povos em busca da consciência da liberdade.


Se não tivéssemos passado, estaríamos carentes da marca que nos define, disse um dos estudiosos no âmbito da quarta reunião do Conselho Científico Internacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), com vistas a redigir o nono tomo da História Geral da África.

Convicta de que no passado está a gênese do futuro, a ministra angolana de Ciência e Tecnologia, Maria Cândida Teixeira, notificou que o principal objetivo da Unesco é ajudar a reverdecer o ensino da história nos Estados membros da União Africana.

Ao fechar as cortinas da reunião, realizada de 15 a 19 de fevereiro em Luanda, Teixeira afirmou que esta instituição pretende renovar essa aprendizagem através de uma base para a elaboração de livros infantis, manuais escolares e programas televisivos e de rádio.

O anterior para destacar a herança comum dos povos africanos e portanto apoiar a integração.

Do mesmo modo, destacou, constitui parte da tentativa de "entendimento mútuo, a construção da paz, o fortalecimento dos laços entre africanos que vivem na África e os povos de ascendência em todo mundo".

Considerou que a cooperação técnica, científica e institucional entre este organismo especializado do sistema das Nações Unidas e o Executivo angolano constitui um espaço de reflexão e discussão científica construtiva, do qual fazem parte, igualmente, especialistas de vários países.

Para Teixeira, o fórum em Luanda não só teve discussões entre peritos, mas também um rico intercâmbio de experiência com pesquisadores nacionais, docentes, estudantes e a sociedade civil, objetivando o resgate e valorização da educação, da ciência e da cultura do continente.

Apontou que, desde sua criação em 1964, a Unesco permite debates políticos em torno da relação cultura e desenvolvimento para transformar uma estratégia capaz de permitir a expressão e convivência das ideias, construir identidades e afirmar os direitos humanos.

"Neste contexto, a Unesco decidiu elaborar e publicar em 1964 a História Geral da África, e cria-se o Comitê Científico Internacional para assumir a responsabilidade intelectual daquele projeto, que terminou em 1980", apontou.

A titular enfatizou que a história da África é muito rica e importante e se remonta em mais de três milhões de anos, o que "revela que muitos fatos nasceram e se desenvolveram de forma original no continente berço".

À margem do colóquio, o embaixador de Angola na Unesco, Diakumpuna Sita José, destacou o apoio do presidente José Eduardo dos Santos na elaboração do nono volume da História Geral da África.

Afirmou que neste tomo se corrigem várias omissões em termos de fatos históricos, pois os oito anteriores foram escritos com visão europeia.

Recordou que o Governo, após um encontro entre Eduardo dos Santos e a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, financiou com cerca de 900 mil dólares à organização para apoiar a produção de uma nova versão, que incluiria capítulos ausentes.

Pediu-se cobrir no fundamental a história da diáspora africana, a qual não se encontra nos outros livros.

De acordo com Sita José, "este nono volume será traduzido em português para uso pedagógico, desde o ensino primário ao universitário, mediante o emprego de novas metodologias e técnicas de instrução, sobretudo para formadores e cientistas".

No essencial, sublinhou, esta obra ajudará a equiparar o ensino da história do continente.

A esse respeito, o governo angolano prevê inserir em um futuro o nono exemplar da História... no sistema de ensino para estimular o desenvolvimento científico cidadão e enaltecer a dignidade dos africanos.

O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, João Sebastião Teta, afirmou que tal intenção será de caráter pedagógico para que a verdadeira história do continente seja contada nas escolas.

Mencionou, entre várias questões, a gênese do apartheid como nova matéria complementar aos primeiros volumes que constará no nono a ser criado por 39 pesquisadores nacionais e estrangeiros.

Reconheceu que os primeiros exemplares, elaborados por estudiosos, com maior destaque para o falecido professor burquino Joseph Ki-Zerbo, ainda não se fazem sentir nos colégios africanos.

A quarta reunião da Unesco, realizada na central Universidade Agostinho Neto, na capital, constituiu uma oportunidade para a discussão científica e aprofundar o entendimento da história regional.

Participaram nos debates pesquisadores de Angola, Argélia, Barbados, Benin, Botswana, Brasil, China, Cuba, Estados Unidos, França, Mali e República Democrática do Congo.

Todos esperam que o nono volume verse sobre a história recente da descolonização, o fim do apartheid na África do Sul e o lugar do continente africano no contexto do mundo contemporâneo.


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