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Foto do Parti Socialiste.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, apresentou nesta segunda-feira a demissão do governo ao Presidente François Hollande, que o encarregou de formar um novo gabinete “em coerência com as orientações por ele definidas”.

A crise do governo ficou exposta publicamente este fim de semana, com as críticas do próprio ministro da Economia, Arnaud Montebourg, e também do da Educação, Benoît Hamon. “A redução do défice é uma aberração económica que agrava o desemprego, um absurdo financeiro porque torna impossível a recuperação das contas públicas, uma política sinistra porque lança os europeus nos braços dos partidos extremistas”, disse Montebourg, que apelou ao relançamento do consumo, que “é a condição para que a política de oferta que se faz há anos tenha sucesso”.

O ministro da Economia criticou ainda as decisões da “direita alemã”, que “impôs a toda a Europa a política da austeridade”.

A Alemanha serve os seus interesses particulares, não os da Europa”

Por seu lado, Benoît Hamon também pediu ao presidente François Hollande que se afaste da linha política da chanceler Merkel: “A Alemanha serve os seus interesses particulares, não os da Europa”, afirmou.

Diante do impacto causado pelas suas declarações, Montebourg rejeitou a ideia de se demitir: “Não me parece que se deixe de ser ministro pelas simples razão de apresentar propostas a um debate justificado”, disse à Europe 1.

O primeiro-ministro, Manuel Valls, terá então dado um ultimato ao presidente Hollande e apresentou a demissão esta segunda-feira. Segundo o Le Parisien, citado pelo Le Monde, Valls terá mesmo dito a Hollande, referindo-se ao ministro da Economia: “É ele ou eu”.

O curto comunicado da Presidência afirma que Valls vai formar uma “nova equipa em coerência com as orientações por ele definidas”, uma frase estranha (como poderia ser diferente?), que, segundo o Le Monde, “ilustra bem a dificuldade que o governo teve para prosseguir a sua missão”. O novo gabinete deve já ser apresentado terça-feira.

Maiores cortes de gastos públicos da moderna história francesa

Recorde-se que em 29 de abril Manuel Valls propôs os maiores cortes de gastos públicos da moderna história francesa a uma Assembleia Nacional dividida e um PS com sérias fissuras. Valls conseguiu aprovar um pacote de ajuste de 50.000 milhões de euros em três anos, numa votação de 265 a favor, 232 contra e 41 abstenções na bancada do PS.

Desde essa data, os conflitos não têm parado. Em junho, houve greves dos ferroviários e dos trabalhadores do espetáculo.

A última sondagem dá a Valls uma nova queda no seu apoio, que agora é de 36%, ao mesmo tempo que Hollande continua a ser o presidente mais impopular de França em mais de meio século.


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