Foto: Coluna de fumaça é vista em Trípoli, nas redondezas do aeroporto internacional da capital líbia.
Segundo membros da organização Frente Al Nusra, braço da Al-Qaeda, o local está "completamente" dominado e foi proclamado um "Emirado Islâmico" na região, de acordo com a al Arabiya.
No entanto, o Exército da Líbia nega a instauração do Emirado. "Isto é mentira, pois nós [Exército] só nos retiramos temporariamente de algumas posições", alega o tenente Khalifa Hafter, citado pela Ansa. Segundo fontes citadas pela agência italiana, os confrontos já causaram "mais de 200 mortos e 400 feridos".
Embaixada evacuada
A situação segue grave nos arredores do aeroporto internacional da capital Trípoli, onde milícias islamitas rivais continuam disputando o controle do ponto estratégico desde o dia 13 de julho. A escalada de violência na capital fez com que o governo brasileiro decidisse nesta quinta transferir temporariamente os funcionários da Embaixada do Brasil em Trípoli para Túnis, na Tunísia.
Em nota citada pela Agência Brasil, o Itamaraty informou que a medida, tomada pela "contínua deterioração das condições de segurança" não implicará o fechamento da representação diplomática naquele país. Além do Brasil, os Estados Unidos, a ONU (Organização das Nações Unidas), a delegação da UE (União Europeia), a Espanha e a Turquia também tiraram seus representantes da Líbia nos últimos dias e transferiram para a Tunísia.
Sob a liderança interina de Abdallah Al-Thani, o governo da Líbia não conseguiu elaborar um Exército profissional capaz de se impor e de integrar os grupos armados que se desenvolveram em 2011, com a queda do líder Muamar Kadafi. Tal incapacidade facilitou uma autonomia dessas brigadas, que cada vez mais desafiam as autoridades centrais em transição. Teme-se, com isso, que a instabilidade do país resulte em uma guerra civil.