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140310_pcb.jpg PCB - Esquerda-Debate: Nota Oficial do Coletivo União Comunista  e as Razões.


Nota Oficial do Coletivo União Comunista

Nosso Coletivo se formou com base na disposição de alguns militantes, em sua maioria rompidos com o PSTU no final dos anos noventa, de resistir ao processo de institucionalização e de capitulação ao regime democrático-burguês das organizações de esquerda no Brasil. Combinada com essa disposição, estava a intenção de batalhar pelo reagrupamento dos revolucionários, necessidade vital ante a ofensiva do capitalismo desde o desmonte da União Soviética.

Considerando as condições da conjuntura adversa, as debilidades de um punhado de militantes isolados, podemos dizer que sua trajetória rendeu alguns frutos. Nosso coletivo não se restringiu a discussões internas, manteve uma permanente ação militante, editou panfletos, boletins e até mesmo um jornal regular, O Proletário. Além disso, orientou seus membros no sentido de se estruturar e se organizar junto a nossa classe, animando suas atividades sindicais e culturais.

A consciência de que nosso caminho não deveria ser o de construir mais uma seita de esquerda, atrelada a um "messias do marxismo", detentor de todas as respostas, nos levou desde o começo a nos reconhecer enquanto marxistas militantes, portando, comunistas. Reconhecemos e partimos das elaborações e aportes dos nossos dirigentes históricos: Marx, Engels, Lênin, Trotski, Gramsci e Rosa Luxemburgo. Procurando nos afastar, corretamente, dos exclusivismos sectários e reducionistas.

Mantendo coerência com essa linha de pensamento, buscamos estabelecer acordos e relações políticas com outras organizações da esquerda comunista. Fizemos parte do movimento que viria a resultar posteriormente na fundação do PSOL, ali defendemos a formação de uma frente de esquerda, em base a um programa mínimo, aberta as organizações e partidos legalizados, onde estes manteriam sua independência organizativa e política, proposta que se viu derrotada ante a intenção majoritária naquele movimento de se constituir enquanto partido meramente eleitoral, nos marcos do regime burguês, fato que nos levou ao afastamento definitivo.

Apesar deste revés, a UC não esmoreceu, pelo contrário, continuou seu trabalho militante. Orientou-se, então, por um combate permanente contra os desvios sectários e ultra-esquerdistas, adotando, no interior do movimento dos trabalhadores, a proposta de Frente Única de todos aqueles que se colocam no campo da luta contra a ofensiva capitalista.

É a partir desse período que, nas lutas dos trabalhadores, nas eleições e nas campanhas antiimperialistas, onde tivemos alguma participação aqui no Rio de Janeiro, verificamos que nossas posições estavam muito próximas das defendidas pelo PCB. A partir desse reconhecimento, procuramos estabelecer relações políticas com este partido, coerentes com nosso objetivo estratégico de reagrupamento dos revolucionários. Esta aproximação culminou com o convite para participarmos do seu XIV Congresso.

Nossa compreensão é  de que o PCB demonstrou neste XIV Congresso ter o potencial para se transformar no aglutinador da esquerda comunista brasileira. Nos debates que o antecederam, observamos os posicionamentos dos militantes e simpatizantes ter livre acesso à mídia do partido, permitindo a todos tomar conhecimento não só das teses elaboradas pela direção, mas de um conjunto de aportes vindos das mais diversas instâncias partidárias. As teses colocaram em discussão uma rica análise da situação internacional e nacional, avançando também no exame da derrocada do modelo burocrático na URSS e das deformações estalinistas ali produzidas.

As conclusões do XIV Congresso apontaram corretamente a caracterização do capitalismo, enquanto sistema global, como principal inimigo do proletariado mundial e conseqüentemente colocando o internacionalismo proletário na ordem do dia. A nível nacional, define o caráter socialista da revolução brasileira, a partir do entendimento de que o capitalismo está plenamente consolidado no Brasil, conduzido por um bloco burguês acoplado de forma umbilical ao imperialismo.

O PT no governo cumpre um papel nefasto; demonstrou ser a quinta coluna da burguesia no seio do proletariado, reforçou o predomínio do capital monopolista em aliança com o imperialismo, desmobilizando e contribuindo para fazer retroceder a consciência de classe dos trabalhadores.

Como estratégia de combate a esse bloco burguês e seus aliados, o Congresso do PCB levanta a necessidade de se constituir um Bloco Revolucionário do Proletariado para aglutinar as forças políticas e sociais antiimperialistas e anticapitalistas, visando a emancipação dos trabalhadores. Esse Bloco precisa ir além de meras coligações eleitorais, devendo se concretizar nas mais diversas trincheiras da luta de classes.

Para nós, da União Comunista, estas são as questões fundamentais. Se temos acordo sobre elas, entendemos que seria um grande equívoco nos mantermos divididos em função de particularidades táticas ou locais. Por estas razões, coerentes com o que sempre defendemos, chegamos à deliberação de dissolver a UC e aderir, como soldados da revolução, ao Partido Comunista Brasileiro. 

Viva a União dos Comunistas!

Viva a Revolução Socialista!

Viva o Partido Comunista Brasileiro! 

Rio de Janeiro, março de 2010


Bem vindos os camaradas do Colectivo União Comunista

O PCB se orgulha de receber em suas fileiras os camaradas que compunham o Coletivo União Comunista, com os quais, nos últimos anos, vínhamos mantendo um respeitoso diálogo, passando em revista nossos pontos de vista sobre os caminhos da revolução brasileira.

Este fato histórico se dá no momento em que o PCB tem chamado a atenção dos verdadeiros comunistas brasileiros, em função das mudanças que vem operando em sua linha política e em sua concepção de partido, rompendo com as ilusões reformistas e apontando para a necessidade de luta para além da institucionalidade burguesa.

Temos, com o mesmo orgulho, recebido camaradas que vêm de outras organizações e coletivos, com culturas e referências teóricas e práticas diferenciadas. Não temos tornado públicos estes recrutamentos individuais em respeito a eles e às organizações de onde vêm. No caso da União Comunista, por se tratar de um coletivo agora dissolvido e por ter tornado pública sua consensual adesão, por decisão soberana de seus ex-membros, permitimo-nos tecer algumas considerações.

O mais significativo desta adesão é a possibilidade, a atualidade e a riqueza do convívio fraterno dentro da mesma organização revolucionária de camaradas que têm distintas leituras do colapso do processo de construção do socialismo na União Soviética e em outros países, sobretudo do Leste Europeu. No PCB, que tem como referência principal o legado de Marx, Engels e Lênin, levamos em conta também as contribuições, os erros e acertos de outros revolucionários, mesmo os que suscitam discussões apaixonadas e, por vezes, maniqueístas.

O XIV Congresso do PCB, realizado há poucos meses – ao debater o balanço e as perspectivas do socialismo - teve a sabedoria de não aprovar um texto obrigatório para seus membros, mas um documento que, sendo resultado do acúmulo existente no nosso Partido sobre o tema, sirva de referência para a continuidade deste necessário debate, que exige uma discussão ainda mais profunda e desapaixonada, até porque, do ponto de vista histórico, é muito recente.

O centralismo democrático num Partido Revolucionário não significa que todos tenham a mesma visão acerca da história do movimento comunista, nacional e internacional. E nem mesmo sobre os rumos da Revolução Brasileira. O centralismo democrático, caminho de mão dupla, é a unidade de ação e a disciplina partidária em torno das resoluções das instâncias partidárias e dos fundamentos do Partido.

No presente, o que une os comunistas que nos empenhamos na reconstrução revolucionária do PCB é a resolução aprovada no Congresso, que trata da ESTRATÉGIA E TÁTICA DA REVOLUÇÃO BRASILEIRA, que será amplamente divulgada nos próximos dias.

Sejam benvindos, os comunistas brasileiros, a um Partido que não tem qualquer vantagem para oferecer a ninguém, não é legenda eleitoral e que pretende crescer com qualidade revolucionária, organização leninista, disciplina consciente e inserção no movimento de massas.

Ivan Pinheiro

Secretário Geral do PCB

Rio de Janeiro, março de 2010


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